Já são conhecidos os vencedores dos prémios da televisão britânica, os BAFTA. I May Destroy You destacou-se conquistando os prémios para Melhor Minissérie e Melhor Actriz, entre outros.
segunda-feira, 7 de junho de 2021
Bafta TV Awards 2021: Vencedores
sábado, 1 de maio de 2021
Bafta TV Awards 2021: Os Nomeados
sábado, 26 de dezembro de 2020
Crítica: Small Axe: Education (2020), de Steve McQueen
*6/10*
Steve McQueen enaltece, principalmente, as mulheres que quiseram mudar este regime, o qual predestinava as crianças negras ao insucesso escolar - e, posteriormente, profissional - e souberam fazer-se ouvir junto das famílias. Foi fundamental que as crianças pudessem ambicionar chegar mais longe, muito além das fronteiras que a sociedade britânica lhes impunha. Kingsley poderia finalmente sentir-se livre para seguir o seu sonho de chegar ao espaço.
Com Education, Steve McQueen encerra a antologia de filmes em que denunciou e deu a conhecer as dificuldades pelas quais as comunidades das Índias Ocidentais passaram, ao longo de várias décadas, numa Londres racista e injusta. Cinco filmes que testemunham a superação e a luta constante pela igualdade de oportunidades e de tratamento, numa sociedade retrógrada e humilhante.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Crítica: Small Axe - Alex Wheatle (2020), de Steve McQueen
*6/10*
Alex Wheatle é o quarto episódio da minissérie Small Axe, de Steve McQueen. O filme biográfico apresenta-nos a história verídica do escritor Alex Wheatle, desde a infância ao início da vida adulta.
"Depois de passar a infância num asilo institucional predominantemente branco, sem amor ou família, ele encontra pela primeira vez um sentido de comunidade em Brixton, assim como a descoberta da sua identidade e paixão pela música, tornando-se DJ. Ao ser preso durante a Revolta de Brixton de 1981, ele confronta o passado e vê um caminho para a cura."
O racismo intrínseco das instituições londrinas dos anos 70 e 80 volta a estar no centro desta longa-metragem de Steve McQueen. Seja pela polícia, seja na escola ou no orfanato, Alex é maltratado, injustiçado e subjugado. Apenas quando chega a Brixton a sua identidade começa a formar-se, com todos os erros e lições de vida que isso acarreta. É a partir da prisão que conhecemos a sua história, através de vários flashbacks ao longo do filme, enquanto a recorda e relata ao seu colega de cela.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
Crítica: Small Axe - Red, White and Blue (2020), de Steve McQueen
*7/10*
Red, White and Blue é o terceiro episódio da antologia Small Axe, de Steve McQueen, uma longa-metragem que se foca num protagonista real, Leroy Logan, e na luta que travou para alcançar o sonho de ser polícia.
"O filme conta a verdadeira história de Leroy Logan, um jovem cientista forense que deseja fazer mais para além do seu trabalho de laboratório solitário. Quando vê o pai a ser agredido por dois polícias, relembra a sua ambição de infância de se tornar polícia - algo criado pela esperança ingénua de querer mudar atitudes racistas. Primeiro, Leroy tem que enfrentar as consequências da desaprovação do pai, assim como o racismo flagrante que encontra no seu novo papel de polícia desprezado, mesmo sendo um exemplo na Força Policial Metropolitana."
O preconceito em redor do jovem revelou-se da parte do pai que sempre quis que ele estudasse e que tem a surpresa da sua vida ao saber que o filho quer ser polícia - mesmo com estudos superiores -, mas igualmente da Polícia que achava que um negro não deveria ter um lugar fulcral na instituição. A força de vontade de Leroy levou-o a querer provar, tanto à família como aos colegas e superiores, que mesmo perante todas as adversidades, devemos lutar pelos nossos sonhos - por mais irrealistas que possam parecer.
Leroy queria que a polícia pudesse ter nos seus oficiais negros - e estrangeiros - uma forma de melhor compreender a população dos bairros onde actuavam, acabando, consequentemente, com o racismo institucionalizado e com os abusos policiais. As injustiças que vivenciou foram ficcionadas por Steve McQueen em Red, White and Blue, onde há uma sequência de perseguição entusiasmante e alguns planos que nos fazem sentir a presença do realizador apelando à ascensão do protagonista e da comunidade. Mais um exemplo de esperança e perseverança.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Crítica: Small Axe - Lovers Rock (2020), de Steve McQueen
*8.5/10*
A longa-metragem "conta uma história fictícia de amor jovem numa festa de Blues, em 1980. O filme é uma ode ao género musical reggae romântico chamado Lovers Rock e à juventude negra que encontrou liberdade e amor na música que ouvia nas festas em Londres, quando não era bem-vinda em discotecas 'brancas'."
Steve McQueen apresenta-nos agora um filme cheio de personalidade e garra, com um argumento simples mas uma atmosfera poderosa e, principalmente, inebriante. Através da lente do realizador, somos contagiados pela festa, pelas danças, pelas roupas, pela música, qual viagem no tempo cinematográfica - sem contudo deixar de tocar subtilmente em alguns dos problemas da comunidade, seja o racismo, a pobreza ou a violência.
Direcção artística, guarda-roupa e caracterização fazem um trabalho soberbo ao colocar-nos nesta realidade distante espaciotemporal. Ao mesmo tempo, o elenco proporciona-nos interpretações talentosas de actores em ascensão, com destaque para o casal protagonista: Amarah-Jae St. Aubyn e Micheal Ward.
Das jovens paixões avassaladoras, aos enganos, invejas, mas também com solidariedade e amizade, Lovers Rock é de uma beleza imensa, e uma obra de singular criatividade da parte do realizador.
segunda-feira, 30 de novembro de 2020
Crítica: Small Axe - Mangrove (2020), de Steve McQueen
*6.5/10*
Small Axe é o conjunto de cinco filmes de Steve McQueen, com histórias independentes entre si, mas todos com uma temática comum: a comunidade das Índias Ocidentais em Londres, do final dos anos 1960 até meados dos anos 1980.
Mangrove é a primeira longa-metragem desta colecção, e baseia-se em acontecimentos reais.
"O filme centra-se em Frank Crichlow (Shaun Parkes), dono do restaurante caribenho Mangrove de Notting Hill, uma animada base comunitária para moradores, intelectuais e activistas. Durante um período de terror racista, a polícia local invadia Mangrove constantemente, levando Frank e a comunidade local a irem para as ruas num protesto pacífico em 1970. Quando nove homens e mulheres, incluindo Frank, a líder do Movimento dos Panteras Negras britânicos, Altheia Jones-LeCointe (Letitia Wright) e o activista, Darcus Howe (Malachi Kirby), são presos injustamente e acusados de incitação a tumultos, segue-se um julgamento mediático, levando a uma vitória difícil para aqueles que lutam contra a discriminação."
Um início cheio de poder para esta antologia cinematográfica de McQueen. Mangrove é um hino anti-discriminação e anti-racismo. Um filme que clama justiça e igualdade perante a Lei e a Sociedade, Mangrove é mais uma denúncia da História vergonhosa que perdurou nos países colonizadores, mesmo depois da independência das colónias.
A corrupção da polícia de Notting Hill, as detenções ilegais e o clima de horror que se vivia nas ruas e dentro do restaurante de Frank Crichlow são captadas com realismo pela câmara do realizador. A preparação do julgamento, as reuniões da defesa - com tantas opiniões distintas sobre qual a melhor forma de agir perante o juiz conservador -, a tentativa de reunir um júri totalmente negro, os depoimentos em tribunal, alegações e todas as tensões que se geraram ao longo de várias semanas de julgamento, tudo é exemplarmente reconstituído em Mangrove.
Um elenco competente e cheio de emoção - com nomes como Shaun Parkes, Letitia Wright, Malachi Kirby, Rochenda Sandall, etc. - em muito contribuiu para o resultado final do filme.
Um início empoderador para os capítulos que se seguem de Small Axe.
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"It's the little things that are important, Jimmy. It's the little things that get you caught." Deacon *6/10* Um thriller...
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"I'm making chocolate, of course. How do you like it? Dark? White? Nutty? Absolutely insane." Willy Wonka *7/10* Os primeiros ...