sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Crítica: Blade Runner 2049 (2017)

"Sometimes to love someone, you got to be a stranger." 
Rick Deckard
*7/10*

Blade Runner 2049, a tão aguardada sequela do filme de 1982, chegou este ano. De Ridley Scott, a sequela sobre os replicantes passou para as mãos de Denis Villeneuve e ele tratou-a com dignidade, talento e ambição qb.

A grande força do novo Blade Runner reside no visual fabuloso, muito fiel ao original, e repleto das marcas de autor a que Villeneuve nos tem habituado nos seus filmes. O argumento, por sua vez, começa no bom caminho, e aumenta as expectativas ao longo da primeira metade da longa-metragem, mas perde-se num sem fim de enredos entrelaçados até aos créditos finais.


30 anos após os eventos do primeiro filme, K (Ryan Gosling), um novo blade runner, oficial da LAPD, desvenda um segredo há muito enterrado que pode potencialmente mergulhar no caos o que resta da sociedade.A descoberta de K leva-o numa missão para localizar Rick Deckard (Harrison Ford), um antigo blade runner da LAPD, desaparecido há 30 anos.

Evitando spoilers a todo o custo, certo é que Denis Villeneuve se mostrou à altura do desafio de realizar este Blade Runner dos tempos modernos. O argumento, sendo o principal ponto fraco do filme, não deixa de ter um ponto de partida forte e um desenrolar da história onde o poder assenta nas memórias - serão elas que fazem de nós o que somos? Ao mesmo tempo, a revolta inerente ou a eterna insatisfação, que está longe de se restringir aos humanos, tomam conta das personagens daquele mundo distópico. Ainda a seu favor, estão pequenos pormenores de ficção científica muito realistas que moldam a história dos 30  anos que passaram entre a narrativa dos dois filmes.


A direcção de fotografia é magistral e não lhe devemos tirar mérito. Sem o fabuloso trabalho de Roger Deakins, Blade Runner 2049 não chegaria nem a metade do que é. É fácil deixarmo-nos perder nas cidades engolidas por ecrãs publicitários e pela névoa omnipresente ou pelos desertos intermináveis neste planeta devastado. Os edifícios futuristas, os veículos, tudo isso está tão fiel ao filme de 1982 que podemos ficar arrepiados.

Nas personagens, Harrison Ford regressa como Deckard sem muito mais a acrescentar, sendo ele próprio o segredo que une os dois filmes. O novo protagonista, o blade runner K, interpretado por Ryan Gosling, mostra-se isento de emoções e faz o que se espera dele. O replicante que parece, aos poucos, ir conquistando vontade própria, autonomia e sentimentos, vê crescer uma esperança - em si e na plateia - que tem muito de humano. Nos vilões, Jared Leto é totalmente ofuscado por Sylvia Hoeks, a vilã assistente, que nos faz esquecer a (mínima) presença do actor.


Não é possível destronar Blade Runner - tão único e vanguardista no seu tempo -, mas Denis Villeneuve, fiel ao visual original, consegue despertar no público grandes sentimentos de nostalgia e melancolia. O resultado, não sendo obrigatório, é positivo e satisfatório, em jeito de homenagem ao filme de Ridley Scott.

2 comentários:

Maria disse...

parece uma excelente escolha

Unknown disse...

Eu amei a segunda parte de Blade Runner, eu vi o primeiro e me apaixonei pela história, tanto que tive que ler o livro original. O filme Blade Runner 2049 me manteve tensa todo o momento, se ainda não a viram, eu acho que é um dos melhores filmes de ficção cientifica que foram lançados.. No elenco vemos Ryan Gosling e Ana de Armas, dois dos atores mais reconhecidos de Hollywood que fazem uma grande atuação neste filme. Realmente a recomendo.