*6.5/10*
In My Room, de Ulrich Köhler, esteve Em Competição no Lisbon & Sintra Film Festival e trouxe consigo uma nova leitura de um mundo pós-apocalíptico onde toda a humanidade desaparece... menos um homem.
Somos introduzidos a Armin, um homem imaturo, cuja vida livre e boémia se está a tornar pouco digna. Contudo, um dia, após uma breve reunião com a família, enquanto tenta recuperar da ressaca, Armin repara que tudo mudou e que, para sobreviver, ele também tem de mudar. De um dia para o outro, toda a humanidade desapareceu.
O filme poderá dividir-se em três partes distintas. A primeira - cuja cena inicial é hilariante - mostra-nos como é Armin na sua vida de solitário freelancer; a segunda leva-nos a conhecer a família, reunida por motivos menos felizes, com a avó à beira da morte; a terceira, por seu lado, é como acordar noutra dimensão, ou de um pesadelo demasiado real. Armin não sabe o que aconteceu e não perde muito tempo a pensar nisso, prefere concentrar-se em sobreviver agora como único Homem no Mundo.
Ulrich Köhler tem sucesso especialmente a partir do momento em que Hans Löw é o único em cena, um papel exigente e bastante físico, do homem em harmonia com a Natureza, com todas as desarmonias que isso possa implicar. Aprender a sobreviver é o lema. E Armin sofre uma transformação física e psicológica que era o que realmente precisava. De repente, é independente e quase auto-suficiente. A mudança que surge a dado momento na acção poderá condicionar o futuro da Humanidade, mas serve, principalmente, para dar ainda mais profundidade ao protagonista.
In My Room só se torna verdadeiramente cativante no momento em que a distopia acontece. A plateia irá tentar encontrar motivos para o sucedido, sem sucesso. Fica o convite para acompanhar Armin nesta sua nova vida ligado à terra e aos animais, montado a cavalo, de arma às costas, tal como no poster do filme.
O protagonista Hans Löw esteve à conversa com o público presente após a sessão de dia 23 de Novembro, no Cinema Medeia Monumental.
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