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segunda-feira, 4 de maio de 2015

IndieLisboa'15: Vencedores



O último dia do IndieLisboa'15 ficou marcado pelo anúncio dos vencedores desta edição. Os grandes galardoados da noite foram Os Olhos de André, que conquistou três prémios, e Aferim!, que arrecadou dois, entre eles o grande prémio da noite. Nas curtas-metragens, o destaque vai para o português Fora da Vida e End of Summer.


Nos próximos dias, o Hoje Vi(vi) um Filme continuará a publicar críticas dos filmes vistos no IndieLisboa, com especial destaque para as curtas-metragens nacionais, mas não só.

Para já, eis a listagem completa dos vencedores deste ano.

Aferim!, de Radu Jude
Júri da Competição Internacional de Longas Metragens
Jérôme Baron | João Mário Grilo | Lis Kogan

Grande Prémio de Longa Metragem “Cidade De Lisboa”

Júri da Competição Internacional de Curtas Metragens
Carloto Cotta| Dominga Sotomayor | Kathleen McInnis

Grande Prémio de Curta Metragem Airbnb
End of Summer, Jóhann Jóhannsson (Islanda, Dinamarca)

Menções Especiais
Animação
Of a Forest, Katarzyna Melnyk (Polónia)
Documentário
Shipwreck, Morgan Knibbe (Holanda, Itália)
Ficção
Guy Moquet, Demis Herenger (França)

Júri da Competição Nacional
Gustavo Beck | Michael Pattison | Pascale Ramonda

Prémio Allianz – Digimaster para Melhor Longa Metragem Portuguesa

Prémio Nescafé Dolce Gusto – Pixel Bunker para Melhor Curta Metragem Portuguesa
Fora da Vida, Filipa Reis, João Miller Guerra (Portugal)

Prémio Novo Talento Fnac – Curta Metragem
A Trama e o Círculo, Francisco Queimadela, Mariana Caló (Portugal)

Prémio Restart para Melhor Filme na secção Novíssimos
A Rapariga de Berlim, Bruno de Freitas Leal (Portugal)

Júri Blogues de Cinema
Carlos Natálio | Carlos Nogueira | João Miranda

Prémio Canais TVCine & Séries

Menção Especial
Koza, Ivan Ostrochovský (Eslováquia, República Checa)

Júri FIPRESCI
Klaus Eder | Carmen Gray | Manuel Halpern

Prémio FIPRESCI (Silvestre Longas)
Before We Go, Jorge León (Bélgica)

Júri Format Court
Katia Bayer | Agathe Demanneville | Lola L’Hermite | Marie Bergeret | Zoé Libault

Prémio Format Court (Silvestre Curtas)
The Mad Half Hour, Leonardo Brzezicki (Dinamarca, Argentina)

Júri Árvore da Vida
Inês Gil | João Amaro Correia | Maria João Costa

Prémio Árvore da Vida para Filme Português

Menção Especial
Para Lá do Marão, José Manuel Fernandes (Portugal)

Júri IndieJúnior
Francisco Aires Mateus | José Câmara | Rodrigo Rebello de Andrade

Prémio IndieJúnior Árvore da Vida
Historia de un oso, Gabriel Osorio (Chile)

Júri Amnistia Internacional
António Antunes | Sofia Lorena | Susana Gaspar

Prémio Amnistia Internacional
O Medo à Espreita, Marta Pessoa (Portugal)

Menção Especial
Shipwreck, Morgan Knibbe (Holanda, Itália)

Júri TAP
Antonieta Pezo

Prémio TAP para Longa Metragem Portuguesa de Ficção

Prémio TAP para Documentário Português de Longa Metragem

Júri Universidades
André Pereira | Frederico Mesquita | Inês Freitas | João Leitão | Vasco Ruivo

Prémio SIC Universidades
Ming of Harlem: Twenty One Storeys in The Air, Phillip Warnell (Reino Unido, Bélgica, EUA)

Júri Escolas
Gustavo Ferreira | Mafalda Rosa | Ricardo Guimarães

Prémio Culturgest Escolas
A Trama e o Círculo, Francisco Queimadela, Mariana Caló (Portugal)

Júri do Público

Prémio do Público para Longa Metragem Fox Movies
A Toca do Lobo, Catarina Mourão (Portugal)

Prémio do Público para Curta Metragem Merrell
In Waking Hours, Katrien Vanagt, Sarah Vanagt (Bélgica)

Prémio do Público IndieJúnior
A Lua e o Lobo, Patrick Delage, Toma Leroux (França)

sexta-feira, 1 de maio de 2015

IndieLisboa'15: Os Olhos de André

*7.5/10*

Na Competição Portuguesa de Longas-metragens do IndieLisboa encontramos Os Olhos de André, de António Borges Correia. Um curioso trabalho que recria uma história verdadeira interpretada pelas pessoas que a viveram na realidade.

É na paisagem de Arcos de Valdevez que conhecemos António, pai de quatro rapazes, que vê o seu poder paternal posto em causa quando lhe retiram a custódia do filho mais novo, Francisco. É através dos olhos de André - o segundo mais velho dos quatro - que entendemos o sofrimento e a revolta:  aquilo que perdeu na sua família, o desejo de ver reconhecido o seu talento para o futebol e o que guarda para si das várias figuras familiares.


Os Olhos de André está repleto de simplicidade e, ao mesmo tempo, aproxima-nos da sua história e protagonistas como poucos conseguem. Esta fusão de realidade e ficção (ou melhor, esta realidade ficcionada) resulta num filme inocente, ingénuo, no melhor sentido das palavras, e cheio de carinho. O público não lhe ficará indiferente, irá indignar-se com as injustiças, partilhar da dor da ausência de Francisco e valorizar todos os esforços deste pai para proporcionar o melhor aos seus filhos.

André é o nosso guia, com quem nos refugiamos no campo, junto das suas flores; António é o nosso herói (e o de André), que acompanhamos na sua rotina diária. A vida desta família é-nos contada com uma timidez natural, onde o amadorismo das interpretações só joga a favor do produto final. O poder paternal, o amor entre irmãos, as relações na Internet, as zangas entre amigos, a rádio local, o futebol para os jovens, os adultos que querem concluir os estudos são muitos dos temas que nos são tão próximos aqui apresentados, no contexto rural deste município do norte do país.

Respiramos o ar puro das paisagens de Arcos de Valdevez e sentimos a tranquilidade, envolvemo-nos na história desta família e torcemos por eles, seguimos Os Olhos de André com verdadeiro interesse e admirando a simplicidade do trabalho, o seu maior ponto forte.