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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

MDOC 2024: Vencedores

My Stolen Planet, de Farahnaz Sharifi, foi o grande vencedor da  10.ª edição do MDOC - Festival Internacional de Documentário de Melgaço. O filme conquistou o Prémio Jean-Loup Passek para Melhor longa-metragem internacional.

© My Stolen Planet

Les Chenilles, de Michelle e Noel Keserwany, venceu o prémio para Melhor curta ou média-metragem. Já o galardão para Melhor documentário português foi para Tânia Dinis com Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas.

Eis a lista completa de vencedores:

Prémio Jean-Loup Passek para Melhor Documentário Internacional 

My Stolen Planet, de Farahnaz Sharifi

Menção Honrosa

No Other Land, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor

Melhor Documentário Português

Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas, de Tânia Dinis

Menção Especial

A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro

Prémio Jean-Loup Passek para Melhor Curta ou Média-metragem 

Les Chenilles, de Michelle e Noel Keserwany 

Menção Especial

Percebes, de Alexandra Ramires, Laura Gonçalves

O júri oficial desta edição do MDOC — Festival Internacional de Documentário de Melgaço foi composto por Angelos Rallis (Grécia), Irina Trocan (Roménia), Mohammadreza Farzad (Irão), Raquel Schefer (Portugal) e Truls Lie (Noruega).

Destaque ainda para o Prémio D. Quixote (da IFFS – Federação Internacional de Cineclubes atribuído em Festivais de Cinema seleccionados) que coube este ano a No Other Land, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor na secção de Melhor Longa-metragem, sendo que a Melhor Curta ou Média-metragem foi para A Beautiful Day, de Stefano Obino.

Mais informações sobre o MDOC em https://mdocfestival.pt/pt/.

sábado, 20 de julho de 2024

MDOC 2024: Programação completa

Já é conhecida a selecção oficial do MDOC - Festival Internacional de Documentário de Melgaço. O festival acontece de 29 de Julho a 4 de Agosto.

A questão palestiniana, os direitos humanos, as migrações, o colonialismo, o ambiente e as questões de género são os temas centrais numa edição comemorativa do 10.º aniversário do festival, marcada por 22 estreias no grande ecrã. Há 31 filmes a concurso no MDOC: 21 longas-metragens e 10 curtas e médias-metragens.

Selecção Nacional

São nove os documentários portugueses a integrar a competição da 10.ª edição do MDOC, entre os quais a curta-metragem de animação premiada no Festival de Annecy, Percebes, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, e A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro, que esteve na Quinzena dos Cineastas, em Cannes.

Percebes retrata o ciclo de vida e da apanha deste crustáceo no Algarve, tocando na temática do turismo massificado, e com testemunhos de habitantes locais. Já A Savana e a Montanha "retrata a luta dos habitantes de Covas de Barroso (concelho de Boticas) contra uma multinacional britânica – Savannah Ressources – que pretende construir a maior mina de lítio a céu aberto da Europa a poucos metros dos terrenos e casas da aldeia". Um documentário de resistência, com toques de western e fantasia. 

Além destes dois títulos juntam-se ainda mais sete documentários candidatos aos prémios Jean-Loup Passek D. Quixote (atribuído pela Federação Internacional de Cineclubes): Couto Mixto, de João Gomes"sobre a magia de um lugar, um estado independente de identidade híbrida galega e portuguesa"Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas, de Tânia Dinis"relato ficcional e documental sobre várias mulheres que, entre os anos 40 e 70, vieram para a cidade do Porto trabalhar como criadas de servir"Um mergulho em água fria, de Raquel Loureiro Marques, sobre imagens que deram forma ao imaginário de família da realizadora; Fogo no Lodo, de Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca"que retrata a guerra colonial vivida entre os balanta conhecidos como 'aqueles que resistem' (povo com forte tradição de resistência ao colonialismo português)"As Melusinas à margem do rio, de Melanie Pereira"uma conversa/reflexão com quatro mulheres sobre as suas identidades incertas e fragmentadas - o que é ser imigrante sem o ser, e ser luxemburguesa sem o ser"Clandestina, de Maria Mire, é "um mergulho no passado e na vivência de Margarida Tengarrinha que entra na clandestinidade em Portugal e se torna falsificadora por militância política"; e Histórias de Contrabandistas, de Agnes Meng"um viagem pelas memórias da aldeia de fronteira de Tourém onde se cruzaram vidas difíceis, aventuras inesquecíveis e histórias sobre o 'ninho de contrabandistas'".

Regressa a secção X-RAYDOC, dedicada à análise de filmes “cuja importância seja indiscutível para uma História do Documentário na qual se releva, como elemento estruturante, a relação com o outro, em contexto", com coordenação de Jorge Campos, jornalista, cineasta e programador cultural. A este juntar-se-á o jornalista do Público, Sérgio C. Andrade, para uma conversa-debate em torno do filme Adeus, Até ao Meu Regresso (Portugal, 1974), documentário de António-Pedro Vasconcelos, realizado para televisão em dezembro de 1974. O X-RAYDOC acontece a 3 de Agosto, às 10h00, na Casa da Cultura de Melgaço. No mesmo espaço e à mesma hora, mas a 2 de Agosto, tem lugar a masterclass sobre o cinema como lugar de disputa de memória e as potencialidades visuais e sonoras, com José Filipe Costa, realizador de várias curtas-metragens e documentários, entre os quais Prazer, Camaradas! (2019), Linha Vermelha (2011), Entre Muros (2002) e Senhorinha (1999).


Selecção Internacional

A questão palestiniana está muito presente no MDOC 2024, com três leituras diferentes sobre o conflito: Un Long Chemin Vers la Paix, de Tal Barda, "um manifesto de tolerância de um médico palestiniano que viu as suas três filhas mortas por um tanque israelita"; Voyage à Gaza, de Piero Usberti, com "a perspetiva de um 'viajante estrangeiro”' que chega a Gaza na Primavera de 2018 e é confrontado com as histórias de Sara, uma trabalhadora humanitária, Mohanad, um comunista convicto e Jumana, uma aspirante a advogada"; em No Other Land, "do colectivo Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham, Rachel Szor, durante meia década, Adra (que também é activista e advogado) filmou as aldeias de Masafer Yatta no sul da Cisjordânia a serem destruídas pela ocupação israelita, ao mesmo tempo que constrói uma aliança improvável com um jornalista israelita".

A questão dos direitos humanos é uma das temáticas patente nos filme Of Caravan and the dogs, de Askold Kurov, que "aborda a asfixia do discurso e do pensamento independentes na Rússia de Putin" e, em Democracy Noir, de Connie Field, "uma jornalista, uma política e uma activista decidem denunciar a natureza autocrática e populista do regime de Viktor Orbán, presidente húngaro que, actualmente, assume a presidência rotativa da União Europeia".

A falta de direitos e a situação da mulher está também presente em filmes como My Stolen Planet, da realizadora iraniana Farahnaz Sharif, "forçada a imigrar", ou Maydegol, de Sarvnaz Alambeigi, testemunho de "uma adolescente afegã imigrada no Irão e a luta pelos seus direitos contra a discriminação e a violência". The Takeover, de Anders Hammer, "filmado quando os talibãs retomaram o poder no Afeganistão", "retrata a rápida transformação do país e das mulheres que se recusam a perder os seus direitos".

Questões pós-coloniais são abordadas em filmes como The Battle for Laikipia, de Daphne Matziaraki e Peter Murimi, que mostra "como a crise climática está a despertar tensões em Laikipia, região do Quénia, onde os descendentes dos britânicos, que para lá emigraram e possuem grande parte das terras, e os indígenas, criadores de gado e assolados por uma seca, estão em concorrência directa"; e em Fogo no lodo, de Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, regressam "as memórias da guerra colonial".

A temática das migrações é abordada no já referido As Melusinas à margem do rio, de Melanie Pereira; e em Les Chenilles, Michelle Keserwany e Noel Keserwany, em que, através da história de duas jovens imigrantes em França (provenientes da Síria e do Líbano), se mostram "os efeitos dos acontecimentos históricos nas suas vidas: a mudança que a deslocação impõe, as condições de trabalho, as diferenças culturais"Night of the coyotes, de Clara Trischler, é uma tragicomédia cheia de ironia, que "documenta como os habitantes de uma aldeia mexicana - que ficou praticamente deserta devido à imigração dos seus habitantes para os Estados Unidos - inventaram um jogo em que oferecem aos turistas a oportunidade de experimentarem a migração ilegal através da fronteira americana, isto para evitar que a aldeia desapareça".

Questões ligadas ao ambiente são levantadas por filmes como o já referido A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro; Black snow, de Aline Simone, "segue uma dona de casa russa, Natalia Zubkova, que denunciou um desastre ecológico na sua cidade natal, Kiselyovsk, na Sibéria, provocado pela mineração do carvão a céu aberto, o que fez dela uma inimiga do Estado"; e As the tide comes in, de Juan Palacios e Sofie Husum Johannese, mostra "como os 27 residentes de uma ilha dinamarquesa se apegam à sua identidade de ilhéus e enfrentam o risco de inundações provocadas pelas alterações climáticas".

Além da competição oficial, o MDOC apresenta um vasto programa, que integra uma Oficina de Documentário, residências de cinema e fotografia, masterclass, análise de um filme documentário de referência, estreia de seis exposições, um curso de Verão e o habitual CINEférias e o Salto a Melgaço (que inclui, nos dias 3 e 4 de Agosto, a projecção de filmes, visita a exposições, ao Museu de Cinema Jean-Loup Passek, ao Espaço Memória e Fronteira e às Termas de Melgaço).

Toda a informação sobre o MDOC em https://mdocfestival.pt/pt.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

MDOC - Festival Internacional de Cinema Documental de Melgaço regressa de 29 de Julho a 4 de Agosto

O MDOC - Festival Internacional de Cinema Documental de Melgaço está de regresso de 29 de Julho a 4 de Agosto para a sua 10.ª edição, com foco nos 50 anos do 25 de Abril.

O festival recebe submissões de filmes até 19 de Maio e estão abertas as inscrições para as residências de cinema e fotografia, e para a oficina de cinema. 

No ano em que completa uma década de existência, o MDOC "continua a apostar na apresentação de documentários com expressão cinematográfica que interrogam o mundo em que vivemos e nos desafiam a debater questões universais com foco nos direitos humanos", referiu Carlos Eduardo Viana, coordenador do MDOC.

Residências e oficinas com foco na Revolução em diferentes geografias

Este ano, o MDOC assinala as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril com um plano de actividades alusivas ao tema. O Fora de Campo – Curso de Verão está de regresso e, de 29 de Julho a 4 de Agosto, "será ponto de encontro de pesquisa, debate e desenvolvimento de práticas criativas de várias proveniências". O tema Cinema e Revolução estará na "mesa de trabalhos abordando temas diversificados e várias geografias (como a Democracia em Vertigem do Brasil; Chile, em busca das imagens dos sonhos; Reflexos e memórias da transição espanhola; as Revoluções nas paisagens; Foto memória; África, cinema e revolução, entre outros temas)". Mais informação e conteúdo programático encontra podem ser consultados em https://mdocfestival.pt/pt/foradecampo e as inscrições devem ser feitas até 15 de Julho em https://mdocfestival.pt/pt/foradecampo-form.

No que toca às residências cinematográficas e fotográficas, no âmbito do Plano Frontal, que decorre entre 26 de Julho e 4 de Agosto, Pedro Sena Nunes irá orientar a residência Produzir um documentário, "desafiando quatro equipas a realizarem quatro documentários sobre temas locais que lhes serão propostos. A ideia passa por abordar a história da região e contribuir para a criação de um arquivo audiovisual sobre o património imaterial de Melgaço. Cada equipa selecionada usufruirá de uma bolsa no valor de 5 000€, para pagamento de despesas relacionadas com estadia, apoio técnico, produção e tutoria". As candidaturas devem ser feitas até 30 de Junho em https://mdocfestival.pt/pt/residencia-cinema-form, e o regulamento esta disponível em https://mdocfestival.pt/pt/residencia-cinema-regulamento.

No âmbito do Plano Frontal - Residência Fotográfica, durante dez dias (entre 26 de Julho e 4 de Agosto), "os participantes serão desafiados a fotografar sobre temas locais que lhes serão propostos. Esta residência, orientada também por Pedro Sena Nunes, tem como intuito promover a fotografia e incentivar ao aparecimento de novos fotógrafos. Os custos associados serão suportados por uma bolsa individual no valor de 2 000€". As candidaturas devem ser feitas até 30 de Junho em https://mdocfestival.pt/pt/residencia-fotografica-form, o regulamento esta disponível em https://mdocfestival.pt/pt/residencia-fotografica-regulamento.

As oficinas do MDOC regressam à Escola Secundária de Melgaço, entre 29 de Julho e 1 de Agosto, onde a realizadora Catarina Mourão (A Toca do Lobo e Astrakan 79) vai orientar a oficina de Cinema – Documentário “A Casa e o Mundo”. A cineasta "irá partilhar o seu processo criativo e promete desafiar os participantes a pensarem em diferentes abordagens da realidade, filmarem o conflito, o improviso, o Outro, e trabalhar num exercício prático que reflita a voz, uma abordagem pessoal, uma memória ou diferentes temporalidades". A inscrição poderá ser feita até 15 de Julho em https://mdocfestival.pt/pt/oficina-a-casa-e-o-mundo-form.

Toda a informação sobre o Festival Internacional de Cinema Documental de Melgaço em: https://mdocfestival.pt/pt.