Mostrar mensagens com a etiqueta Jasmine Trinca. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jasmine Trinca. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Festa do Cinema Italiano 2023: Vencedores

A Festa do Cinema Italiano revelou os vencedores da sua 16.ª edição numa cerimónia que aconteceu esta Quinta-feira, 6 de Abril, no Cinema São Jorge, em Lisboa, e onde o actor Toni Servillo marcou presença.

Marcel!, de Jasmine Trinca, conquistou o Prémio de Melhor Filme por se "destacar pela força de um olhar cinematográfico singular e pelo trabalho mágico das protagonistas Alba Rohrwacher e Maayane Conti", afirmou o júri composto pela realizadora Ana Rocha de Sousa, a actriz Iris Cayatte e o crítico Rui Pedro Tendinha. O filme aborda a relação entre uma mãe e uma filha.

L'ombra del giorno, de Giuseppe Piccioni, recebeu o Prémio do Público da 16.ª Festa do Cinema Italiano. Trata-se de "uma história de amor que tem como pano de fundo um dos períodos mais conturbados da história de Itália".

A Festa do Cinema Italiano 2023 começou a 29 de Março e terminou a programação em Lisboa na passada noite de 6 de Abril. A Festa continua em mais de 20 cidades portuguesas, entre elas: Barreiro, Almada, Penafiel, Coimbra, Setúbal, Vila Velha de Ródão, Beja, Aveiro, Porto, Lagos, Évora e Leiria. 

terça-feira, 30 de maio de 2017

Cannes 2017: Os vencedores

Os vencedores do Festival de Cannes 2017 foram anunciados no passado fim-de-semana. O filme português Fábrica do Nada, de Pedro Pinho, conquistou o Prémio da Crítica (Prémio FIPRESCI), na Quinzena dos realizadores.


Eis os vencedores da Competição Oficial e Un Certain Régard:

Competição Oficial

Palma de Ouro
THE SQUARE, de Ruben ÖSTLUND

Grande Prémio do Júri
120 BATTEMENTS PAR MINUTE, de Robin CAMPILLO

Melhor Realizadora
THE BEGUILED, de Sofia COPPOLA

Prémio do Júri 
NELYUBOV, de Andrey ZVYAGINTSEV

Melhor Argumento (ex-aequo)
THE KILLING OF A SACRED DEER, de Yórgos LÁNTHIMOS e EFTHIMIS FILIPPOU e YOU WERE NEVER REALLY HERE, de Lynne RAMSAY

Melhor Actor
JOAQUIN PHOENIX por YOU WERE NEVER REALLY HERE

Melhor Actriz
DIANE KRUGER, por AUS DEM NICHTS

Caméra d’Or
JEUNE FEMME, de Léonor SERRAILLE

Palma de Ouro para Melhor Curta-metragem
XIAO CHENG ER YUE, de QIU Yang

Menção Especial - Curta-metragem
KATTO, de Teppo AIRAKSINEN

Prémio do 70.º Aniversário
NICOLE KIDMAN

Un Certain Regard

Prémio Un Certain Regard
LERD, de Mohammad RASOULOF

Prémio do Júri - Un Certain Regard
LAS HIJAS DE ABRIL, de Michel FRANCO

Prémio de realização Un Certain Regard
WIND RIVER, de Taylor SHERIDAN

Prémio de Interpretação
JASMINE TRINCA por FORTUNATA

Prémio Poesia no Cinema
BARBARA, de Mathieu AMALRIC

A lista completa de vencedores e outras informações podem encontrar-se aqui.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Sugestão da Semana #107

Dos filmes estreados na passada Quinta-feira, são muitas as boas razões para ir ao cinema. A Sugestão da Semana do Hoje Vi(vi) um Filme recai na primeira longa-metragem realizada por Valeria Golino, Mel, que já tem crítica por aqui.

MEL

Ficha Técnica:
Título Original: Miele
Realizador: Valeria Golino
Actores:  Jasmine Trinca, Carlo Cecchi, Libero De Rienzo
Género: Drama
Classificação: M/12
Duração: 96 minutos

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

LEFFEST'13: Crítica: Mel / Miele (2013)

*7.5/10*

Miele (ou Mel, em português) marca a estreia de Valeria Golino na realização de longas-metragens. O suicídio assistido está no centro da questão, com todas as implicações morais que lhe estão adjacentes, e certo é que Golino faz um trabalho sério e profundo, quer na realização como no argumento - uma adaptação livre do romance A nome tuo, de Mauro Covacich.

Irene (Jasmine Trinca) vive sozinha numa casa à beira-mar, perto de Roma. Sob o nome de código Miele, secretamente, ela ajuda doentes terminais a morrerem com dignidade, dando-lhes um barbitúrico poderoso. Um dia, Irene dá uma dessas doses mortais a um novo cliente, o Sr. Grimaldi (Carlo Cecchi). Contudo, ela descobre que ele está de perfeita saúde, mas quer suicidar-se, depois de ter perdido o interesse em viver. Determinada em não ser responsável por aquela morte, ela irá fazer de tudo para a impedir.

A polémica está lançada. A temática é sensível e a abordagem está extremamente bem conseguida, com todos os problemas de consciência aqui implícitos. Entre viagens, mortes assistidas e a sua própria vida privada, Irene vive um dia-a-dia agitado, onde a rotina não existe. Como Miele, ela age contra a lei, mas sempre de consciência tranquila, a fazer o que, para si, é certo. Contudo, ao cruzar-se com Grimaldi, Irene depara-se - mais tarde do que desejaria - com um caso diferente e que vai contra os seus princípios: um homem saudável que apenas quer morrer por estar farto da vida. Irene tem estabelecido que apenas ajuda a morrer pessoas que sofram de doenças terminais.


Ao mesmo tempo que evita, a todo o custo, ser culpada por um suicídio de um homem saudável, Irene desenvolve uma curiosidade pela teimosia de Grimaldi e pela sua solidão. Há semelhanças entre os dois, ambos solitários, ambos a precisar de alguém que dê sentido às suas vidas.

Ao longo do desenrolar da acção de Miele, desejamos saber mais sobre Irene. O que vamos conhecendo do seu passado é maioritariamente por flashbacks - pouco é aquilo que ela nos conta, ou conta a Grimaldi. Esse mistério envolvo na protagonista surge em paralelo com o seu anonimato como Miele, a mulher que ajuda os doentes a morrer, eles que nem o seu nome verdadeiro saberão. Irene perdeu a mãe muito jovem, por motivo de doença, mas nunca percebemos em que circunstâncias exactamente. Fácil é daí concluir que a jovem verá nessa morte que lhe foi tão próxima o motivo para realizar o trabalho que faz - que como a familiar de um doente lhe diz é um trabalho "de merda".

Para se libertar da dor que o trabalho e as memórias lhe trazem, Irene refugia-se no desporto e na Natureza. Desde nadar no mar, a passeios de bicicleta, ao simples sentar no meio de searas, são vários os momentos em que a tranquilidade e libertação que a protagonista sente passam para o espectador. É nestes momentos que Valeria Golino nos proporciona planos de extrema beleza, sempre tão dinâmicos como Irene.

No elenco, claro destaque para Jasmine Trinca a vestir a pele da personagem principal. Ela consegue dotar Irene de coragem e teimosia, encarnando uma mulher reservada, simples mas sensual à sua maneira, desafiadora das regras da sociedade mas sempre fiel às suas. A sua obsessão pela saúde revela fragilidades mais escondidas. Ao mesmo tempo, Carlo Cecchi oferece-nos uma interessante interpretação de Grimaldi, o engenheiro deprimido que encontra em Irene uma inesperada força que quebra essa rotina que tanto o desencanta.


A música tem uma presença muito forte em Miele e a banda sonora revela-se muito importante e de grande qualidade. Com sonoridades que vão das mais clássicas (Marino Marini, Enrique Granados...) às mais modernas (Caribou, The Shins...), é ela o motor que acompanha os momentos mais dramáticos ou os mais relaxados da longa-metragem. Solitária, Irene encontra na música - ela não larga os seus headphones - uma forma de se encontrar consigo própria. Por outro lado, enquanto assiste os doentes, ela dá-lhes a ouvir o seu tema favorito, nos últimos minutos de vida.

Miele prova como Valeria Golino é capaz de um excelente trabalho do outro lado da câmara. A grandiosidade técnica e argumentativa da longa-metragem perde apenas com o final que merecia ser melhor. Ainda assim, tendo em conta o todo, a realizadora traz até nós um filme singular, corajoso e sem tabus.

Miele repete amanhã, dia 14 de Novembro, no Lisbon & Estoril Film Festival. A sessão acontecerá no Centro de Congressos do Estoril, às 21h45, e conta com a presença da realizadora para uma conversa.