sábado, 4 de maio de 2013

Crítica: The Unknown / O Homem sem Braços (1927)

*8/10*

A propósito do IndieLisboa'13 e no ciclo A Cinemateca com o IndieLisboa, a Cinemateca Portuguesa exibiu o filme de 1927, The Unknown - O Homem Sem Braços. O clássico do cinema mudo, realizado por Tod Browning, tem como palco um circo, onde Alonzo, um homem que finge não ter braços, tudo faz para conquistar Nanon, a sua parceira num número circense. Curiosamente, a jovem vive com um trauma que a faz repelir os braços masculinos.

Lon Chaney tem aqui uma das muitas colaborações com o Browning, num papel muito curioso, que desempenha na perfeição - um homem desequilibrado e sem escrúpulos, sedento de vingança. Ao seu lado, Joan Crawford, muito jovem e quase irreconhecível, surge aqui na pele da inocente Nanon.

O Homem Sem Braços é um filme "bizarro", com Alonzo a proporcionar uma das cenas mais macabras do filme, e está repleto de surpresas verdadeiramente inacreditáveis. O argumento revela-se muito original e intenso, onde o crime se alia ao romance para culminar num desfecho curioso e imprevisível. O tom irónico presente em muitos momentos deste trabalho de Browning não nos deixará indiferentes - é inevitável não sorrir quando Alonzo utiliza os pés, mesmo com as mãos disponíveis e apesar de o fazer sem a pressão de revelar ao mundo o seu segredo 

Os primórdios do cinema de terror norte-americano têm aqui um excelente exemplar. Um filme para descobrir ou rever, que nos deixará atordoados.

2 comentários:

Jorge Teixeira disse...

Belo filme, mais um desta época tão rica em histórias humanamente relevantes. Destaque mais do que merecido :)

Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo

Inês Moreira Santos disse...

Os anos 20 estão repletos destes filmes surpreendentes. É sempre óptimo descobrir mais e mais. :)

Cumprimentos cinéfilos.