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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Sugestão da Semana #637

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Disco Boy, de Giacomo Abbruzzese.

DISCO BOY


Ficha Técnica:
Título Original: Disco Boy
Realizador: Giacomo Abbruzzese
Elenco: Franz Rogowski, Morr Ndiaye, Laëtitia Ky, Leon Lučev, Matteo Olivetti, Robert Więckiewicz
Género: Drama
Classificação: M/14
Duração: 92 minutos

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Crítica: Grande Liberdade / Große Freiheit / Great Freedom (2021)

*7.5/10*

Grande Liberdade, de Sebastian Meise, faz um retrato duro e pouco visto em cinema, da forma como os homossexuais foram tratados na Alemanha do pós-guerra, considerados criminosos e condenados a penas de prisão. 

O filme segue a "luta de Hans, na Alemanha do pós-guerra, contra um sistema ainda repressivo, que considera a homossexualidade um crime e que, por diversas vezes, lhe nega a liberdade e a esperança, condenando-o à prisão. Ao longo do tempo vê-se também nascer e desenvolver uma complexa relação com o homofóbico Viktor, um assassino condenado a prisão perpétua".

O ambiente violento que se vive no estabelecimento prisional, a forma como a homossexualidade é encarada pelos outros reclusos e, ao mesmo tempo, a rotina que o tempo cria atrás das grades revelam, ao longo dos anos, as mais diversas experiências para Hans e Viktor, que iniciam a mais inesperada das amizades, partilhando esperança, desilusões e horrores do passado.

Para além da temática principal e de toda a injustiça que lhe está inerente, e através da personagem de Viktor (interpretado por Georg Friedrich), o filme pretende ainda reflectir acerca de adições e traumas que a guerra deixou também nos que combateram.

A partir de uma história aparentemente simples, Sebastian Meise cria uma autêntica viagem no tempo, repleta de analepses e prolepses, onde a montagem tem um papel preponderante na subtileza quase atordoante (bem mais suave que a experiência de Hans na solitária) com que faz a transição entre passado e presente. 

Franz Rogowski continua a confirmar o extraordinário actor que é e, como Hans, vai da fragilidade extrema à confiança de quem já conhece vida de recluso e os truques para "sobreviver" na prisão. Passa pelas mais distintas emoções e tem uma performance física muito forte. 

Grande Liberdade é mais uma prova da qualidade do cinema alemão contemporâneo e uma nova forma de abordagem cinematográfica da criminalização da homossexualidade, que vigorou, em muitos países ocidentais, quase até ao final do século XX.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Crítica: Undine (2020)

*8/10*

O tom trágico do cinema de Christian Petzold vem-se firmando em cada filme, alcançando uma aura mitológica e mágica no mais recente Undine. A dualidade de significados paira desde o início, num filme desafiante e encantador.

«"Se me abandonares, vou ter de te matar", diz a protagonista ao homem por quem está apaixonada quando eles se separam no café da esquina. Mergulhando no reino subtil do sobrenatural, Christian Petzold re-imagina a figura mitológica da ninfa aquática, Ondina. Aqui, Undine é uma historiadora que trabalha no departamento de desenvolvimento urbanístico da cidade de Berlim. Reescrevendo o mito, o filme apresenta uma reflexão sobre a relação entre realidade e ilusão.»

Depois da trilogia composta por Bárbara (2012), Phoenix (2014) e Em Trânsito (2018), com foco na História da Alemanha, antes da queda do muro de Berlim, Petzold transporta-nos agora para os tempos actuais. Em Undine, a História da cidade deixa de ser personagem principal mas mantém-se presente, desta vez na profissão da protagonista, historiadora que dá palestras sobre o desenvolvimento urbano da capital.

A narrativa vive rodeada pela cidade, mas também pelo rio. A água é um elemento central na longa-metragem: Undine tem uma atracção especial por ela; e a água uma predilecção imensa por Undine, não tivesse o nome da sua ninfa. Christian Petzold cria uma nova versão cinematográfica do mito, através da história de uma mulher de comportamento estranho e possessivo que se transforma ao conhecer Christoph, um mergulhador. O romance é simples, rápido e intenso. Os sentimentos são arrebatadores, para o bem ou para o mal.

Se romances trágicos são com PetzoldUndine junta-lhe o elemento fantástico, numa linha ténue entre lendas e coincidências, sonhos ou realidade. A ambiguidade é uma presença assídua neste conto de fadas sombrio. E entre um misto de emoções e incertezas, há pequenos pormenores que dão encanto ou parecem premonição. 

Paula Beer e Franz Rogowski voltam a fazer par romântico depois de protagonizarem Em Trânsito, e a química dos dois no ecrã tem o efeito mágico que caracteriza Undine. Enquanto Beer consegue passar do comportamento algo psicótico inicial, com gestos nervosos e ar absorto, para uma mulher mais humanizada e apaixonada; Rogowski é um homem curioso, protector e dedicado.

Seja a ninfa aquática a mergulhar no verdadeiro amor ou a natureza humana a revelar-se, Undine é um trabalho inspirado de Christian Petzold, que poderá não ser fácil de assimilar, mas onde o realizador reafirma e continua a trilhar um caminho de muita personalidade.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Sugestão da Semana #412

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o novo filme de Terrence MalickUma Vida Escondida.

UMA VIDA ESCONDIDA


Ficha Técnica:
Título Original: A Hidden Life
Realizador: Terrence Malick
Elenco: August Diehl, Valerie Pachner, Maria SimonMatthias SchoenaertsFranz RogowskiBruno Ganz
Género: Biografia, Drama, Romance
Classificação: M/14
Duração: 174 minutos

quarta-feira, 6 de março de 2019

Crítica: Em Trânsito / Transit (2018)

*8.5/10*


Ia começar este texto com a frase "amor em tempos de guerra", mas Christian Petzold disse melhor: Em Trânsito é, segundo o realizador, o último capítulo da sua trilogia "amor em tempos de sistemas opressivos" - os dois primeiros são Barbara (Alemanha dividida durante a Guerra Fria) e Phoenix (Holocausto).

Em França, na época da ocupação nazi, pessoas como Georg (Franz Rogowski) precisam de fugir do continente, de barco, para escapar ao regime. Na cidade de Marselha, Georg espera obter um visto e, como tantos outros, espera e vagueia sem propósito. O seu caminho cruza-se com o de um escritor que cometeu suicídio e cuja identidade Georg assume.

Seguimos com atenção e apegamo-nos a Georg, sem nunca o condenar - não faríamos o mesmo em situação idêntica e desesperada? Tudo na vida de Georg é inesperado, desde o pedido para entregar as cartas a um escritor, à nova identidade, ao encontro com o pequeno Driss e a mãe Melissa, até à coincidência de conhecer o médico Richard e a bela Marie.


Todos têm um papel fundamental na vida de um homem cuja identidade é tão mutável como os tempos de medo e fragilidade que se vivem na Europa. Há um clima de desconfiança a pairar e o desespero apodera-se dos refugiados ilegais que anseiam por uma vida nova e livre de ameaças ou perseguições.

O jogo de vidas cruzadas, destinos alterados, amor e desespero comandam a narrativa, em consonância com os filmes anteriores desta trilogia. Uma das singularidades de Em Trânsito é o facto de Petzold contar uma história passada durante a Segunda Guerra Mundial numa França contemporânea, com televisões LCD e graffittis nas ruas. No ambiente, as cores vivas contrastam com o clima de terror que assombra as personagens, mas deixam-nos igualmente mais próximos destas, capazes de identificar entre elas muitos problemas actuais. O Sol aquece os espíritos e os corações, numa réstia de esperança que todos têm e este visual mais positivo (contra todas as expectativas) contrasta com Barbara e Phoenix.


O amor e guerra andam muitas vezes de mãos dadas e Christian Petzold tem demonstrado saber bem como construir bons argumentos em épocas muito dolorosas da História mundial. Esta trilogia foi em crescendo, culminando com Em Trânsito, o mais belo filme do realizador alemão até agora.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Sugestão da Semana #335

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o mais recente filme de Michael Haneke, Happy End, com Isabelle Huppert, Jean-Louis Trintignant e Mathieu Kassovitz.

HAPPY END


Ficha Técnica:
Título Original: Happy End
Realizador: Michael Haneke
Actores: Isabelle Huppert, Mathieu Kassovitz, Jean-Louis Trintignant, Fantine Harduin, Franz Rogowski, Toby Jones, Laura Verlinden
Género: Drama
Classificação: M/12
Duração: 107 minutos

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Crítica: Victoria (2015)

"I'm the big driver."
Victoria
*8.5/10*

Um turbilhão de emoções ao longo de uma madrugada, em Berlim. Tudo em tempo real, sem cortes, sem pausas. Victoria é assim, uma aventura de mais de duas horas que não deixa ninguém respirar de ambos os lados da câmara e do ecrã.

Victoria é uma jovem espanhola a viver em Berlim, que se diverte na noite da capital alemã. Conhece quatro rapazes numa discoteca: Sonne, Boxer, Blinker e Fuß. Começam a falar, e Sonne e Victoria sentem-se atraídos um pelo outro, mas o romance é interrompido pelos outros. Por causa de uma dívida, acabam por arrastar Victoria para conduzir um carro roubado. O que começa como um jogo acaba por se tornar em algo perigoso.


O realizador Sebastian Schipper comanda uma equipa incansável e extremamente profissional numa corrida contra o tempo, onde o erro não é permitido - na ficção e na realidade. Pouco sabemos sobre as personagens que conhecemos na noite berlinense, mas ligamo-nos a elas, tal como Victoria.


A jovem espanhola gosta de sentir-se livre, de dançar, de conhecer gente nova num país que não é o seu. A barreira linguística que existe entre Victoria e os quatro jovens alemães torna-a ainda mais vulnerável naquela noite e, no meio das aventuras que se seguem, a protagonista ainda conhece menos do que nós, que assistimos. Mas ela não teme, apaixona-se pelo que a rodeia, aventura-se, quer explorar, sentir o perigo, mas até que ponto?

Victoria leva-nos numa degradação de emoções, sentimentos. desgaste físico e psicológico, numa escalada de violência, com o nascer da manhã - um trabalho fabuloso dos cinco incansáveis. Uma longa madrugada que pode mudar a vida das cinco personagens, onde, com elas, percorremos um sem número de sensações e deixamo-nos encantar por estes desconhecidos que emanam uma empatia fora do comum.


O produto final é contagiante, é impossível parar de seguir os passos de Victoria. E mesmo que, em alguns momentos, o argumento não brilhe, actores e equipa técnica oferecem-nos um corajoso projecto que nos entusiasma e deixa em tensão até ao último plano.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Sugestão da Semana #229

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Victoria, o filme alemão, de Sebastian Schipper, que tem dado que falar por ser filmado num único plano-sequência. Percorremos Berlim, de madrugada, seguindo os protagonistas durante mais de duas horas, sem cortes, sem parar.

VICTORIA


Ficha Técnica:
Título Original: Victoria 
Realizador: Sebastian Schipper
Actores: Laia Costa, Frederick Lau, Franz RogowskiBurak Yigit, Max Mauff
Género: Crime, Drama, Thriller
Classificação: M/14
Duração: 138 minutos