quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Crítica: Star Wars: Os Últimos Jedi / Star Wars: The Last Jedi (2017)

"I've seen this raw strength only once before. It didn't scare me enough then. It does now."
Luke Skywalker

*8/10*

A Força está com Rian Johnson e com Star Wars: Os Últimos Jedi, um filme emotivo desde o início, ou não fosse o último de Carrie Fisher enquanto a eterna Princesa Leia. Por outro lado, neste novo capítulo da saga, Rian Johnson segue um caminho ligeiramente diferente do seu antecessor. Cria excelentes momentos de humor, a par de uma história com bons plot twists e dá profundidade psicológica às personagens, desde as principais às secundárias.


São duas horas e meia que passam a voar na sala de cinema mesmo que este seja o capítulo mais longo da saga que, por coincidência, completa 40 anos este ano. Star Wars: Os Últimos Jedi é uma excelente forma de comemorar a data.

O filme de Rian Johnson continua a história de Star Wars: O Despertar da Força, de J.J. Abrams, e segue a luta da Resistência contra o Líder Supremo Snoke e sua Primeira Ordem, que tentam controlar a galáxia. Rey (Daisy Ridley) encontra-se com Luke Skywalker (Mark Hamill) e está determinada em convencê-lo a voltar para a Guerra contra o lado negro da Força.


A saga continua, desta feita com um argumento bem construído e cativante, para fãs ou simpatizantes. O bem e o mal continuam a sua luta pela vitória e todos querem o poder. É difícil chegar ao equilíbrio perfeito com o medo - que muito condiciona e faz ter atitudes impulsivas - e a raiva - faz esquecer a ponderação e os limites - a comandar, e quase todas as personagens deste filme o provam. À partida, os Jedi estão do lado dos bons mas também têm fraquezas e Star Wars: Os Últimos Jedi chegou para fazer revelações inesperadas e surpreender.


Rian Johson foi especialmente competente ao desenvolver cada personagem, dar-lhe uma história, um propósito, uma personalidade bem definida. A par disto, a relação entre personagens torna-se mais rica, mais genuína, com Rey e Kylo Ren a causar especial impacto na plateia. Adam Driver é sóbrio e convincente na pele desta personagem tão complexa e cheia de dúvidas.

Laura Dern e Benicio Del Toro são as duas participações que dão um pouco do seu brilho ao filme - Dern, especialmente, com um papel forte para o desenrolar da trama. Todos os enredos paralelos são construídos e bem encaixados no ritmo da longa-metragem, com opções de montagem muito dinâmicas.


A banda sonora traz de volta o veterano John Williams que tem sabido acompanhar a saga da melhor forma. A fotografia é potenciada pela opção de filmar em película, com a luz a fazer-se notar quase como personagem, em especial, mais perto do final da longa-metragem, onde as cores - o vermelho abunda sobre o branco - são outro ponto forte. 

Daisy Ridley e John Boyega os estreantes do filme anterior continuam o percurso mediano, com a actriz a mostrar que tem muita garra, Mark Hamill regressa com uma importância enorme e é um prazer voltar a vê-lo, Adam Driver mostra-se cada vez mais forte na pele de Kylo Ren, uma das personagens mais complexas e interessantes dos novos filmes, Carrie Fisher tem o tempo de antena merecido neste filme que é em sua homenagem e Oscar Isaac vê a sua personagem ganhar maior relevância na história e mostra o seu carisma.


Star Wars: Os Últimos Jedi respeita os 40 anos de História da saga e sabe, ao mesmo tempo, distinguir-se e inovar. Rian Johnson dá continuidade ao universo Star Wars com originalidade e é capaz de surpreender todos os fãs. 

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