Mostrar mensagens com a etiqueta The Brutalist. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta The Brutalist. Mostrar todas as mensagens

domingo, 26 de janeiro de 2025

Sugestão da Semana #650

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca O Brutalista, de Brady Corbet, com Adrien Brody, Felicity Jones e Guy Pearce. O filme já tem crítica no Hoje Vi(vi) um Filme.



Ficha Técnica:
Título Original: The Brutalist
Realizador: Brady Corbet
Elenco: Adrien Brody, Guy Pearce, Felicity Jones, Joe Alwyn, Raffey Cassidy, Stacy Martin, Isaach de Bankolé, Alessandro Nivola
Género: Drama
Classificação: M/16
Duração: 215 minutos

sábado, 25 de janeiro de 2025

Crítica: O Brutalista / The Brutalist (2024)

"When dogs get sick, they often bite the hand of those who fed them, until someone mercifully puts them down."
Harrison Lee Van Buren

*8.5/10*

Os primeiros planos de O Brutalista, especialmente o que mostra a Estátua da Liberdade filmada de um ângulo incomum, são, desde logo, um alerta para a experiência opressiva que é o novo filme de Brady Corbet. Eis uma nova forma de filmar o Sonho Americano e como ele não é aquilo que se espera, agora num épico de quase quatro horas de duração - e com direito a um intervalo preparado e pensado pelo realizador.


László Tóth (Adrien Brody) é um arquiteto húngaro de raízes judaicas, que sobrevive ao Holocausto e chega aos Estados Unidos para começar uma nova vida, enquanto aguarda a chegada da mulher, Erzsébet (Felicity Jones), retida na Europa de Leste com a sobrinha, Zsófia (Raffey Cassidy), após a guerra. O que László encontra é uma América muito diferente daquela que esperava. A reputação como arquitecto de sucesso em Budapeste de nada vale na Pensilvânia industrializada. László e Erzsébet suportam a pobreza e a indignidade, mas o génio do arquitecto acaba reconhecido pelo industrial Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce) que o encarrega de projectar um grande edifício modernista. Neste projecto, que será o mais ambicioso da carreira de Tóth, ele terá de equilibrar a sua visão intransigente e a influência do patrono.

Ao longo da primeira metade de O Brutalista, assistimos às tentativas de integração de Lázló na sua nova vida, inicialmente ajudado pelo primo, depois por ele descartado, o arquitecto cai na miséria e decadência até ao aparecimento da família de Harrison Lee Van Buren.

Se, por um lado, parece que finalmente alguém reconhece o seu trabalho de excelência na Hungria - que resistiu à guerra -, e o contrata para uma obra extremamente ambiciosa; por outro, há obsessões que começam a revelar-se, mesmo com a chegada há tanto esperada de Erzsébet.


Os anos passam e aumenta a obsessão desmedida pelo seu grandioso projecto nos Estados Unidos. Lázló torna-se intratável, os vícios quase o fazem sucumbir e torna-se difícil manter os amigos. O delírio aumenta à medida que o projecto não avança, como se os traumas do passado na Europa, transpostos para a sua obra-prima, voltassem para o assombrar, num sofrimento mudo que se exprime em revolta contra quem o rodeia.

No filme de Corbet, os poderosos são também os abusadores. Vêem em Lázló, mais do que um grande artista, um vagabundo, dependente da família Lee, apesar de todo o talento que já demonstrou ter dentro de si. E se é Harrison, o aristocrata que reconhece o seu trabalho e o contrata, tornando-se seu benfeitor, é notório o desequilíbrio que vai tomando conta da relação de aparente amizade que cria com Lázló. O protagonista é humilhado, abusado e explorado: é esta a demonstração de poder que Harrison faz questão de nunca deixar esquecer.

Em O Brutalista, Adrien Brody está quase ao nível da sua interpretação em O Pianista (2002), de Roman Polanski. Como Lázló, o actor mostra-se intenso e estrondoso, mesmo no mais enclausurado e mudo sentimento. Ele sofre sozinho e refugia-se no seu projecto e, posteriormente, na sua companheira de vida, Erzsébet. E é Felicity Jones quem lhe veste a pele, num desempenho pautado pelo sofrimento físico causado pela doença da personagem e a constatação da degradação física e psicológica do marido, que pretende defender, a todo o custo, e de quem não quer voltar a separar-se. Uma mulher aparentemente frágil mas muito determinada.

Já o benfeitor-vilão é interpretado por Guy Pierce, que está excelente nesta personagem, inicialmente tão dúbio, mas que lentamente se transforma num homem odioso e repugnante.

A banda sonora de O Brutalista é quase mais uma personagem. Inebriante e intensa, adensa, mais ainda, a opressão do filme. Deixa no ar uma intranquilidade latente, fazendo crer que o pesadelo de Lázló está longe de acabar.

Com uma direcção de fotografia fundamental para unir toda a longa-metragem, eis o visual triste, sombrio, onde abundam as cores frias e escuras e onde também o aspecto da película de 35mm, apresentada inteiramente no formato VistaVision - muito comum na época em que se passa O Brutalista -, transportam a plateia para o isolamento da casa de Harrison e da mente de Lázló.

Depois de A Infância de um Líder (2015) e Vox Lux (2018), é O Brutalista que traz o nome de Brady Corbet para as bocas do mundo - e ainda bem. Há muito tempo que merecia o reconhecimento que parece ter chegado agora, 10 anos depois da sua primeira (e tão prometedora) longa-metragem.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Oscars 2025: Nomeados

Os nomeados para os Oscars 2025 foram revelados esta Quinta-feira, 23 de Janeiro, por Bowen Yang e Rachel SennottEmilia Pérez lidera a corrida às estatuetas douradas com 13 nomeações, seguido de O Brutalista e Wicked, com 10.

Entre as principais ausências nos nomeados deste ano, está a banda sonora de Challengers, de Trent Reznor e Atticus Ross (vencedor da categoria nos Globos de Ouro), e as interpretações de Angelina Jolie (Maria), Denzel Washington (Gladiador II), Nicole Kidman (Babygirl), Selena Gomez (Emilia Pérez), Margaret Qualley (A Substância), Zendaya (Challengers), Daniel Craig (Queer), Pamela Anderson (The Last Showgirl) ou Jamie Lee Curtis (The Last Showgirl).

As maiores surpresas recaem no filme brasileiro Ainda Estou Aqui, nomeado para os Oscars de Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Filme e Melhor Actriz (Fernanda Torres). A animação letã Flow, vencedor do Globo de Ouro, conseguiu afirmar-se com nomeações para Melhor Filme de Animação e Melhor Filme Estrangeiro. Nosferatu somou inesperadas quatro nomeações - Fotografia, Guarda Roupa, Caracterização e Design de Produção -;  e Nickel Boys surpreendeu com as nomeações para Melhor Filme e Argumento Adaptado.


A 97.ª cerimónia dos Oscars vai realizar-se a 3 de Março de 2025, apresentada por Conan O’Brien.

Aqui fica a lista completa de nomeados:

Melhor Filme
Anora 
The Brutalist 
A Complete Unknown 
Conclave 
Dune: Part Two
Emilia Pérez 
I’m Still Here 
Nickel Boys 
The Substance 
Wicked

Melhor Actor
Adrien Brody, The Brutalist
Timothée Chalamet, A Complete Unknown
Colman Domingo, Sing Sing
Ralph Fiennes, Conclave
Sebastian Stan, The Apprentice

Melhor Actriz
Cynthia Erivo, Wicked
Karla Sofía Gascón, Emilia Pérez
Mikey Madison, Anora
Demi Moore, The Substance
Fernanda Torres, I’m Still Here

Melhor Actor Secundário
Yura Borisov, Anora
Kieran Culkin, A Real Pain
Edward Norton, A Complete Unknown
Guy Pearce, The Brutalist
Jeremy Strong, The Apprentice

Melhor Actriz Secundária 
Monica Barbaro, A Complete Unknown
Ariana Grande, Wicked
Felicity Jones, The Brutalist
Isabella Rossellini, Conclave
Zoe Saldaña, Emilia Pérez

Melhor Realizador
Jacques Audiard, Emilia Pérez
Sean Baker, Anora
Brady Corbet, The Brutalist
Coralie Fargeat, The Substance
James Mangold, A Complete Unknown

Melhor Argumento Original
Anora (Sean Baker)
The Brutalist (Brady Corbet, Mona Fastvold)
A Real Pain (Jesse Eisenberg)
September 5 (Moritz Binder, Tim Fehlbaum; co-argumentista Alex David)
The Substance (Coralie Fargeat)

Melhor Argumento Adaptado
A Complete Unknown (James Mangold e Jay Cocks)
Conclave (Peter Straughan)
Emilia Pérez (Jacques Audiard, em colaboração com Thomas Bidegain, Léa Mysius e Nicolas Livecchi)
Nickel Boys (RaMell Ross & Joslyn Barnes)
Sing Sing (argumento de Clint Bentley, Greg Kwedar; e história de Clint Bentley, Greg Kwedar, Clarence Maclin, John “Divine G” Whitfield)

Melhor Filme de Animação
Flow
Inside Out 2 
Memoir of a Snail 
Wallace & Gromit: Vengeance Most Fowl 
The Wild Robot

Melhor Filme Estrangeiro
I’m Still Here / Ainda Estou Aqui (Brasil)
The Girl With the Needle / A Rapariga da Agulha (Dinamarca)
Emilia Pérez (França)
The Seed of the Sacred Fig (Alemanha)
Flow (Letónia)

Melhor Fotografia
The Brutalist (Lol Crawley)
Dune: Part Two (Greig Fraser)
Emilia Pérez (Paul Guilhaume)
Maria (Ed Lachman)
Nosferatu (Jarin Blaschke)

Melhor Montagem
Anora (Sean Baker)
The Brutalist (David Jancso)
Conclave (Nick Emerson)
Emilia Pérez (Juliette Welfling)
Wicked (Myron Kerstein)

Melhor Design de Produção
The Brutalist (Judy Becker e Patricia Cuccia)
Conclave (Suzie Davies e Cynthia Sleiter)
Dune: Part Two (Patrice Vermette e Shane Vieau)
Nosferatu (Craig Lathrop e Beatrice Brentnerová)
Wicked (Nathan Crowley e Lee Sandales)

Melhor Guarda-Roupa
A Complete Unknown (Arianne Phillips)
Conclave (Lisy Christl)
Gladiator II (Janty Yates and Dave Crossman)
Nosferatu (Linda Muir)
Wicked (Paul Tazewell)

Melhor Caracterização
A Different Man (Mike Marino, David Presto e Crystal Jurado)
Emilia Pérez (Julia Floch Carbonel, Emmanuel Janvier e Jean-Christophe Spadaccini)
Nosferatu (David White, Traci Loader e Suzanne Stokes-Munton)
The Substance (Pierre-Olivier Persin, Stéphanie Guillon e Marilyne Scarselli)
Wicked (Frances Hannon, Laura Blount e Sarah Nuth)

Melhor Banda Sonora Original
The Brutalist (Daniel Blumberg)
Conclave (Volker Bertelmann)
Emilia Pérez (Clément Ducol e Camille)
Wicked (John Powell e Stephen Schwartz)
The Wild Robot (Kris Bowers)

Melhor Canção Original
El Mal, Emilia Pérez (Música: Clément Ducol e Camille; Letra: Clément Ducol, Camille e Jacques Audiard)
The Journey, The Six Triple Eight (Música e Letra: Diane Warren)
Like a Bird, Sing Sing (Música e Letra: Abraham Alexander e Adrian Quesada)
Mi Camino, Emilia Pérez (Música e Letra: Camille e Clément Ducol)
Never Too Late, Elton John: Never Too Late (Música e Letra: Elton John, Brandi Carlile, Andrew Watt e Bernie Taupin)

Melhor Som
A Complete Unknown (Tod A. Maitland, Donald Sylvester, Ted Caplan, Paul Massey e David Giammarco)
Dune: Part Two (Gareth John, Richard King, Ron Bartlett e Doug Hemphill)
Emilia Pérez (Erwan Kerzanet, Aymeric Devoldère, Maxence Dussère, Cyril Holtz e Niels Barletta)
Wicked (Simon Hayes, Nancy Nugent Title, Jack Dolman, Andy Nelson e John Marquis)
The Wild Robot (Randy Thom, Brian Chumney, Gary A. Rizzo e Leff Lefferts)

Melhores Efeitos Visuais
Alien: Romulus (Eric Barba, Nelson Sepulveda-Fauser, Daniel Macarin e Shane Mahan)
Better Man (Luke Millar, David Clayton, Keith Herft e Peter Stubbs)
Dune: Part Two (Paul Lambert, Stephen James, Rhys Salcombe e Gerd Nefzer)
Kingdom of the Planet of the Apes (Erik Winquist, Stephen Unterfranz, Paul Story e Rodney Burke)
Wicked (Pablo Helman, Jonathan Fawkner, David Shirk e Paul Corbould)

Melhor Documentário
Black Box Diaries 
No Other Land 
Porcelain War
Soundtrack to a Coup d’Etat 
Sugarcane

Melhor Curta Documental
Death by Numbers
I Am Ready, Warden 
Incident
Instruments of a Beating Heart
The Only Girl in the Orchestra

Melhor Curta de Animação
Beautiful Men 
In the Shadow of the Cypress
Magic Candies
Wander to Wonder 
Yuck! 

Melhor Curta
A Lien
Anuja 
I’m Not a Robot
The Last Ranger 
The Man Who Could Not Remain Silent