quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Crítica: Argo (2012)

"Argo fuck yourself"
Lester Siegel
*7/10*
Um antigo segredo de estado serve de mote ao mais recente filme de Ben Affleck que, depois de A Cidade (2010), regressa à realização com Argo. Uma época conturbada de difíceis relações entre Estados Unidos da América e Irão reúnem-se num filme que quer pintar um “bonito retrato” dos norte-americanos.

Affleck é também protagonista de Argo e reuniu um elenco de nomes sonantes como Byan Cranston, John Goodman ou Alan Arkin que fazem muito pela longa-metragem. Apesar do tom americanizado que se sente até ao fim, há grandes momentos de tensão a que é impossível ficar indiferente.

Baseado numa história verídica, Argo trata do caso da operação de risco para resgatar seis americanos na crise dos reféns no Irão, que esteve em segredo de estado durante décadas. A 4 de Novembro de 1979, quando a revolução iraniana atinge o seu ponto de ebulição, militantes islamitas invadem a embaixada dos Estados Unidos da América no Teerão e fazem mais de 50 reféns. Contudo, no meio do caos, seis americanos conseguem escapar e encontrar refúgio na casa do embaixador do Canadá. É só uma questão de tempo até os seis serem encontrados e provavelmente mortos, mas um especialista da CIA, Tony Mendez, surge com um plano arriscado para fazê-los sair do país em segurança.

Um filme cujo argumento tem por base acontecimentos reais deixa sempre o espectador com uma maior curiosidade acerca da concretização, principalmente quando já conhece esses acontecimentos. Mas mesmo que os desconheça, a expectativa continua presente. No caso de Argo, Ben Affleck consegue prender a nossa atenção de forma ímpar, mas comete um erro: opta por beneficiar o lado americano da história. Os norte-americanos saem como “os bons da fita”, e deixa-se para um plano secundário, quase inexistente, a questão dos EUA terem abrigado o deposto Xá do Irão, o que desencadeou tal revolta dos iranianos.

Sem comentários: