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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Crítica: Judas e o Messias Negro / Judas and the Black Messiah (2021)

"I am a revolutionary!"

Fred Hampton

*6/10*

Com um título sugestivo, Judas and the Black Messiah, de Shaka King, leva para o cinema um momento marcante da História recente dos EUA, centrando-se na vida e importância de Fred Hampton, líder dos Panteras Negras.

"O informador do FBI William O'Neal (LaKeith Stanfield) infiltra-se no Partido dos Panteras Negras do Illinois com a tarefa de vigiar o seu líder carismático, Fred Hampton (Daniel Kaluuya). Ladrão de carreira, O'Neal aprecia o perigo de manipular os seus companheiros de partido e o seu contacto no FBI, o agente especial Roy Mitchell (Jesse Plemons). As proezas políticas de Hampton aumentam ao mesmo tempo que se apaixona pela companheira de luta Deborah Johnson (Dominique Fishback). Enquanto isso, trava-se uma batalha pela alma de O'Neal, indeciso entre a fidelidade aos seus irmãos dos Panteras Negras e as ordens do director do FBI, J. Edgar Hoover (Martin Sheen)."

Judas and the Black Messiah é um filme competente, com bons momentos de acção, e mais um retrato da brutalidade policial contra os afro-americanos e do racismo endémico dos EUA. Os discursos de Fred Hampton são apresentados com a grandiosidade que merecem, graças também à interpretação de Daniel Kaluuya

No filme, o actor mostra a sua capacidade de transformação, com um papel exigente também fisicamente - a transformação física é evidente -, na pele deste jovem revolucionário, uma das figuras centrais entre os activistas pelos direitos civis nos EUA. Entre a revolta, a emoção e o desejo de justiça, Kaluuya cativa o seu público dos dois lados do ecrã. Ao seu lado, LaKeith Stanfield distingue-se na pele do infiltrado que vive em constante dilema.

Judas and the Black Messiah destaca-se ainda pelo trabalho de Sean Bobbitt na direcção de fotografia, proporcionando planos envolventes - especialmente nocturnos - que nos levam numa viagem aos anos 60.

Shaka King capta bem o ambiente de desconfiança, chantagem e medo que rodeava Fred Hampton e os que lhe eram próximos. A perseguição cerrada por parte do FBI, injustiças e contradições são denunciadas no grande ecrã, num resultado dinâmico e honroso para a memória de Hampton.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Oscars 2021: Os Actores Secundários

Passamos aos nomeados para o Oscar de Melhor Actor Secundário. É uma categoria com desempenhos muito equilibrados. Sem dúvida, há um actor que se destaca - até porque o seu desempenho poderia ser considerado de actor princial - e falo de Daniel Kaluuya. Sentimos a falta, contudo, de Jared Leto (The Little Things) e, principalmente, Delroy Lindo (Da 5 Bloods - Irmãos de Armas) nesta lista. Seria merecido e Lindo um justo vencedor. Eis os nomeados, por ordem de preferência.

1. Daniel Kaluuya (Judas and the Black Messiah

Como Fred Hampton, Daniel Kaluuya assumiu um papel exigente, onde também a transformação física é evidente, na pele de um jovem revolucionário, figura central entre os activistas pelos direitos civis nos EUA. Entre a revolta, a emoção e o desejo de justiça, Kaluuya cativa o público dos dois lados do ecrã, e dá voz aos discursos de Hampton com a grandiosidade que merecem.

2. Sacha Baron Cohen (Os 7 de Chicago / The Trial of the Chicago 7)

Sacha Baron Cohen é genial na comédia, mas é capaz de um excelente trabalho também no drama. Como Abbie Hoffman, carismático e desafiador, o actor mantém algum do seu humor intrínseco, todavia com um tom trágico.

3. Leslie Odom Jr. (Uma Noite em Miami / One Night in Miami...)

Leslie Odom Jr. tem dado cartas no teatro (vestiu a pele de Aaron Burr, o antagonista de Hamilton, na Broadway) e, aos poucos, tem surgido com maior protagonismo no cinema - e ainda bem. No filme de Regina King, alia a representação aos seus dotes musicais e interpreta o músico Sam Cooke. É de elogiar a confiança com que articula gestos e maneirismos, e o carisma que confere ao grupo de actores com quem contracena. Destacam-se inevitavelmente os debates acesos e convictos que a sua personagem trava com Malcolm X (Kingsley Ben-Adir), que quase abalam uma amizade.

4. Paul Raci (Sound of Metal)

Paul Raci foi uma das surpresas entre os nomeados deste ano, mas o reconhecimento é merecido. O actor, filho de pais surdos, interpreta Joe, um surdo-mudo com um papel fundamental para ajudar outros na mesma condição a deixar as drogas. Sem falar, Raci é capaz de nos transmitir muito: um homem exigente, dedicado e, à sua maneira, compreensivo.

5. Lakeith Stanfield (Judas and the Black Messiah)

Ao lado de Daniel Kaluuya, LaKeith Stanfield distingue-se na pele de Bill O'Neal, o infiltrado que vive no constante dilema, entre a sua colaboração com o FBI e a amizade que vai construindo com Fred Hampton. O actor tem uma interpretação competente, assente numa dualidade de carácter difícil de digerir.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Crítica: Knives Out: Todos São Suspeitos (2019)

"It's a weird case from the start. A case with a hole in the center. A donut."
Benoit Blanc


*7/10*

Em Knives Out: Todos São Suspeitos, Rian Johnson traz-nos uma bela história de detectives. Muito mistério e humor, num argumento especialmente bem construído, inesperado e consistente. O elenco faz o resto.

O célebre detective privado Benoit Blanc (Daniel Craig) é anonimamente escolhido para desvendar um crime. Harlan Thrombey (Christopher Plummer), o patriarca de um império editorial, é encontrado morto na sua mansão, na noite do seu 85.º aniversário. A investigação ganha força, segredos e motivos são revelados e intensificam-se tensões.

De Poirot, de Agatha Christie, a Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle, Benoit Blanc poderia ser qualquer um dos dois, numa versão dos tempos modernos. Knives Out leva-nos para o universo dos detectives, com alguma auto-paródia comedida, lembrando até o saudoso jogo de tabuleiro Cluedo, em que também a plateia faz apostas para descobrir o assassino. Todos parecem ter motivos, todos têm atitudes estranhas. Em situações de crise, há muito segredos revelados e ódios adensados. 


Contudo, Rian Johnson troca-nos as voltas logo de início, levando-nos numa aventura em que nada é o que parece e as reviravoltas, por mais inesperadas que sejam, acontecem. O filme é escrito de forma coerente e não deixa questões por responder, como um bom detective deve ser.

A direcção artística proporciona-nos o melhor cenário para a investigação, com uma cadeira de interrogatório rodeada das facas que dão título ao filme, caveiras, esconderijos e outros artefactos tão curiosos como macabros a dar magia à mansão dos Thrombey.


No elenco, o britânico Daniel Craig incorpora um norte-americano de sotaque sulista, e é um gosto ver no mesmo filme Christopher Plummer - sempre em forma -, Jamie Lee CurtisMichael ShannonDon Johnson, Toni Collette - divertida e caricata -, Katherine LangfordJaeden MartellChris EvansLaKeith Stanfield e Frank Oz. Ana de Armas tem aqui espaço para mostrar a sua garra e revela-se uma protagonista à altura.

Knives Out: Todos São Suspeitos é, acima de tudo, um bom regresso dos filmes de detectives, divertido e cheio de mistério, e especialmente bem escrito, sem esquecer uma pitada de crítica social (na era de Trump era inevitável). Rian Johnson é bom a trabalhar por conta própria e volta a prová-lo.

domingo, 1 de dezembro de 2019

Sugestão da Semana #405

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca Knives Out: Todos São Suspeitos, de Rian Johnson.

KNIVES OUT: TODOS SÃO SUSPEITOS


Ficha Técnica:
Título Original: Knives Out
Realizador: Rian Johnson
Elenco: Daniel Craig, Ana de Armas, Chris Evans, Lakeith Stanfield, Jamie Lee Curtis, Toni Collette, Michael Shannon, Don Johnson, Katherine Langford, Jaeden Martell, Christopher Plummer
Género: Comédia, Crime, Drama
Classificação: M/12
Duração: 130 minutos