sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Crítica: A Gaiola Dourada / La Cage Dorée (2013)

*7.5/10*

Rir em bom português – e francês – é a proposta da primeira longa-metragem de Ruben Alves, A Gaiola Dourada. A vida dos emigrantes portugueses em França é-nos apresentada cheia de animação, gargalhadas, mas também muita emoção. A Gaiola Dourada traz consigo um misto de sentimentos, que resultam numa comédia de costumes com uma qualidade acima da média.

Num dos melhores bairros de Paris vivem, há cerca de 30 anos, Maria e José Ribeiro. Este casal de emigrantes portugueses é querido por todos no bairro: Maria é uma óptima porteira e José um trabalhador da construção civil. São tão apreciados pelos que os rodeiam e estão tão bem integrados que, no dia em que surge a possibilidade de concretizarem o sonho das suas vidas – regressar a Portugal em excelentes condições financeiras -, ninguém os quer deixar partir.


Um autêntico sucesso além fronteiras, A Gaiola Dourada chega finalmente aos cinemas nacionais, para mostrar se a tradição se mantém. Ruben Alves – o realizador luso-francês como a sua primeira obra – inspirou-se na sua própria experiência para dar vida ao filme. O argumento é simples mas vai revelando, aos poucos, ser muito mais profundo do que aparenta. Leve e cheio de humor, é certo, mas também muito próximo do espectador, o filme faz despertar emoções fortes e uma grande identificação por parte do público.

Os clichés são muitos, mas são utilizados de forma extremamente inteligente, apelando à tradição portuguesa espalhada pelo mundo – o bacalhau, o fado ou o futebol não faltam. O humor é constante e em momento algum se revela forçado, sendo embalado pelo excelente ritmo que A Gaiola Dourada apresenta.

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