segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Arquiteturas Film Festival'14: Destaques


O Arquiteturas Film Festival'14 chega ao Cinema City Alvalade e à Cinemateca Portuguesa já no dia 24 de Setembro. Aqui ficam 14 filmes que podes (e deves) ver no festival que se prolonga até dia 28.

Wim Wenders, Michael Glawogger, Michael Madsen, Robert Redford, Margreth Olin e Karim Ainouz
“Se os edifícios pudessem falar, o que diriam sobre nós?” Cathedrals of Culture é uma colecção de seis filmes estreados este ano no Festival Internacional de Berlim e quer dar seis respostas a esta questão. O projecto, filmado inteiramente em 3D, permite que “seis edifícios emblemáticos e muito diferentes falem por si, examinando a vida humana a partir da perspectiva de uma estrutura feita pelo homem”. Os edifícios “são manifestações materiais do pensamento e da ação humana: a Filarmónica de Berlim, um ícone da modernidade; a Biblioteca Nacional da Rússia, um reino de pensamentos; Halden Prison, a prisão mais humana do mundo; o Instituto Salk, um mosteiro científico na costa da Califórnia; a Oslo Opera House, uma simbiose futurista da arte e da vida; e o Centro Pompidou, uma máquina de cultura moderna." Os seis cineastas trazem o seu próprio estilo visual e abordagem artísticas para o projecto, com estes seis edifícios únicos.

Rodrigo Areias
1960 é um home movie em registo de diário de viagem todo filmado em Super 8. Através da arquitectura e a partir do Diário de Bordo de Fernando Távora, 1960 revisita a viagem do arquitecto no ano que dá título ao documentário. A crítica do Hoje Vi(vi) um Filme ao 1960 pode ser lida ou relida aqui.

Luciana Fina
Partindo dos textos do arquitecto Manuel Tainha e das conversas gravadas entre 2010 e 2012, Luciana Fina propõe uma leitura cinemática do pensamento e do universo do arquitecto, um diálogo com a sua ética e a sua poética.

Frederico Lobo e Tiago Espanha
O documentário leva-nos numa viagem - muitas vezes de barco - às indústrias do vale do Rio Ave, que nasce na Serra da Cabreira e desagua em Vila do Conde. Estas foram, durante muito tempo, uma marca de desenvolvimento da região. As cidades cresceram em torno de fábricas, nas margens do rio, construíram-se estradas e auto-estradas, transformaram-se pequenas aldeias em meios urbanos aparentemente prósperos. Ao percorrermos o rio, conhecemos histórias onde o passado é lembrado, o presente vivido e o futuro talvez já não seja aquele que a industrialização prometia. A crítica do Hoje Vi(vi) um Filme ao Revolução Industrial pode ser lida ou relida aqui.

Fernando Lopes
Primeira experiência em vídeo de Fernando Lopes, Se Deus Quiser foi um filme do seu regresso à Várzea dos Amarelos, onde nasceu e realizou Nós Por Cá Todos Bem. Passou por ser um work in progress, com revisitações regulares à Várzea, uma espécie de diário e de reflexão sobre imagens e sons, que espero venham a ter efeito sobre futuras ficções minhas. Digamos que ver este Se Deus Quiser…é aceitar um convite à viagem, à oficina das imagens e dos sons, tal como eu as pratico, e que desejo compartilhar convosco. (Fernando Lopes)

Guillermo Amato

Hacer Ciudade dá a conhecer projectos que abordam o possível e o utópico da arquitectura no espaço diversificado e complexo da Cidade do México.

Harun Farocki
In Comparison é realizado pelo cineasta Harun Farocki, recentemente falecido. “Gostaria de propor um filme que contribua para o conceito do trabalho. Que compare o trabalho numa sociedade tradicional como África, com uma sociedade industrial recente como a Índia e com uma sociedade altamente industrializada na Europa ou no Japão. O objecto de comparação é o trabalho na construção de casas. Casas para viver.” Harun Farocki

Fernando Molina e Nicolás Bietti
Filmado ao longo de quatro anos, no sul do Chile, o documentário conta a história de um grupo de pessoas que regressam à sua cidade depois de uma erupção vulcânica, com o intuito de impedir as autoridades de abandonar o lugar. Encontram uma situação desoladora: o rio transbordou e muitas casas desapareceram completamente. Os anos passam e o veredicto final da cidade não chega. O tempo parece ter parado. Agora, vivem entre as cinzas, abandonados e perseguidos pelo Estado, tentando encontrar uma forma de defender a sua identidade.

Victor Kossakovsky
Qual seria o caminho mais curto entre Entre Ríos, na Argentina, e Xangai, a metrópole chinesa? Simplesmente uma linha recta que passa pelo centro da terra, uma vez que as duas partes são antípodas: situam-se diametralmente opostas uma à outra sobre a superfície da terra. Durante as suas visitas a quatro desses pares de antípodas, o documentarista Victor Kossakovsky capturou imagens que transformam completamente a nossa visão do mundo. Um belo pôr-do-sol, tranquilo em Entre Ríos é contrastado com as ruas movimentadas na chuvosa Xangai. Pessoas que vivem num terreno baldio estão ligadas a pessoas que habitam ao lado de um vulcão.

Jean-Nicolas Orhon
Cities of Tomorrow é um documentário sobre a resiliência dos indivíduos e capacidade de uma comunidade para se adaptar a um mundo, por vezes, hostil. Através de Mumbai, na Índia, o maior bairro clandestino da Ásia, através de um subúrbio de Marselha, através de uma comunidade indígena na região de Abitibi de Quebec, assim como de uma cidade de tendas, no estado de New Jersey e no coração de um bairro marroquino, este filme oferece uma viagem reveladora. Este documentário está no coração das terras na periferia do mundo e das vidas daqueles que o habitam. O realizador estará presente para uma sessão de perguntas e respostas no final da exibição.

Timoty Novoty
Trains of Thoughts é um ensaio audiovisual, que compara e reflecte sobre os sistemas de metro em todo o mundo. É uma exploração de um mundo dentro do mundo, bem como dos sentimentos (de fascinação, obsessão, medo) e temas (de sobrevivência, controlo e silêncio) que o envolvem. O filme leva-nos através de Nova Iorque, Los Angeles, Moscovo, Viena, Tóquio e Hong Kong, soltando a imaginação em cada destino com sua distinta paleta visual e de selecção dos sons pelos Sofa Surfers.

Gereon Wetzel
Às vezes parece que estamos a ver imagens paradas, fotografias de cidades-fantasma depois de um ataque nuclear. De que outra forma se poderia explicar que os edifícios de apartamentos nos pareçam tão desoladores? Não há nenhuma explicação para o que estamos a ver, mas os vídeos publicitários de mega-projectos imobiliários excessivamente ambiciosos, falam por si. A maioria dos espanhóis mal consegue pagar as contas – e muito menos pagar uma hipoteca – mas os especuladores continuam a construção. O filme deixa que o espectador julgue, mas realmente só há uma conclusão possível: se há um país que está realmente sofrendo com a bolha imobiliária, é Espanha.

Michael Blackwood
Em Álvaro Siza Transforming Reality, o reconhecido arquitecto de Portugal discute o seu trabalho e viaja por 15 dos seus projectos com o historiador Kenneth Frampton, que se referiu a Siza como “um dos mais importantes arquitectos da actualidade”.

Marco Bertozzi
O filme narra a transformação que Cinecittà atravessou entre 1943 e 1950, uma vez que experimentou a ocupação nazi, a criação de um campo de refugiados administrado pelos Aliados e, finalmente, o re-nascimento da chamada “Hollywood no rio Tiber”. Depois de ter sido um campo de concentração para novecentos homens que tinham sido apanhados no trimestre Quadrado nas proximidades, a 16 de Outubro de 1943, Cinecittà foi saqueada pelos nazis e 16 vagões saíram de de Roma para a Alemanha e República de Salò. Em Janeiro de 1944, os estúdios foram bombardeados pelos Aliados – foi um dos cerca de cinquenta atentados que Roma sofreu. A 6 de Junho de 1944 a cidade do cinema foi requisitada pela Comissão de Controle dos Aliados para abrigar milhares de refugiados de guerra. Este filme segue esses mesmos refugiados nos dias de hoje, deixando a sua história surgir com o seu movimento nos estúdios de hoje. Mais de 60 anos depois, o objectivo deste filme é a desenterrar memórias, para contar acerca de uma página desconhecida da nossa história do cinema italiano.

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