quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Crítica: Mutant Blast (2018)

*7/10*


Mutant Blast parece querer revolucionar a forma de ver cinema português em Portugal. Neste caso, pede-se mente aberta e sentido de humor para que haja empatia entre plateia e filme. Depois das curtas-metragens Papa Wrestling (2009) e Banana Motherfucker (2011), Fernando Alle aventura-se nas longas, com o mesmo registo sangrento e nonsense, repleto de humor negro e muito gore.

Para ver sem preconceitos, Mutant Blast é delirante e tem como principal propósito a diversão. Além do mais, a imaginação do realizador parece não conhecer limites...


Somos apresentados a Maria, uma destemida soldado, e a TS - 347, um homem com uma força sobre-humana, que estão a ser perseguidos por uma célula militar responsável por experiências científicas que deram origem a um Apocalipse zombie. Na fuga, irão deparar-se com Pedro, um sobrevivente que luta contra zombies com a mesma determinação com que luta contra uma enorme ressaca. Juntos, vão tentar fugir para um lugar seguro, mas surgem complicações pelo caminho, na forma de uma bomba nuclear.

Ora, se a desgraça já era grande, com o mundo infestado de uma espécie de zombies, tudo se torna ainda pior com as explosões. O caos instala-se e nada parece correr de feição nem a Maria, nem a Pedro. Algumas partes do corpo multiplicam-se (orelhas, olhos, braços...) outras transformam-se ou ganham "vida", e ainda há o surgimento de alguns animais gigantes - onde destaco a simpática lagosta Jean-Pierre. Os inimigos, por seu lado, também parecem propagar-se, para mal dos nossos heróis.


Pedro Barão Dias, Maria Leite e Joaquim Guerreiro funcionam bem juntos no grande ecrã. Desde o homem normal, que acorda com uma grande ressaca após a sua festa de aniversário num mundo onde sobram poucos humanos sãos; à mulher soldado de arma em riste, num contraste entre a fragilidade feminina e o seu poder militar e de liderança; ao super-humano, quase robótico, mas que está no lado dos bons e, apesar dos músculos, é também uma vítima do sistema.

A caracterização é dos pontos mais fortes de Mutant Blast, algo já também visto nas curtas-metragens anteriores de Fernando Alle; os efeitos especiais são outro destaque, pouco comum no panorama cinematográfico nacional.


Co-produzido pela norte-americana Troma Entertainment (o realizador, produtor e actor Lloyd Kaufman, um dos fundadores, está em Portugal para algumas sessões do filme), Mutant Blast traz divertimento garantido, com esta história fantástica, sangue a jorrar quase em cada plano, terror, comédia e até algum romance. Um desafio para o público.

5 comentários:

h disse...

Olá,

É tudo em português o filme, certo?

h disse...

Olá,

É tudo em português o filme, certo?

h disse...

Olá,

É tudo em português o filme, certo?

Inês Moreira Santos disse...

Olá h, sim, em português com uma pequena parte em francês (com legendas em PT).
Cumprimentos cinéfilos.

Margarida Oleiro disse...

Olá ! O filme é português e é uma mistura de gore, ficção científica e comédia. Vai buscar referências a Peter Jackson e Tarantino. É mesmo um filme a não perder !!!