terça-feira, 13 de maio de 2025

Sugestão da Semana #665

Das estreias da passada Quinta-feira (e para aproveitar os dias que restam - 13 e 14 de Maio - com filmes a 3,5€ no Cinema em Festa), a Sugestão da Semana destaca o filme Sonhar com Leões, de Paolo Marinou-Blanco, protagonizado por Denise Fraga e João Nunes Monteiro.

SONHAR COM LEÕES


Ficha Técnica:
Título Original: Sonhar com Leões
Realizador: Paolo Marinou-Blanco
Elenco: Denise Fraga, João Nunes Monteiro, Joana Ribeiro, Sandra Faleiro, Alexander Tuji Nam, Victoria Guerra, António Durães, Roberto Bomtempo, Dinarte de Freitas
Género: Comédia, Drama
Classificação: M/16
Duração: 87 minutos

domingo, 11 de maio de 2025

IndieLisboa 2025: Vencedores

O IndieLisboa 2025 anunciou este Sábado, 10 de Maio, os premiados desta 22.ª edição do festival lisboeta. On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni, conquistou o Grande Prémio de Longa-metragem da Competição Internacional. Nos galardões nacionais, destaque para Hanami, de Denise Fernandes, eleita a Melhor Longa a concurso, e para Paula Tomás Maques, que venceu o prémio de Melhor Realização por Duas Vezes João Liberada.

Eis a lista completa de premiados:

Competição Internacional de Longas-Metragens

Grande Prémio de Longa-Metragem Cidade de Lisboa (15 mil euros) 

On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni


Prémio Especial do Júri Canais TVCine (garante a aquisição dos direitos do filme para Portugal)

Vitrival – The Most Beautiful Village in the World, de Noëlle Bastin e Baptiste Bogaert


Competição Internacional de Curtas-Metragens 

Grande Prémio de Curta-Metragem EMEL (4000 euros)

Their Eyes, de Nicolas Gourault


Prémio Especial de Júri (500 euros) ex aequo

Servicio necrológico para usted, de María Salafranca

The Building and Burning of a Refugee Camp, de Dennis Harvey


Prémios Competição Nacional 

Prémio MAX para Melhor Longa-Metragem Portuguesa (5000 euros)

Hanami, de Denise Fernandes


Prémio Melhor Realização para Longa-Metragem (1000 euros)

Duas Vezes João Liberada, de Paula Tomás Marques

Menção Especial

Deuses de Pedra, de Iván Castiñeiras Gallego 


Prémio Melhor Curta-Metragem Portuguesa (2000 euros)

Antígona ou a História de Sara Benoliel, de Francisco Mira Godinho


Prémio Novo Talento McFly (5000 mil euros convertíveis em serviços de pós-produção de som)

La Durmiente, de Maria Inês Gonçalves


Novíssimos

Prémio Novíssimos (1000 euros e a promoção e venda do filme em questão pela Portugal Film)

Em Reparação, de Beatriz Machado Oliveira

Menções Honrosas

Winners, de Edgar Gomes Ferreira

Entre o Mar e a Ilha, de José Rodrigo Freitas. 


Silvestre

Prémio Honda Silvestre para Melhor Longa-Metragem (1500 euros) ex aequo

Ariel, de Lois Patiño

little boy, de James Benning


Prémio Silvestre Escola das Artes para Melhor Curta-Metragem (1000 euros)

Razeh-del, de Maryam Takafori


Prémio IndieMusic (1000 euros)

Orlando Pantera, de Catarina Alves Costa.

(Orlando Pantera tem sessão extra no IndieLisboa este Domingo, 11 de Maio, às 18h30, no Auditório Emílio Rui Vilar, Culturgest)


Prémio Amnistia Internacional (1500 euros)

On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni


Prémio MUTIM (250 euros) - curta-metragem da secção Novíssimos que melhor contribua para um imaginário cinematográfico não estereotipado no cinema português

Amanhã Não Dão Chuva, de Maria Trigo Teixeira. 

Menção Honrosa

Entre o Mar e a Ilha, de José Rodrigo Freitas. 


Prémio Escolas para Melhor Curta-Metragem

Antígona ou a História de Sara Benoliel, de Francisco Mira Godinho


Prémio Universidades para Melhor Longa-Metragem Portuguesa

Deuses de Pedra, de Iván Castiñeiras Gallego


O Prémio do Público [para as categorias de longa-metragem (1000 euros), curta-metragem (750 euros) e IndieJúnior (500 euros)] será conhecido na segunda-feira.

Toda a informação sobre o IndieLisboa 2025 em https://indielisboa.com/

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Cinema na TV generalista no fim-de-semana: Maio #2

IndieLisboa 2025: Zodiac Killer Project (2025)

*8/10*

Zodiac Killer Project é um filme sobre o filme que Charlie Shackleton nunca chegou a realizar. O cineasta pretendia adaptar ao cinema o livro The Zodiac Killer Cover-Up: The Silenced Badge, de Lyndon E. Lafferty, mas o que parecia quase certo, acabou por não acontecer, por oposição da família do autor em ceder os direitos do livro.

"Tal como nunca se provou quem foi o Zodiac Killer, também Charlie Shackleton não conseguiu avançar com a adaptação ao grande ecrã do livro The Zodiac Killer Cover-Up: The Silenced Badge de Lyndon E. Lafferty, que acreditava saber a identidade do criminoso elusivo. Mas isso não impediu Shackleton de fazer um-filme-sobre-o-filme-que-iria-fazer, numa evocação cinematográfica do género true crime. Zodiac Killer Project é imaginativo, intrigante e uma desconstrução magistral com direito ao mais belo pôr-do-sol."

Filmado em película de 16mm, Zodiac Killer Project leva a plateia aos (possíveis) locais onde o realizador queria filmar, enquanto relata todas as ideias já planeadas para cada local, para cada personagem. Ao mesmo tempo, recorre a excertos de conhecidos documentário e séries de true crime (que Shackleton parece ter devorado ao longo dos anos), nos quais ponderaria inspirar-se, recorrendo aos maiores clichés do género. E todos eles surgem na muito dinâmica e mordaz montagem do documentário.

Este filme resulta da frustração de Shackleton, que tinha todas as ideias já bem definidas, aplicando-as no documentário com muita criatividade e humor. É ele quem narra - mais ou menos - espontaneamente cada cena, e como deveria ter sido filmada, nessa obra que nunca chegou a acontecer. O realizador consegue tornar toda a experiência de visualização de Zodiac Killer Project numa entusiasmante caça ao assassino nunca descoberto. Tal como Shackleton, a plateia alinha facilmente nas teorias de Lyndon, por mais improváveis e divertidas que possam ser.

O realizador Charlie Shackleton esteve presente na sessão de abertura do Foco dedicado a si pelo IndieLisboa, na Cinemateca Portuguesa, e respondeu a algumas questões da plateia.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Estreias da Semana #665

Esta Quinta-feira, chegam às salas de cinema portuguesas onze novos filmes. Estes juntam-se a tantos outros títulos em cartaz, num convite irrecusável para aproveitar sessões de cinema a 3,50€ nos dias 12, 13 e 14 de Maio, por ocasião do Cinema em Festa.

A Lenda de Ochi (2025)
The Legend of Ochi
Numa aldeia remota da ilha de Carpathia, uma tímida rapariga da quinta chamada Yuri é criada para temer uma espécie animal esquiva conhecida como ochi. Mas quando Yuri descobre que um bebé ochi ferido foi deixado para trás, ela foge numa missão para o trazer para casa.

A Mais Preciosa Mercadoria (2024)
La plus précieuse des marchandises
Numa vasta floresta vivem um pobre lenhador e uma pobre lenhadora. O frio, a fome, a miséria e a guerra que os cercavam tornavam a vida quase insuportável. Um dia, a pobre lenhadora encontra um bebé, lançado de um dos muitos comboios que, sem cessar, atravessam a floresta. Protegido a todo o custo, aquele pequeno ser, aquela frágil mercadoria, irá transformar a vida da mulher, do seu marido e de todos os que cruzarem o seu caminho, inclusive a do homem que o atirou do comboio. A sua história revelará o pior e o melhor do coração humano.

A Raposa e a Lebre Salvam a Floresta (2024)
Fox and Hare Save the Forest
Um dia, a Raposa e a Lebre descobrem que a Coruja desapareceu. Com os seus amigos, procuram-na na floresta, mas descobrem um grande lago que não existia antes. Poderá o súbito aparecimento do lago ter alguma coisa a ver com o desaparecimento da Coruja?

Bird (2024)
Bailey, de 12 anos, vive com o pai solteiro Bug e o irmão Hunter num bairro pobre em North Kent. Bug não tem muito tempo para os filhos e Bailey, que se aproxima da puberdade, procura atenção e aventura noutro lugar.

Heart Eyes - Terror à Primeira Vista (2025)
Heart Eyes
Um assassino em série ataca Seattle, e dois colegas de trabalho que fazem horas extraordinárias no Dia dos Namorados são confundidos com um casal. Perseguidos pelo furtivo homicida, têm de passar a noite mais romântica do ano a correr pelas suas vidas.

Indomáveis (2025)
On Swift Horses
Estamos na década de 1950. Muriel e Lee, recém-casados, deixam o Kansas para começar nova vida em San Diego, com um emprego estável e uma casa onde podem constituir família. Entretanto, o irmão de Lee, Julius, regressa da Guerra da Coreia sem planos a longo prazo. Hábil no póquer, acaba em Las Vegas, onde faz vigilância num casino e conhece Henry, um mexicano que, tal como Julius, adora um bom jogo. Muriel e Julius correspondem-se, embora nenhum deles se aperceba do quanto têm em comum. Aborrecida por servir às mesas, Muriel começa secretamente a apostar nas corridas de cavalos - e a ganhar. Em simultâneo, encontra-se com Julius em jornadas paralelas envolvendo transgressões clandestinas que podem colocá-los num perigo que nenhum deles esperava.

O Ano Novo Que Não Aconteceu (2024)
Anul Nou care n-a fost / The New Year That Never Came
Ao entrelaçar os percursos de vida mais ou menos triviais de seis indivíduos que se cruzam num só dia em Bucareste, Mureşanu compõe uma tragicomédia em torno da revolução romena de 20 de Dezembro de 1989, que levou ao fim da ditadura comunista de Nicolae Ceaușescu, instalada no país desde 1964. Filmada em 4:3, em tons de cinza e de vários ângulos distintos, a obra transporta o espectador para a atmosfera opressiva e castradora que toldava o país naqueles dias e que nada ou ninguém previa poder desfazer-se e converter-se em liberdade.

O Diabo do Entrudo (2024)
O Entrudo de Lazarim é uma das celebrações carnavalescas mais genuínas e antigas em Portugal. O Diabo do Entrudo explora os fascinantes caretos e os seus trajes elaborados, oferecendo não apenas uma visão das festividades carnavalescas mas também uma reflexão sobre as dinâmicas de género e a perpetuação de costumes ancestrais transmitidos entre gerações numa antiga aldeia portuguesa. Destaca-se a forma como rituais e tradições permanecem vivos e são transmitidos de geração em geração, oferecendo uma perspectiva íntima e rica das transformações sociais e culturais ao longo do tempo.

Shadow Force - Perseguidos (2025)
Shadow Force
Kyrah e Isaac já foram os líderes de um grupo multinacional de forças especiais chamado Shadow Force. Quebraram as regras ao apaixonarem-se e, para protegerem o filho, passaram à clandestinidade. Com uma grande recompensa pelas suas cabeças e a vingativa Shadow Force no seu encalço, a luta da família transforma-se em guerra total.

Sonhar com Leões (2024)
Tragicomédia absurda sobre eutanásia e suicídio assistido. Gilda (Denise Fraga), uma imigrante brasileira que vive em Lisboa, chegou ao fim da linha. Professora de secundário reformada, com um humor sarcástico afiado como uma lâmina, tem apenas um ano de vida devido a um cancro maligno na medula espinal. O seu único desejo é morrer enquanto ainda é ela mesma, com dignidade e sem dor. No entanto, depois de quatro tentativas falhadas de suicídio, Gilda tem medo de tentar novamente, o que a leva a procurar a multinacional Joy Transition International, que organiza caros workshops sobre eutanásia e suicídio para pessoas numa fase terminal. É lá que conhece Amadeu (João Nunes Monteiro), um português, introvertido funcionário numa agência funerária, numa situação de vida aparentemente semelhante. Mas, enquanto Gilda é uma força da natureza que vê através das mentiras do mundo com o seu humor negro, Amadeu é um homem gentil, simples e reservado.

Terror nas Profundezas (2025)
Fear Below
A equipa de mergulhadores que tenta recuperar o ouro escondido num carro submerso num rio é impedida por um tubarão-touro agressivo, mas depressa percebe que outra ameaça pode estar à superfície.

*editado a 9 de Maio de 2025, com a adição de O Diabo do Entrudo à lista de estreias.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

IndieLisboa 2025: Primeira Pessoa do Plural (2025)

"Vês coisas ainda?"
Irene


*5/10*

Sandro Aguilar é um realizador com uma estética e narrativa muito próprias na sua filmografia. Primeira Pessoa do Plural é uma nova incursão num drama fantasioso e cheio de devaneios de realizador e personagens.

"Mateus Lagoa e a sua esposa Irene preparam-se para celebrar o vigésimo aniversário de casamento num luxuoso resort numa ilha tropical, deixando o filho adolescente perigosamente à deriva."

Ao longo da história que conta, Primeira Pessoa do Plural é um delírio, seja devido aos efeitos secundários das vacinas contra as doenças tropicais que os protagonistas tomaram, seja por vontade do realizador, que experimenta sem pudores várias opções cinematográficas. 


Os actores, em especial Albano Jerónimo (como Mateus, mas que vai tendo uma variedade de outros nomes ao longo da longa-metragem), aproveitam a liberdade criativa do cineasta e do próprio filme, e exploram os seus limites, entre as febres altas, os sonhos vívidos e as sensações que uma viagem tropical poderia causar. O filho do casal, que fica em Portugal, apesar de não padecer de efeitos secundários, parece contagiar-se pelo descontrolo dos pais, e vive solitário entre traumas do passado e os desafios da adolescência.

A par da loucura febril de Mateus e Irene, o luto paira como uma assombração sobre o casal e o seu filho, cada um com a sua forma de lidar com ele. Um quarto vazio de gente, um velório inusitado, tudo se confunde entre o real e o delírio - mas a dor mais profunda está verdadeiramente presente.


A direcção de fotografia de Rui Xavier é exímia neste experimentalismo de Aguilar, e aproveita cada particularidade para criar um quadro vivo, tirando partido de alguns dos adereços que as personagens usam ou que as rodeiam - nota positiva para direcção artística e guarda-roupa. Já a montagem arriscada acentua a desconexão de acontecimentos e a confusão mental das personagens.

Todavia, o grande defeito de Primeira Pessoa do Plural é que, efectivamente, não chegará ao Nós a que o título apregoa. Fiel a si, Sandro Aguilar parece filmar sempre na primeira pessoa do singular. É um exercício de estilo e de ideias soltas, com algum humor à mistura, mas sem se conectar com o público. E aí está a sua maior falha.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Sugestão da Semana #664

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca The Shrouds - As Mortalhas, de David Cronenberg. Não será um filme para todos os gostos, mas um desafio para os mais corajosos.

THE SHROUDS - AS MORTALHAS


Ficha Técnica:
Título Original: The Shrouds
Realizador: David Cronenberg
Elenco: Vincent Cassel, Diane Kruger, Guy Pearce, Sandrine Holt, Elizabeth Saunders
Género: Drama, Ficção Científica, Terror, Thriller
Classificação: M/14
Duração: 120 minutos