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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

KINO - Mostra de Cinema de Expressão Alemã 2020: 20 filmes em Diálogo e Ulrich Köhler em Foco

A 17.ª KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã traz a Lisboa 20 filmes na edição deste ano, que olha também para os imigrantes portugueses. O evento começa no dia 29 de Janeiro e prolonga-se até 5 de Fevereiro, no Cinema São Jorge.


Como de costume, a KINO apresenta uma selecção do cinema recente dos países de língua alemã (Alemanha, Áustria, Suíça e Luxemburgo) que mais se destacou no último ano. São "20 filmes numa conversa em rima" - pode ler-se no comunicado da mostra -, cujos temas dialogam entre si. Logo nas sessões de abertura e encerramento se encontram estes diálogos. A abrir estará Lara, de Jan-Ole Gerster, e Das Vorspiel, de Ina Weisse, encerrará a KINO 2020. Nos dois filmes, as personagens principais são mulheres cuja interrupção de promissoras carreiras musicais as obriga a enfrentar, de forma distinta, a frustração. Corinna Harfouch e Nina Hoss são as protagonistas de cada uma das longas-metragens.

A fragilidade das relações familiares é tema comum a vários filmes como Atlas, de David Nawrath, Der Läufer, de Hannes Baumgartner, Der Boden unter den Füßen, de Marie Kreutzer, Systemsprenger, de Nora Fingscheidt, e o documentário Kinder, de Nina Wesemann.

A adaptação dos imigrantes às sociedades que os acolhem é outro tema presente na programação da 17.ª KINO. Eldorado é um documentário que acompanha quatro emigrantes portugueses no Luxemburgo, e Oray, filme de ficção, olha a vida de jovens turcos na Alemanha. A paisagem como personagem encontra-se em Ralfs Farben, de Lukas Marxt, com a ilha de Lanzarote como pano de fundo, e os Estados Unidos da América, de costa a costa, em Lillian, de Andreas Horvath. Ainda de destacar é a temática da violência sobre os animais abordada no documentário Space Dogs, de Elsa Kremser e Levin Peter.

Há oito primeiras obras nesta edição da mostra, entre as quais as estreias na longa-metragem de Miriam Bliese (Die Einzelteile der Liebe) e Luzie Loose (Schwimmen), que marcarão presença em Lisboa.

Em 2020, a KINO dedica a secção Foco a um dos mais importantes cineastas da Escola de Berlim, Ulrich Köhler. O seu mais recente filme Das freiwillige Jahr, co-realizado com Henner Winckler, será apresentado na mostra, que exibirá também todas as longas-metragens da sua filmografia. Desde Bungalow (2002) que o cinema de Köhler foi caracterizado como "incursão da realidade no cinema alemão"; o seu segundo filme, Montag kommen die Fenster (2006), volta a ser apresentado numa das secções paralelas da Berlinale. Com Schlafkrankheit (2011), Köhler entra na competição de Berlim, vencendo o Urso de Prata para melhor Realização. In my Room, estreado na secção Un certain regard no Festival de Cannes 2018, foi o primeiro filme com estreia em sala em Portugal - a crítica do Hoje Vi(vi) um Filme pode ser lida aqui.

In my Room
Esta edição promove um encontro informal entre jovens cineastas alemães e portugueses. O open call para o encontro, que se realiza a 2 de Fevereiro, está a decorrer e toda a informação pode ser obtida através do mail kino-portugal@goethe.de. Será ainda apresenta uma sessão para famílias e um encontro de programadores, para criar um programa itinerante em parceria com promotores locais, um pouco por todo o país.

Mais informação sobre a KINO - Mostra de Cinema de Expressão Alemã em https://www.goethe.de/ins/pt/pt/kul/sup/kpo.html.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

LEFFEST'18: In My Room (2018)

*6.5/10*


In My Room, de Ulrich Köhler, esteve Em Competição no Lisbon & Sintra Film Festival e trouxe consigo uma nova leitura de um mundo pós-apocalíptico onde toda a humanidade desaparece... menos um homem.

Somos introduzidos a Armin, um homem imaturo, cuja vida livre e boémia se está a tornar pouco digna. Contudo, um dia, após uma breve reunião com a família, enquanto tenta recuperar da ressaca, Armin repara que tudo mudou e que, para sobreviver, ele também tem de mudar. De um dia para o outro, toda a humanidade desapareceu.


O filme poderá dividir-se em três partes distintas. A primeira - cuja cena inicial é hilariante - mostra-nos como é Armin na sua vida de solitário freelancer; a segunda leva-nos a conhecer a família, reunida por motivos menos felizes, com a avó à beira da morte; a terceira, por seu lado, é como acordar noutra dimensão, ou de um pesadelo demasiado real. Armin não sabe o que aconteceu e não perde muito tempo a pensar nisso, prefere concentrar-se em sobreviver agora como único Homem no Mundo.

Ulrich Köhler tem sucesso especialmente a partir do momento em que Hans Löw é o único em cena, um papel exigente e bastante físico, do homem em harmonia com a Natureza, com todas as desarmonias que isso possa implicar. Aprender a sobreviver é o lema. E Armin sofre uma transformação física e psicológica que era o que realmente precisava. De repente, é independente e quase auto-suficiente. A mudança que surge a dado momento na acção poderá condicionar o futuro da Humanidade, mas serve, principalmente, para dar ainda mais profundidade ao protagonista.


In My Room só se torna verdadeiramente cativante no momento em que a distopia acontece. A plateia irá tentar encontrar motivos para o sucedido, sem sucesso. Fica o convite para acompanhar Armin nesta sua nova vida ligado à terra e aos animais, montado a cavalo, de arma às costas, tal como no poster do filme.

O protagonista Hans Löw esteve à conversa com o público presente após a sessão de dia 23 de Novembro, no Cinema Medeia Monumental.