O Doclisboa e a Cinemateca Portuguesa apresentam, em Outubro, uma retrospectiva dedicada ao cineasta norte-americano William Greaves (1926–2014).
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Nationtime (1972), William Greaves | Cartaz: Pedro Nora |
Figura notável do cinema documental e experimental afro-americano, a obra de William Greaves reflecte um compromisso com a justiça social, a memória histórica e a liberdade. A retrospectiva que o Doclisboa e a Cinemateca Portuguesa lhe dedicam é co-programada em conjunto com Scott MacDonald, um dos autores do livro William Greaves: Filmmaking as Mission, e oferece um olhar singular e revelador sobre o trabalho do actor, realizador, produtor e editor, e sobre o seu país, os Estados Unidos da América.
A Sessão de Antecipação da retrospectiva acontecerá, na esplanada da Cinemateca, a 4 de Julho, com a projecção do filme In the Company of Men (1969), um exercício psicodramático com trabalhadores negros e gestores brancos no Sul dos EUA. O programa completo dedicado a Greaves poderá ser descoberto de 16 a 26 de Outubro, no Doclisboa.
O cineasta começou a sua carreira nas artes performativas, antes de compreender “o poder do documentário como ferramenta de transformação social”, refere Scott MacDonald. Sem oportunidades para estudar realização documental nos EUA, mudou-se para o Canadá, e estudou no National Film Board. Regressa mais tarde ao seu país para criar a William Greaves Productions com a sua companheira, Louise Archambault Greaves.
Produziu, com um orçamento sempre reduzido, notícias para a US Information Agency, tendo sido produtor executivo e co-apresentador do Black Journal, episódios 1 – 24 (1968 – 1970), o primeiro programa de notícias transmitido por todo o país com foco na vida dos cidadãos afro-americanos. Greaves e o seu filho, David, documentaram ainda o primeiro combate entre Muhammad Ali e Joe Frazier, em Dezembro de 1970, que resultou no filme The Fight (1973).
O Doclisboa 2025 e a Cinemateca Portuguesa vão exibir, além dos já mencionados, filmes como The First World Festival of Negro Arts (1966), Space for Women (1981) e o filme-ensaio Symbiopsychotaxiplasm: Take One (1968), entre muitos outros.
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