sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Crítica: Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus (2012)

*3/10*
De elogiar, desde já, são as intenções de colocar numa longa-metragem um momento e uma figura da história portuguesa de quem pouco se fala e se conhece. Aristides de Sousa Mendes – O Cônsul de Bordéus é um bom filme para quem quer conhecer melhor a história do país. A ideia começa por parecer boa, pena é a concretização estar bem longe disso.


Com a invasão de França pelas tropas nazis, milhares de refugiados formam fila junto do consulado português em Bordéus, na esperança de obterem um visto para Portugal. Sousa Mendes, o Cônsul de Portugal na cidade, está obrigado a respeitar a circular de Salazar, que determina a proibição expressa de concessão de vistos a quaisquer refugiados judeus. Deparando-se com um terrível dilema: conceder vistos, arriscando a sua carreira diplomática e o sustento da família ou não o fazendo, todas aquelas pessoas teriam como destino os campos de concentração nazis.

O filme começa, nos dias de hoje, onde um homem que, em criança, conhecera Aristides, relata as histórias de ambos, que se cruzam a determinado momento, a uma jornalista. O homem, judeu de verdadeiro nome Aaron Apelman, sofreu uma série de desencontros com a sua família, sendo um dos que se vê obrigado a recorrer ao consulado português em Bordéus. Por sua vez, Aristides, o homem que salvou mais de 30 mil vidas, deparou-se com uma série de dilemas e dificuldades ao longo da sua tomada de decisões. Aristides de Sousa Mendes – O Cônsul de Bordéus começa por apresentar-nos a primeira história que nos leva ao decorrer de toda a acção.

Aparentemente, o argumento tem potencial para resultar num bom filme histórico, mas não é isso que acontece. Os diálogos são fracos, muito longe do razoável e daquilo que a figura merecia. Às personagens falta-lhes muita profundidade. A acção vai decorrendo mas não chega a cativar em nenhum momento. Há ainda uma grande incoerência de idiomas no filme: português, espanhol, francês, nos locais e momentos menos apropriados. A solução seria, talvez, todo o filme em português, evitando-se tanta incoerência linguística.

Lê a crítica completa no Espalha-Factos: "O Cônsul de Bordéus"

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