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segunda-feira, 24 de março de 2014

Já Vi(vi) este Filme, por David Lourenço

Já Vi(vi) este Filme
por David Lourenço, de O Narrador Subjectivo


John Hughes fez uma carreira à conta da adolescência. Praticamente todos os seus filmes giram à volta das peripécias, brincadeiras, amores e desamores de secundário, entre os quais estão The Breakfast Club e Ferris Buller’s Day Off, autênticos retratos dum tempo em que ter um computador pessoal era um luxo, já que se passam nos anos 80. A forma como Hughes equilibrava drama e comédia nesses ambientes tornaram-no intemporal, e Sixteen Candles, para mim, é o exemplo perfeito para o justificar. Samantha Baker (Molly Ringwald) está prestes a fazer 16 primaveras e o dia de aniversário é uma confusão total, passando por todos os níveis na escala de pânico de um jovem, desde familiares chatos a informação da vida sexual (inexistente) escrita num papel cair nas mãos erradas. Claro que muitas das situações têm piada porque só são problemas apocalíticos nessa idade, mas o impacto duradouro do filme vem exactamente de nunca tomar uma postura condescendente nesses momentos, a verdade é que, na altura, parecem muito importantes e podemos ver Sixteen Candles e lembrarmo-nos de como o mundo era mais simples. Não tenho uma cena específica para destacar que tenha acontecido comigo ipsis verbis, mas como toda a gente, também mandei e recebi bilhetinhos nas aulas, tentei fazer coisas à partida proibidas, tive daquelas paixonetas febris, enfim, aquelas dores de crescimento típicas que podemos sempre recordar com os filmes do John Hughes, sem aquela parte chata das… dores!

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Obrigada pela tua participação, David!