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domingo, 12 de dezembro de 2021

Sugestão da Semana #485

Das estreias da passada Quarta-feira, a Sugestão da Semana destaca o novo filme de Adam McKay, Não Olhem Para Cima, protagonizado por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence.

NÃO OLHEM PARA CIMA


Ficha Técnica:
Título Original: Don't Look Up
Realizador: Adam McKay
Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Rob Morgan, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet, Ariana Grande
Género: Comédia, Drama, Ficção Científica
Classificação: M/14
Duração: 138 minutos

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Crítica: Os 7 de Chicago / The Trial of the Chicago 7 (2020)

"That's right, we're not goin' to jail because of what we did, we're goin' to jail because of who we are!"
Abbie Hoffman


*7/10*

Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7), de Aaron Sorkin, estreou sob a chancela da Netflix, e faz-nos mergulhar num dos julgamentos que marcaram a História dos Estados Unidos da América.

O filme acompanha o julgamento de sete homens, após os tumultos ocorridos entre a polícia e os manifestantes contra a guerra do Vietname, em 1968, enquanto decorria a Convenção do Partido Democrata, em Chicago, Illinois.


Num período conturbado e trágico para os EUA (a morte de Martin Luther King e, anos antes, de J.F. Kennedy), a Guerra do Vietname dividia a população e fazia milhares de morto s. Neste contexto, uma manifestação foi inevitável, mas foi, principalmente, a brutalidade policial que levou estes oito (depois sete) homens a tribunal.

Entre vinganças políticas, muita violência e um juiz incapaz de imparcialidade, constrói-se a acção de Os 7 de Chicago. Aaron Sorkin escreve e realiza e é capaz de criar um filme dinâmico e denunciador, com muitos diálogos, bem ao estilo do argumentista, mesmo que, por vezes, o texto em excesso possa prejudicar a atenção do espectador. 


Os flashbacks acompanham as alegações e testemunhos em tribunal, ilustrando os depoimentos com o que na realidade aconteceu. A ficção é intercalada com imagens reais de arquivo do dia da manifestação, numa opção de montagem impactante e incómoda.

Mas Os 7 de Chicago vive principalmente do seu elenco, cheio de nomes sonantes, onde se distinguem um dramático Sacha Baron Cohen, que mantem algum do seu humor intrínseco, aqui contudo um tanto trágico, e Frank Langella na pele do juiz Julius Hoffman, personificação da injustiça e impotência, perante um tribunal parcial e violento, cuja revolta que gera contagia o espectador. Yahya Abdul-Mateen II destaca-se pela presença forte e pelo desempenho físico como o activista Bobby Seale, o oitavo homem acusado, que viu o seu julgamento anulado durante o processo. Competentes e convictos, com interpretações tão fortes como emocionais encontram-se ainda Mark Rylance, Joseph Gordon-Levitt, Eddie Redmayne e Michael Keaton.


Num período tão complexo como o que assistimos actualmente nos EUA, Aaron Sorkin faz-nos olhar para o passado, através de Os 7 de Chicago, e constatar como há ainda tanto a fazer política e socialmente e, afinal, tão pouco mudou desde 1968.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Sugestão da Semana #318

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o novo filme de Steven Spielberg, de volta à ficção científica com Ready Player One: Jogador 1.

READY PLAYER ONE: JOGADOR 1


Ficha Técnica:
Título Original: Ready Player One 
Realizador: Steven Spielberg
Actores: Olivia Cooke, Tye Sheridan, Ben Mendelsohn, Simon Pegg, T.J. Miller, Mark Rylance
Género: Acção Aventura, Ficção Científica
Classificação: M/12
Duração: 140 minutos

terça-feira, 25 de julho de 2017

Sugestão da Semana #282

Das estreias da passada Quinta-feira, a Sugestão da Semana destaca o novo filme de Christopher Nolan, Dunkirk. A crítica do Hoje Vi(vi) um Filme já pode ser lida aqui.

DUNKIRK


Ficha Técnica:
Título Original: Dunkirk
Realizador: Christopher Nolan
Actores: Fionn Whitehead, Aneurin BarnardTom Hardy, Mark Rylance, Kenneth Branagh, Harry Styles, Cillian MurphyBarry Keoghan
Género: Acção, Drama, História
Classificação: M/12
Duração: 106 minutos

domingo, 23 de julho de 2017

Crítica: Dunkirk (2017)


*9/10*


Um filme de grande orçamento que sabe honrar as origens do cinema não se encontra todos os dias. Christopher Nolan voltou em grande, literalmente. Filmou em 65mm, um formato de cortar a respiração, que, cada vez mais, tem voltado a ganhar adeptos e apresenta um projecto grandioso sobre um episódio da Segunda Guerra Mundial com enorme simplicidade e mestria: Dunkirk.

No seu primeiro filme de guerra, Nolan consegue ser tão patriótico como tolerante. Sem banhos de sangue, mas com um sentido de união pouco comum, de pensamentos, sentimentos, compromissos e honra. O realizador é metódico e consegue, como poucos, unir públicos tão diferentes em torno do mesmo filme. Sim, Dunkirk é um filme para as massas, mas é igualmente um filme de autor, com planos sufocantes e memoráveis, com dedicação, alma e personalidade.


Por terra, por mar e no ar, a câmara de Nolan segue a acção de três perspectivas distintas e com uma temporalidade diferente, mas em redor do mesmo campo de batalha, o resgate de centenas de milhares de soldados britânicos e aliados da praia de Dunquerque, onde se encontram cercados pelo inimigo.

A luta pela sobrevivência, o barulho ensurdecedor dos tiros, das explosões, dos gritos dos soldados, a solidão no meio de tantos, o estar encurralado entre o mar e a guerra. Tudo isto conta a História. Afinal, onde fica a esperança? Na pátria? Os dias passam e a ajuda tarda, o inimigo sobrevoa a praia, as mortes sucedem-se e não há como fugir ou esconder-se. É nos olhos vazios e inocentes dos jovens soldados que as emoções se reflectem. Poucas palavras, muita acção e desalento.


Dunkirk divide-se em três momentos distintos que culminam na mesma espacio-temporalidade. A montagem de Lee Smith é magistral no trabalho que faz ao acompanhá-los. Na praia, os soldados esperam o resgate que tarda, no mar, marinha e civis fazem os possíveis para salvar os compatriotas, no ar, os pilotos britânicos tentam abater os inimigos no combate aéreo. Juntos numa luta contra o tempo.

A banda sonora de Hans Zimmer poderia assentar bem a um filme de terror, e é a grande responsável pelos momentos de tensão e suspense. Para uns é incómoda, para mim é fundamental  e quase indissociável da longa-metragem. A par de alguns planos nos aviões, também a música nos incute sensações semelhantes às dos soldados, numa incerteza, desespero e temor imensos. O tique-taque do relógio usado pelo compositor varia consoante o batimento do nosso coração, como eco resultante de milhares de corações em sofrimento, sem saída à vista. A tornar a experiência ainda mais intensa está a direcção de fotografia de Hoyte Van Hoytema, que tira o melhor partido da película, com planos de profundidade sem fim, fabulosas vistas aéreas sobre a praia, ou planos fantasmagóricos à beira mar, onde são os soldados as almas penadas.


Os actores dão corpo ao que o guião não diz. Por um lado, os oficiais desesperam, com tantos homens por salvar, com destaque para Kenneth Branagh como o Comandante Bolton. De Inglaterra, saem muitos civis com as suas embarcações para ajudar no resgate, onde Mr. Dawson (Mark Rylance com mais uma grande oportunidade de chegar aos Oscars) e o jovem George (Barry Keoghan) são a personificação do sentimento de pertença e dever para com os seus, que lutam na Segunda Guerra. Do lado dos 400 mil homens presos em Dunquerque, são três os principais rostos que tanto dizem, cada um à sua maneira e nos seus tormentos: Tommy (Fionn Whitehead), Gibson (Aneurin Barnard) e Alex (Harry Styles). Tão jovens e inexperientes, e já traumatizados, de orgulho ferido e sem esperança - que, ainda assim, não desistem de lutar. Já Cillian Murphy é o soldado que traz consigo o trauma de guerra. No ar, estão os incansáveis pilotos, sempre alerta e em defesa dos seus: Farrier (Tom Hardy) e Collins (Jack Lowden).

Christopher Nolan fez questão de nos oferecer a melhor experiência visual possível. Dunkirk é uma curta epopeia de dor e sacrifício, onde a união fez mesmo a força, num importante momento da História da Segunda Guerra Mundial.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Oscars 2016: Os Actores Secundários

Os Oscars são já no dia 28 e, como de costume, faço uma pequena análise aos nomeados nas categorias mais esperadas. Começo com o Oscar de Melhor Actor Secundário. Não é uma categoria fácil. A competição é renhida e a qualidade dos actores é enorme. É complicado ordená-los por ordem de preferência, mas aqui fica.

Devem-lhe um Oscar. Mais ainda pelo seu Rocky, agora reformado do ringue, frágil e emocional. Stallone mostra um lado muito humano, a prova de como até os ícones envelhecem e são reais. Emociona-se e emociona-nos, este Rocky Balboa magoado pela vida, que parece descobrir em Adonis a força e vitalidade que os anos lhe roubaram. 

Ele é mesmo bom a fazer de vilão. Tom Hardy consegue encarnar na perfeição Fitzgerald, o homem ausente de sentimentos, com uma maldade imensa a pairar sobre si, sem arrependimentos. Mais um grande desempenho de um actor que ainda continua a ser subvalorizado - justamente deram-lhe a nomeação.

Quase podia passar despercebido, não fosse o magnetismo que emana, que só os bons actores conseguem atingir. Mark Rylance é o espião russo, Rudolf Abel. Um desempenho comedido, de um homem de ar frágil, com uma presença muito forte, acusado de espionagem mas capaz de comover o público.

Num filme de grandes desempenhos, Mark Ruffalo tem possivelmente o desempenho mais forte. Até a postura e forma do actor se movimentar estão diferentes, na pele do jornalista luso-descendente, Mike Rezendes, emocional, corajoso, persistente, sem papas na língua e verdadeiramente incomodado com o caso que investiga.

Christian Bale é um camaleão. Desta vez, vestiu a pele de Michael Burry, o primeiro cérebro a prever a queda do mercado imobiliário. Um homem rebelde, solitário que, praticamente, vive no escritório. O actor incorpora de forma hilariante este homem que se veste e comporta como um adolescente, de baquetas nas mãos e com a cabeça cheia de números.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Crítica: A Ponte dos Espiões / Bridge of Spies (2015)

"We have to have the conversations our governments can't."
James Donovan
*7.5/10*

Steven Spielberg é excelente a filmar históricos. Se ainda alguém tinha dúvidas, A Ponte dos Espiões chegou para as dissipar de vez. O realizador trouxe agora para o grande ecrã a Guerra Fria e uma história pouco conhecida. Espiões e advogados, Estados Unidos e Rússia, Spielberg conta-nos tudo.

Durante a Guerra Fria, James Donovan (Tom Hanks), um advogado de Brooklyn, é recrutado pela CIA para negociar a troca de um espião russo capturado, por um piloto americano abatido enquanto sobrevoava território soviético.

Spielberg mune-se dos actores ideais, e dá-nos mais uma lição de história, com personagens bem exploradas e um suspense de invejar. Mais ou menos conhecedores desta época, é impossível tirar os olhos do ecrã e o tempo - quase 2h30 de filme - passa a voar.


A montagem é inteligente, oferecendo-nos um mistério ritmado, potenciado mais ainda pela direcção de fotografia - sempre ao estilo de Spielberg -, que joga com luz e sombra de forma brilhante. As negociações que pareciam ser improváveis (ou impossíveis) entre americanos e russos fazem-nos temer por Donovan e mesmo pelo espião russo. Afinal, poucos são como Spielberg a fazer-nos compreender as personagens e ficar do seu lado.

A reconstituição histórica - óptimo trabalho da direcção artística - tem momentos inesquecíveis como a edificação do muro de Berlim e a violência do lado oriental e ocidental do mesmo. A desconfiança paira nas sombras, nas ruas geladas e inseguras, nas salas de negociação, sempre acompanhada pela banda sonora de Thomas Newman, a tornar o ambiente ainda mais desconcertante. Também o trabalho sonoro intensifica as emoções da plateia.


Tom Hanks é sempre uma mais-valia no elenco. Como James Donovan o actor mostra-se muito à vontade e competente no seu tipo de personagem: seguro e de fácil empatia. Já o espião russo, Rudolf Abel, é interpretado por Mark Rylance. Um desempenho comedido, de ar frágil, mas com uma presença muito forte, capaz de comover o público.

Em A Ponte dos Espiões, Spielberg trata com respeito e zelo mais um importante momento histórico, filma-o como ninguém e arrebata-nos novamente com a sua mestria cinematográfica.