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domingo, 5 de fevereiro de 2023

Sugestão da Semana #546

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Os Espíritos de Inisherin, de Martin McDonagh, com Colin Farrell e Brendan Gleeson nos principais papéis.

OS ESPÍRITOS DE INISHERIN


Ficha Técnica:
Título Original: The Banshees of Inisherin
Realizador: Martin McDonagh
Elenco: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon, Barry Keoghan, Gary Lydon, Pat Shortt
Género: Comédia, Drama
Classificação: M/14
Duração: 114 minutos

domingo, 14 de janeiro de 2018

Sugestão da Semana #307

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Três Cartazes à Beira da Estrada, de Martin McDonagh. A crítica do Hoje Vi(vi) um Filme pode ser lida aqui.

TRÊS CARTAZES À BEIRA DA ESTRADA


Ficha Técnica:
Título Original: Three Billboards Outside Ebbing, Missouri
Realizador: Martin McDonagh
Actores: Frances McDormandSam Rockwell, Woody Harrelson, John Hawkes, Caleb Landry JonesPeter Dinklage, Abbie Cornish, Lucas Hedges, Zeljko Ivanek
Género: Crime, Drama
Classificação: M/16
Duração: 115 minutos

sábado, 13 de janeiro de 2018

Crítica: Três Cartazes à Beira da Estrada / Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (2017)

"What's the law on what ya can and can't say on a billboard?" 
Mildred Hayes

*9/10*

Três Cartazes à Beira da Estrada é um grande murro no estômago. Um filme amargo, com personagens tão reais e profundas interpretadas por actores que põem alma no que fazem. Martin McDonagh escreveu e realizou um daqueles filmes que não nos vamos cansar de rever, partilhar dúvidas, esperanças, mágoas e clamar por justiça.

Depois de meses sem ser encontrado o culpado no caso do homicídio da sua filha, Mildred Hayes (Frances McDormand) faz uma jogada ousada ao alugar três cartazes à entrada da cidade com uma mensagem polémica dirigida a William Willoughby (Woody Harrelson), o respeitado chefe de polícia da cidade. Mas quando o seu adjunto Dixon (Sam Rockwell), um menino da mamã imaturo com uma inclinação para a violência, se envolve, a batalha entre Mildred e a lei de Ebbing, descontrola-se.


Martin McDonagh coloca-nos numa pequena cidade sulista, de velhos costumes e pouca vontade de mudar. Apresenta-nos, desde logo, a uma mulher de armas, com excelente visão publicitária, que decide alugar três velhos outdoors perto de sua casa para pressionar a polícia a fazer o seu trabalho. E sete meses depois, o crime não resolvido volta a estar em cima da mesa e nas bocas de todos os habitantes - e visitantes. Os três cartazes passam a ser o seu maior tesouro.

A violência policial, actos irreflectidos, arrependimentos e relações familiares são alguns dos temas que constroem a história amarga e de desesperança que McDonagh nos conta - e que belo contador de histórias. O guião traz coerência e realismo, mas sabe igualmente como introduzir o humor, um humor sombrio, mordaz, que também dói.


No meio da forte crítica social de Três Cartazes à Beira da Estrada - a que nem a Igreja escapa -, destacam-se os actores e as suas personagens. Frances McDormand é uma força da Natureza na pele de Mildred Hayes, uma mãe-justiceira, sem medo de consequências, sem remorsos, sem papas na língua. Ela nunca sorri, é fria, dura, mas também chora. Já foi vítima, mas aprendeu a não se sentir intimidada por nada, desafia a autoridade e as provocações e protege os seus como pode. Sam Rockwell é um camaleão como Dixon, o homem intragável, intratável, violento e com um ódio desmedido que toma conta dos seus actos. É uma criança grande, que veste farda e usa armas, enquanto não larga os headphones ou as revistas de banda desenhada. A sua personagem sofre uma grande transformação ao longo do filme e há valores que vamos descobrindo neste homem imaturo que nos vão surpreender. Woody Harrelson é o desafiado chefe da polícia, um dos bons, mas impotente, desencantado, é um homem em claro sofrimento. O trio de actores tem desempenhos tão credíveis que tudo o que vemos poderia ser real.


Três Cartazes à Beira da Estrada é uma história de luta, revolta, batalhas infrutíferas, preconceitos, impunidade, onde, no meio do drama, surge o humor inusitado, sarcástico. Afinal, há que rir da própria desgraça.