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domingo, 27 de março de 2022

Oscars 2022: Melhor Filme

Para finalizar a análise aos nomeados, eis as dez longas-metragens na corrida para o Oscar de Melhor Filme. Há dois filmes muito bons - ambos merecedores da estatueta -, seguidos de perto por outros dois; mais alguns títulos acima da média e um que não deveria constar nesta lista. Sente-se a ausência de mais filmes de qualidade como The Lost Daughter ou The Card Counter, que poderiam ocupar alguns dos lugares da lista de nomeados de 2022.

Quem vota são os membros da Academia, mas o Hoje Vi(vi) um Filme não deixa de ter os seus eleitos. Eis os nomeados para o Oscar de Melhor Filme, por ordem de preferência.

1. The Power of the Dog

O Poder do Cão está repleto de subtexto, desconstruções subliminares e uma sexualidade latente, com muito para absorver para além da visualização do filme. Excelente regresso de Jane Campion, com uma obra que, na aparente simplicidade de um western, cria um turbilhão de tensões e desejos reprimidos.


2. Drive My Car

As três horas de filme propõem reflexão, introspecção e, todavia, nunca monotonia. Se, por um lado, uma morte precoce vem mudar a vida de várias personagens e o foco da acção, por outro, o Teatro - o texto e as palavras - tem um papel central na exorcização dos fantasmas que se teima em não deixar partir. Entre o teatro e o cinema, mas igualmente entre o espiritual e o terreno, Drive My Car é uma obra introspectiva e de sentimentos complexos, que leva a plateia numa viagem de entrega e partilha, conduzida por Misaki mas iniciada por Yûsuke.


3. Licorice Pizza

Licorice Pizza é uma viagem jovial e vibrante aos anos 70. Paul Thomas Anderson parte de vivências suas e do contexto da época e cria um filme que, conduzido pelas hormonas da adolescência e dos primeiros amores, percorre as mais inesperadas aventuras entre o universo cinematográfico, dos negócios e da política.


4. Dune

Denis Villeneuve anuncia a chegada do Messias em Duna, um filme que serão dois, e no qual colocou toda a sua dedicação e esmero. Os acontecimentos são apresentados com clareza, bem como a história de Paul Atreides e do planeta Arrakis, seus habitantes e forasteiros. O realizador não mostra receios em avançar com Duna e está decidido a "preservar" a história original.


5. Belfast

Belfast traz os conflitos de 1969, na Irlanda do Norte, através dos olhos de uma criança. Kenneth Branagh inspira-se na sua própria experiência para criar um universo de sonhos e medo, aventura e incerteza, na agitada vida de Buddy, um menino de nove anos, e de todos os que o rodeiam. Através da inocência do protagonista, Branagh explora a incompreensão das crianças - e de muitos adultos - acerca de um conflito adensado por diferenças religiosas; a escalada de violência e ameaças; a impossibilidade de ser-se neutro num bairro que sempre viveu em comunhão; tudo enquanto Buddy vive a experiência do seu primeiro amor.


6. CODA

CODA é uma obra simples e melodramática, que propõe uma reflexão séria sobre as dificuldades que a população surda enfrenta no que toca à integração, justiça e independência; mas igualmente põe em cheque o comportamento da sociedade, que não faz o suficiente para acolhê-la. O elenco de CODA é a prova viva de que basta uma oportunidade para mostrar o valor que cada um tem em si e alcançar a merecida notoriedade e reconhecimento.


7. West Side Story

Neste West Side Story "moderno", há menos coreografias, mas mais tempo e espaço para algum desenvolvimento emocional das personagens, sendo que quase todos os protagonistas têm um background bem definido, que justificará muitas dos actos que vêm a tomar ao longo da trama. Ao mesmo tempo, e apesar do racismo já latente na história original, o filme de Spielberg quebra alguns clichés (e tabus da época): os vândalos são os Jets, os Sharks são estudantes e trabalhadores, esforçados para melhorar as suas condições de vida; a transexualidade (ou género não-binário) de Anybodys é abordada com maior impacto; e até mesmo a multiculturalidade da cidade, que vai muito além dos porto-riquenhos e dos supostos Jets "nativos", são alguns dos elementos que tornam o filme mais actual em costumes.


8. Nightmare Alley

Nightmare Alley - Beco das Almas Perdidas não faz ressurgir um Guillermo del Toro primordial; longe da sua criatividade, o realizador tira o melhor partido de uma história que o intriga e explora os pontos que mais o inspiram: as macabras atracções circenses, o passado e a personalidade dúbia de Stanton, a psiquiatra femme fatal e todo o misticismo em torno da vida de enganos do protagonista. Explora as crenças e a questão metafísica, os traumas que assombram Stan, em sonhos e na realidade, bem como a sedução do dinheiro e dos vícios.


9. King Richard

Longe de ser memorável, King Richard: Para Além do Jogo presta uma merecida homenagem à família Williams e ao exemplo que a ascensão e conquistas das duas irmãs tenistas pode ser para todos os que lutam pelos seus sonhos, seja qual for a sua origem. A união da família, sob o comando do pai, é o motor que faz com que Venus e Serena nunca desistam dos sonhos, com dedicação constante.


10. Don’t Look Up

A crítica mordaz que tem caracterizado os últimos filmes de Adam McKay esmoreceu neste disaster movie; já a sua subtileza é agora a mesma que a de "um elefante numa loja de porcelanas". Não Olhem Para Cima faz um gritante anúncio do fim do mundo e, por mais que os cientistas tentem, ninguém quer saber do que eles dizem. Um filme que tem dividido opiniões e, definitivamente, não deveria estar nesta lista de nomeados.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Crítica: Não Olhem para Cima / Don't Look Up (2021)

"You guys, the truth is way more depressing. They are not even smart enough to be as evil as you're giving them credit for."

Kate Dibiasky

*5.5/10*

A crítica mordaz que tem caracterizado os últimos filmes de Adam McKay esmoreceu neste disaster movie; já a sua subtileza é agora a mesma que a de "um elefante numa loja de porcelanas". Não Olhem Para Cima faz um gritante anúncio do fim do mundo e, por mais que os cientistas tentem, ninguém quer saber do que eles dizem - onde é que já ouvi isto?

"Kate  Dibiasky  (Jennifer  Lawrence),  uma  estudante  de  astronomia,  e  o  seu  professor,  o  Dr. Randall  Mindy  (Leonardo  DiCaprio),  descobrem  um  cometa  em  rota  de  colisão  directa  com  a Terra. E, para piorar a situação, ninguém mais se parece importar, porque não é fácil informar a humanidade acerca de algo do tamanho do Evereste que está prestes a destruir a Terra. Com a ajuda do Dr. Oglethorpe (Rob Morgan), Kate e Randall partem numa digressão mediática para falar com a indiferente Presidente Orlean (Meryl Streep) e o bajulador filho e chefe de gabinete desta, Jason (Jonah Hill), e participar num animado programa das manhãs apresentado por Brie (Cate  Blanchett)  e  Jack  (Tyler  Perry).  Faltam  seis  meses  para  o  impacto,  mas  gerir  o  ciclo mediático de 24 horas e conseguir a atenção de um público obcecado com as redes sociais prova ser chocantemente cómico."

Adam McKay segue o seu ritmo acelerado e crítico, mas não é certeiro no disparo. O filme vive de altos e baixos, perde-se a meio e reencontra-se num final que poderia ser bom - não fossem duas cenas cómicas exta, totalmente desnecessárias e forçadas, a concluir o enredo. 

Não Olhem para Cima tem um início promissor, bem como a ideia geral do argumento, mas perde-se em fait divers, pormenores irrelevantes e até clichés, e o foco passa do espaço para as mesquinhices da humanidade - tal como na mundo real, efectivamente. Os escândalos da política, as quezílias entre países poderosos e, claro, os EUA como o centro do mundo e das suas decisões são pouco entusiasmantes para a acção e fazem a longa-metragem cair nos mesmos erros que tenta satirizar.

DiCaprio é um cientista hipocondríaco a quem a fama sobe à cabeça, Meryl Streep surge numa versão feminina de Donald Trump, e Jonah Hill, longe do seu esplendor cómico, veste a pele do seu filho e chefe de gabinete. Só a personagem de Jennifer Lawrence parece ter os pés bem assentes na terra em todos os momentos da acção e é, sem dúvida, a única capaz de criar empatia com a plateia.

E porque ver para crer parece ser a máxima da população mundial, eis que o melhor momento de Não Olhem para Cima começa realmente quando todos olham para o céu e largam as redes sociais e teorias da conspiração. Entretanto, extrapola-se o realismo, abusa-se do absurdo e, no final, resta muito pouco do filme de Adam McKay.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Sugestão da Semana #485

Das estreias da passada Quarta-feira, a Sugestão da Semana destaca o novo filme de Adam McKay, Não Olhem Para Cima, protagonizado por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence.

NÃO OLHEM PARA CIMA


Ficha Técnica:
Título Original: Don't Look Up
Realizador: Adam McKay
Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Rob Morgan, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet, Ariana Grande
Género: Comédia, Drama, Ficção Científica
Classificação: M/14
Duração: 138 minutos

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Estreias da Semana #485

Neste segundo feriado de Dezembro, chegam às salas de cinema portuguesas cinco novos filmes, a que se junta a reposição de O Garoto de Charlot, num restauro digital a propósito do centenário do filme. No streaming, também se contam novas estreias cinematográficas.

Compartimento No. 6 (2021)
Hytti nro 6 / Compartment No. 6
Moscovo 1996. Laura, uma estudante finlandesa, foge de um caso de amor. Apanha o comboio para Murmansk onde deseja ver as pinturas rupestres com 10 mil anos. Ao contrário da vida em Moscovo, quer estar rodeada por algo que perdure. É obrigada a partilhar o compartimento do comboio com Vadim, um mineiro russo. A companhia de Vadim e a realidade desolada das cidades russas começam a dissolver as ideias românticas que Laura tinha das suas viagens...

Não Olhem Para Cima (2021)
Don't Look Up
A estudante de astronomia Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) e o seu professor, o Dr. Randall Mindy (Leonardo DiCaprio), descobrem um cometa em rota de colisão com a Terra. Para piorar a situação, ninguém parece realmente importar-se. Com a ajuda do Dr. Oglethorpe (Rob Morgan), Kate e Randall partem numa digressão mediática que os leva até à indiferente Presidente Orlean (Meryl Streep) e ao seu filho e chefe de gabinete, Jason (Jonah Hill), e a participar no The Daily Rip, um animado programa das manhãs apresentado por Brie (Cate Blanchett) e Jack (Tyler Perry). Faltam seis meses para o impacto, mas gerir o ciclo mediático de 24 horas e conseguir a atenção de um público obcecado com as redes sociais antes que seja demasiado tarde prova ser chocantemente cómico. O que será preciso para que o mundo olhe para cima?

O Garoto de Charlot (restauro digital do centenário) (1921)
The Kid
Charlot toma conta de uma criança abandonada, mas a relação entre os dois fica em risco quando a mãe a tenta recuperar.

Pig - A Viagem de Rob (2021)
Pig
Rob (Nicolas Cage) vive sozinho numa floresta isolada do Oregon com a sua fiel porca forrageira. Rob vende as raras e caríssimas trufas que ela encontra a um jovem empresário. A calma reclusão de Rob termina quando é atacado com violência e lhe roubam a porca forçando-o a regressar a Portland em busca dos responsáveis.

Resident Evil: Raccoon City (2021)
Resident Evil: Welcome to Raccoon City
Outrora a cidade sede da gigante farmacêutica Umbrella Corporation, RaccoonCity é agora uma cidade moribunda no midwest americano. O abandono da empresa deixou a cidade deserta com um enorme mal escondido por baixo da superfície. Quando esse mal é libertado, um grupo tenta sobreviver e descobrir a verdade escondida por detrás da Umbrella.

West Side Story (2021)
Nova versão do musical de 1961 sobre dois jovens de grupos rivais da comunidade porto-riquenha em Nova Iorque que se apaixonam pela mesma mulher.

Netflix Portugal:

Estreia a 9 de Dezembro:

O Rapaz de Asakusa (2021)
Asakusa Kid
Kitano estudou sob a tutela de Senzaburo Fukami, humorista esquecido e mestre do palco. Passado em Asakusa em meados da década de 1960, altura em que o local era uma área sórdida de Tóquio, o filme mostra como Kitano abandona os estudos e acaba por arranjar emprego num recinto conhecido pelos espetáculos de striptease e comédia, onde cedo se torna aprendiz do lendário Senzaburo Fukami. Fukami foi mestre de outros humoristas famosos como Hachiro Azuma e Kinichi Hagimoto, um homem que renunciou à televisão e acreditava apenas em espectáculos ao vivo. Kitano trabalhou no duro sob a tutela de Fukami para aprimorar as suas capacidades e seguir o sonho de ser um humorista de sucesso. Porém, com a crescente popularidade da televisão, a comédia ao vivo foi sendo gradualmente preterida.

Estreia a 10 de Dezembro:

De Volta a Casa (2021)
Back to the Outback
Fartas de estarem presas num reptilário onde são vistas pelos humanos como se fossem monstros, algumas das mais mortíferas criaturas da Austrália planeiam uma fuga para o deserto, onde julgam poder integrar-se sem serem julgadas. A líder do grupo é Maddie, uma cobra venenosa com um coração de ouro, que se junta a Zoe, uma confiante diabo-espinhoso, Frank, uma aranha peluda e solitária, e Nigel, um escorpião sensível. Bonitão, um coala fofo e intratável, junta-se inesperadamente ao grupo durante a fuga e Maddie e os outros não têm outra escolha que não seja deixá-lo acompanhá-los. E assim começa uma viagem pela Austrália fora, enquanto o grupo é perseguido pelo tratador Chaz e pela sua assistente.

Indesculpável (2021)
The Unforgivable
Ruth Slater (Sandra Bullock) sai da prisão após cumprir pena por um crime violento, mas a sociedade recusa-se a perdoar o que ela fez no passado. Enfrenta juízos de valor no lugar que, outrora, fora a sua casa e parece ter uma só hipótese de redenção: encontrar a irmã mais nova, que foi obrigada a deixar para trás e com quem perdeu o contacto.

Amazon Prime Video:

Estreia a 10 de Dezembro:

Encounter (2021)
Dois irmãos fogem com o pai, um fuzileiro condecorado, que tenta protegê-los de uma ameaça desumana. À medida que a viagem os leva em direcções cada vez mais perigosas e inesperadas, os rapazes terão de enfrentar duras verdades e deixar a infância para trás.