terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Crítica: Small Axe - Lovers Rock (2020), de Steve McQueen

*8.5/10*


Lovers Rock é o segundo filme da colecção Small Axe, de Steve McQueen. Desta vez, o ambiente é de celebração, com muito reagge, amor e alguns abusos.

A longa-metragem "conta uma história fictícia de amor jovem numa festa de Blues, em 1980. O filme é uma ode ao género musical reggae romântico chamado Lovers Rock e à juventude negra que encontrou liberdade e amor na música que ouvia nas festas em Londres, quando não era bem-vinda em discotecas 'brancas'."

Steve McQueen apresenta-nos agora um filme cheio de personalidade e garra, com um argumento simples mas uma atmosfera poderosa e, principalmente, inebriante. Através da lente do realizador, somos contagiados pela festa, pelas danças, pelas roupas, pela música, qual viagem no tempo cinematográfica - sem contudo deixar de tocar subtilmente em alguns dos problemas da comunidade, seja o racismo, a pobreza ou a violência.

Direcção artística, guarda-roupa e caracterização fazem um trabalho soberbo ao colocar-nos nesta realidade distante espaciotemporal. Ao mesmo tempo, o elenco proporciona-nos interpretações talentosas de actores em ascensão, com destaque para o casal protagonista: Amarah-Jae St. Aubyn e Micheal Ward.

Das jovens paixões avassaladoras, aos enganos, invejas, mas também com solidariedade e amizade, Lovers Rock é de uma beleza imensa, e uma obra de singular criatividade da parte do realizador.

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