quarta-feira, 23 de maio de 2018

Crítica: Godard, O Temível / Le Redoutable (2017)

"Politics is like shoes. There's a left and a right, but eventually you will want to go barefoot."Jean-Luc Godard

*4/10*

Parte da vida do mestre Jean-Luc Godard é filmada pelo vencedor de um Oscar Michel Hazanavicius, com Louis Garrel como protagonista, eis Godard, O Temível ou Le Redoutable, no original. Uma comédia biográfica leve mas algo pretensiosa é o resultado desta longa-metragem.

O foco de Le Redoutable é a história da relação amorosa entre o realizador Jean-Luc Godard e a actriz Anne Wiazemsky, que ficou marcada por uma mudança nos ideais do cineasta, numa época de manifestações, entre elas o Maio de 68.


É um curioso retrato do cineasta, interpretado com entusiasmo e esforço por Louis Garrel, que faz um bom trabalho, empenhado e atento ao detalhe, onde nem os tiques do realizador escapam. Stacy Martin faz um par curioso com o actor, e oferece uma interpretação com presença. A actriz faz-se notar e cativa atenções como Anne Wiazemksy.

Hazanavicius faz o que lhe compete, mas longe do que o Oscar que tem no curriculo faria esperar. Ele quer ser desafiador, inovador, coloca por vezes os actores a falar directamente para a câmara, como que desafiando as regras, mas não traz nada de marcante ou verdadeiramente original. É pretensioso, com diálogos exagerados, tal como escolheu levar as personagens até ao mais caricatural que pôde.


O ponto mais positivo é mesmo a opção de filmar em 35mm, a remeter um pouco para a época da acção. De resto, pouco mais encanto se encontra neste Godard, O Temível. É Hazanavicius, o presunçoso.

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