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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Sugestão da Semana #204

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca The Revenant - O Renascido, com Leonardo DiCaprio. A crítica pode ser lida aqui.

THE REVENANT - O RENASCIDO


Ficha Técnica:
Título Original: The Revenant
Realizador: Alejandro González Iñárritu
Actores: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter, Emmanuel Bilodeau, Domhnall Gleeson, Paul Anderson
Género: Aventura, Drama, Thriller
Classificação: M/14
Duração: 156 minutos

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Crítica: The Revenant - O Renascido (2015)

"As long as you can still grab a breath, you fight. You breathe... keep breathing."
Hugh Glass
*8/10*

Alejandro González Iñárritu abandona as fantasiosas asas de Birdman e atira-se de cabeça num projecto grandioso. The Revenant - O Renascido foi duro de filmar e é duro de assistir, mas assim dá gosto ir ao cinema. Leonardo DiCaprio já não tem nada a provar, mas aqui, quase sem abrir a boca, tem provavelmente um dos desempenhos mais estrondosos do ano. 

Inspirado em factos verídicos, a longa-metragem segue uma expedição pelo desconhecido território americano, no século XIX, até que Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) é atacado por um urso e deixado como morto pelos seus companheiros. Na luta pela sobrevivência, Glass resiste a um sofrimento inimaginável, bem como à traição de John Fitzgerald (Tom Hardy), um dos seus companheiros de expedição. Guiado pela sede de vingança e o amor da sua família, Glass terá de enfrentar um Inverno rigoroso numa busca incessante pela sobrevivência e redenção.


Duro, sujo, violento, The Revenant - O Renascido percorre uma narrativa simples com um protagonista ferido movido pela vingança. O caminho é longo, árduo e perigoso e a longa-metragem perde o fôlego a dado momento, entre tanta neve numa jornada que parece não ter fim. Contudo, Glass não está sozinho: tem a dupla Iñárritu/DiCaprio a acompanhá-lo e não o deixa perder-se. E nós, sem darmos conta, queremos acompanhar o protagonista até ao fim.

The Revenant coloca-nos no terreno, neste jogo de interesses onde Glass é abandonado à sua sorte, ou à sua morte. Americanos, índios e franceses, ninguém é inocente. No meio da guerra, a câmara de Iñárritu deixa-nos perdidos, desnorteados como cada personagem, à mercê de animais ferozes, de temperaturas geladas, de inimigos que espreitam atrás de cada árvore.

Os planos-sequência (de que o realizador tanto gosta) abundam - especialmente na primeira metade do filme - e são os responsáveis pelo envolvimento da plateia nos cenários gélidos e sangrentos. As sensações são intensificadas pela câmara irrequieta e tão próxima dos actores que sente o seu bafo ou fica salpicada com o seu sangue. Ao mesmo tempo, a direcção de fotografia é soberba, com Emmanuel Lubezki ao comando, ele que tão bem sabe trabalhar com a luz, potenciando as cores e a iluminação como poucos. A banda sonora funde-se de tal modo com a acção que parece fazer parte dela, intensifica o ambiente tenso e aterrador e, no conjunto, consegue fazer-nos sentir o odor a sangue e a morte, o cheiro da terra molhada, das árvores e do fogo.

E se o virtuosismo técnico por vezes se sobrepõe - a um ponto tão estranho que nos faz sentir quase esta quarta dimensão -, também é ele que, mais perto do fim, nos faz ansiar pelo desfecho, que procuramos, atentos e com verdadeiro interesse, desde o início. Iñárritu marca de tal forma o seu estilo que chega a ser frenético e o seu ritmo acaba por extenuar a plateia.


Leonardo DiCaprio tem um desempenho assombroso, de uma exigência física imensa. Sem falas durante grande parte do filme, o actor sabe servir-se do corpo e das expressões faciais para dizer muito mais do que as palavras o permitiriam. Tom Hardy, por sua vez, consegue encarnar na perfeição o homem ausente de sentimentos, com uma maldade imensa a pairar sobre si, sem arrependimentos. Mais um grande desempenho de um actor que ainda continua a ser subvalorizado.

The Revenant - O Renascido é uma experiência inebriante e cruel para o espectador. Um filme pesado, onde o instinto de sobrevivência é alimentado pelo desejo de vingança, numa jornada violenta e visceral. Desta vez, Iñárritu exibe-se mas com brilhantismo e proporciona aos actores um desafio como poucos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Crítica: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) / Birdman (2014)

"Listen to me. I'm trying to do something important."
Riggan
*6.5/10*

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) voa alto mas não chega muito longe. A experiência de Alejandro González Iñárritu, onde a técnica predomina, não consegue sustentar-se apenas da sua estética, com o argumento a fazer tudo cair por terra (ou perder-se para sempre nos céus). 

Birdman apresenta-nos Riggan Thomson (Michael Keaton), um actor famoso por ter interpretado um super-herói icónico, que agora planeia montar uma peça de teatro numa tentativa de recuperar o reconhecimento de outros tempos. Nos dias que antecedem a noite de abertura, Riggan luta contra o seu ego e tenta recuperar a sua família, a sua carreira e ele próprio.

Entre o drama do desequilibrado actor cujos tempos de glória ficaram esquecidos e a crítica feita nada mais nada menos que aos críticos de arte, nada é consistente, nem mesmo os motivos que regem os actos do nosso protagonista. O argumento faz-nos entrar nos bastidores do teatro, mas foca-se essencialmente nos delírios de Riggan, este actor fracassado, rodeado ele mesmo de outros colegas (e familiares) com visíveis problemas psicológicos - cada um à sua maneira. E no meio de um antro de desequilíbrios mentais com vozes que nos perseguem e poderes telecinéticos, corridas a nu pela rua ou voos pelos céus como o super-herói que ficou no passado, o espaço de reflexão que é deixado à plateia é mínimo ou nem sequer existe. Não se extrai muito desta história, que podia ter verdadeiramente muito para dar, mas que se perde em delírios.


A acompanhar, a originalidade técnica não salva Birdman. É, sem dúvida, um prodígio de realização, filmado de forma a fazer-nos crer que tudo foi rodado num só take, com cortes quase invisíveis, acompanhado por uma direcção de fotografia sublime - mais uma vez Emmanuel Lubezki candidata-se fortemente a levar o Oscar para casa. O trabalho de direcção artística é excelente (estão lá todos os pormenores dos bastidores do teatro), os efeitos especiais adensam o imaginário alucinatório de Birdman e a banda sonora, onde a percussão domina, acompanha tudo na perfeição. Mas, neste caso, por muito perfeita que seja a forma, ela não faz valer o conteúdo. Denota-se um certo pretensiosismo de Iñárritu, que poderia realmente ter aqui uma obra inesquecível, mas que não a constrói com equilíbrio - o mesmo que falta às personagens.


Nas interpretações, destaque para Michael Keaton que se mostra muito acima da média e surpreende na pele do protagonista Riggan Thomson, com quem tem inevitavelmente algumas semelhanças. Ambos famosos por interpretar um super-herói, Keaton distingue-se de Riggan por ter neste filme o papel que o traz de volta ao reconhecimento público.

E assim chega Birdman, com um argumento fantasioso, que levanta interessantes mas preguiçosas questões, e cuja magia técnica não o consegue elevar ao mais alto dos céus, com ou sem as asas do protagonista.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sugestão da Semana #150

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o tão esperado Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância).

BIRDMAN OU (A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA)


Ficha Técnica:
Título Original: Birdman 
Realizador: Alejandro González Iñárritu 
Actores:  Michael Keaton, Zach Galifianakis, Edward NortonEmma StoneNaomi Watts
Género: Comédia, Drama
Classificação: M/12
Duração: 119 minutos