sexta-feira, 24 de outubro de 2025
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Estreias da Semana #689
terça-feira, 21 de outubro de 2025
Doclisboa 2025: With Hasan in Gaza (2025)
*7/10*
With Hasan in Gaza, de Kamal Aljafari, foi o filme de abertura do Doclisboa 2025, com sala cheia no Cinema São Jorge.
"Três cassetes Mini DV que documentam a vida em Gaza em 2001 foram recentemente recuperadas. O que começou como uma busca por um antigo companheiro de prisão de 1989 transformou-se numa viagem do norte ao sul de Gaza com Hasan, um guia local. Uma reflexão cinematográfica sobre a memória, a perda e a passagem do tempo, registando uma Gaza antiga e vidas que talvez nunca mais se encontrem."
O documentário de Kamal Aljafari é, antes de mais, um registo histórico de uma Gaza que já não existe. A destruição e os conflitos - que se intensificaram nos últimos dois anos - já se faziam sentir há décadas e Kamal não só filma a destruição como a vida "normal" numa zona constantemente atacada.
Kamal e Hasan percorrem as praias, as ruas, os mercados ou os bairros mais fustigados pelos ataques diários, passam junto dos postos de controlo, dos campos de refugiados, tudo bem ali ao lado. Conversam com quem se cruzam, ouvem as queixas de uns e a esperança de outros, até que Kamal fala também da sua experiência na prisão, em finais dos anos 80. Da janela de casa de Hasan, o realizador filma alguns ataques de morteiros entre os dois lados do confronto - o terror da realidade à janela, enquanto Hasan vê televisão na sala: mais uma noite habitual.
A importância de With Hasan in Gaza, para além do registo das imagens que não se repetirão e dos cenários (e pessoas) que desapareceram, são as inúmeras crianças que rodeiam o realizador, de sorriso aberto e curioso, e que tanto querem aparecer, ser "fotografadas". Que será feito delas, agora adultas, se tiverem sobrevivido a esta guerra interminável?
Para o realizador, este documentário é "Uma homenagem às pessoas, a tudo o que foi apagado e que recordei neste momento urgente da existência – ou não existência – palestiniana. É um filme sobre a catástrofe e a poesia que resiste". Uma redescoberta ainda mais importante nos tempos que correm, que convida a uma profunda e difícil reflexão.
Sugestão da Semana #688
sábado, 18 de outubro de 2025
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Estreias da Semana #688
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Crítica: Tron: Ares (2025)
"I like Mozart. I say, if I'm being honest, I prefer Depeche Mode."
Ares
*4.5/10*
O regresso ao universo Tron faz-se 15 anos depois do último filme, Tron: O Legado; e 43 anos após a estreia da saga, realizada por Steven Lisberger e protagonizada por Jeff Bridges, que foi um marco na ficção científica, quer pelo argumento como pelos efeitos visuais, muito inovadores para a época.
"Tron: Ares segue um programa altamente sofisticado, Ares, que é enviado do mundo digital para o mundo real numa missão perigosa, marcando o primeiro encontro da humanidade com seres de I.A."
Realizado por Joachim Rønning, Tron: Ares deixa os videojogos para trás. Agora ganham cena a Inteligência Artificial (des)generativa e as grandes tecnológicas - no caso, trata-se de duas grandes rivais: do lado do "bem" está a antiga empresa dos Flynn, agora administrada por Eve Kim (Greta Lee); do outro, estão Julian (Evan Peters) e Elisabeth (Gillian Anderson) Dillinger (em 1982, o patriarca Ed foi o principal rival de Kevin Flynn).
Enquanto nos primeiros filmes, a realidade entrava para dentro dos computadores, em 2025, o caminho é o inverso: são os programas de IA que saltam para o mundo real, quais soldados automatizados, prontos para serem capitalizados, a todo o custo (por Julian Dillinger).
Ares (um Jared Leto calmo e quase maquinal, numa personagem que não exige muito do seu talento) é o protagonista deste terceiro filme Tron, um programa de IA criado para ser um super soldado - mas que ainda precisa de bastante afinação. Equipado a preto e vermelho, eis o trunfo de Dillinger, mas, para ser perfeito, Julian precisa de algo que está na posse de Eve. E eis que o confronto começa, num argumento que se revela fraco e previsível.
Quando Ares parece começar a ganhar algumas características humanas (como dúvidas e sentimentos), o filme ganha algum fôlego. O mesmo acontece quando Jeff Bridges regressa à sua Grid, num bom momento de regresso ao passado. Tecnicamente, destaque para as excelentes sequências de perseguição de motos, no meio de um trânsito caótico; e para os efeitos especiais muito competentes (todavia, sem qualquer necessidade de sessões em IMAX 3D). Mas o maior trunfo de Tron: Ares é, sem sombra de dúvida, a banda sonora de Nine Inch Nails. É nela que está a aura que o argumento não foi capaz de captar, o fascínio da saga que esta longa-metragem não consegue transmitir.
Ainda assim, e apesar de algumas referências que agradarão aos fãs mais acérrimos, a nostalgia do filme de 1982 fica quase perdida, num mundo que não está longe dos tempos actuais, dominado pelas grandes empresas tecnológicas. A lógica da empresa boa e da empresa má não é nada credível nos dias que correm, e é muito difícil encarar tal coisa como possibilidade, mesmo que ficcional.
Que voltem os videojogos de Flynn, pois, para desapontante, já basta o mundo real.
terça-feira, 14 de outubro de 2025
Sugestão da Semana #687
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