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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

MOTELx'15: Entrevistas - João Teixeira (Gasolina)

MOTELx já começou, no passado dia 8 de Setembro, e para o Prémio MOV MOTELx – Melhor Curta de Terror Portuguesa 2015, o único galardão do festival, estão a concorrer 10 curtas-metragens nacionais: A Tua Plateia, de Óscar FariaAndlit, de João Teixeira FigueiraErmida, de Vasco EstevesGasolina, de João TeixeiraInsónia, de Bernardo LimaMiami, de Simão Cayatte, Efeito Isaías, de Ramón de los SantosO Tesouro, de Paulo AraújoThe Bad Girl, de Ricardo Machado, The Last Nazi Hunter 2, de Carlos Silva.


Vamos hoje conhecer melhor a curta-metragem Gasolina. É, como de costume, o seu realizador, João Teixeira, que nos conta um pouco mais sobre o filme.

Ao assistir ao trailer de Gasolina senti uma aura de insegurança, suspeição, de que nada é o que parece. É isso que o seu filme pretende ser? O que pode o público esperar desta curta-metragem?
João Teixeira: Insegurança e desconfiança são sem dúvida dois pontos sempre presentes neste filme. Um casal que procura ajuda e a insegurança ao encontrá-la, leva-os para uma constante sensação de desconforto. Este filme também foi escrito para ilustrar um momento que, por um motivo ou por outro, acaba sempre por nos afectar. Momento esse em que os preços aumentam, tornando-se descontrolados e podendo mesmo implicar vidas. Mas acima de tudo, um ponto importante e que defendo ser um dos principais objectivos de qualquer filme, é ser projectado com o objectivo de fazer passar um bom momento a quem o assiste.

Como surgiu a ideia de filmar Gasolina?
J.T.: A ideia surgiu no ano passado, quando decidi filmar para o submeter ao MOTELx. Ainda sem qualquer ideia resolvi primeiro assistir à edição de 2014 do festival. A partir daí li, folheei inúmeras páginas de contos pulp (uma literatura com a qual me identifico) e só aí começou a surgir a ideia. Fiz o convite ao António Nascimento, um “velho” colega de escola com quem nunca tinha tido oportunidade de trabalhar e começámos a escrever.

Como foi trabalhar com o veterano Carlos Santos?
J.T.: O Carlos foi uma excelente surpresa neste projecto. Para quem está no início de uma carreira, comparado com ele, e ao decidir contactá-lo, rapidamente vieram à cabeça pensamentos como: “ele nem me vai responder”. E aí começa a surpresa, uma pessoa super acessível, profissional e acima de tudo humana. Foi sem dúvida uma mais valia poder ter contado com o Carlos, ter uma pessoa com as suas características ao meu lado trouxe, não só inúmeros pontos positivos, como uma aura que só ele conseguiria ter trazido.

Qual é para o João a importância de estar entre os seleccionados de 2015 para o Prémio MOV MOTELx? E o que o levou a submeter o seu filme?
J.T.: Como disse, filmei o Gasolina já com esse objectivo e ser seleccionado já foi uma conquista. Toda a estrutura do MOTELx e a “vida própria” inerente ao mesmo tornam-no num festival de referência e submeter um filme rapidamente se tornou num objectivo, tal como acabou por acontecer.

Qual o papel dos festivais de cinema no campo da divulgação do cinema nacional? Que mais pensa que pode ser feito neste campo?
J.T.: O papel da divulgação é importante tanto para quem produz os filmes como para aqueles que os querem ver e são os festivais que fazem essa ponte que nos dá força para fazermos aquilo que gostamos. Neles temos a oportunidade de termos contacto directo com o outro lado, o do espectador. Na verdade, esta é a peça fundamental para que tudo resulte pois é ele que se interessa, assiste e comenta todos os novos trabalhos, alimentando a força de quem os faz. O que pode ser feito neste campo é simplesmente não deixar esmorecer este ciclo, mantendo sempre viva a ligação entre quem faz o filme e quem o assiste.


Sinopse
Um casal tira partido da escuridão da noite, acabando por ficar sem gasolina no seu carro. Ao procurarem ajuda percebem que a crise está a alastrar e a obrigar as pessoas a fazerem coisas terríveis.

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