"You guys, the truth is way more depressing. They are not even smart enough to be as evil as you're giving them credit for."
Kate Dibiasky
*5.5/10*
A crítica mordaz que tem caracterizado os últimos filmes de Adam McKay esmoreceu neste disaster movie; já a sua subtileza é agora a mesma que a de "um elefante numa loja de porcelanas". Não Olhem Para Cima faz um gritante anúncio do fim do mundo e, por mais que os cientistas tentem, ninguém quer saber do que eles dizem - onde é que já ouvi isto?
Adam McKay segue o seu ritmo acelerado e crítico, mas não é certeiro no disparo. O filme vive de altos e baixos, perde-se a meio e reencontra-se num final que poderia ser bom - não fossem duas cenas cómicas exta, totalmente desnecessárias e forçadas, a concluir o enredo.
Não Olhem para Cima tem um início promissor, bem como a ideia geral do argumento, mas perde-se em fait divers, pormenores irrelevantes e até clichés, e o foco passa do espaço para as mesquinhices da humanidade - tal como na mundo real, efectivamente. Os escândalos da política, as quezílias entre países poderosos e, claro, os EUA como o centro do mundo e das suas decisões são pouco entusiasmantes para a acção e fazem a longa-metragem cair nos mesmos erros que tenta satirizar.
DiCaprio é um cientista hipocondríaco a quem a fama sobe à cabeça, Meryl Streep surge numa versão feminina de Donald Trump, e Jonah Hill, longe do seu esplendor cómico, veste a pele do seu filho e chefe de gabinete. Só a personagem de Jennifer Lawrence parece ter os pés bem assentes na terra em todos os momentos da acção e é, sem dúvida, a única capaz de criar empatia com a plateia.
E porque ver para crer parece ser a máxima da população mundial, eis que o melhor momento de Não Olhem para Cima começa realmente quando todos olham para o céu e largam as redes sociais e teorias da conspiração. Entretanto, extrapola-se o realismo, abusa-se do absurdo e, no final, resta muito pouco do filme de Adam McKay.
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