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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Cinema BOLD regressa a 5 de Outubro com 'Os Inocentes' no Cinema Fernando Lopes, Casa do Cinema de Coimbra e Filmin

O projecto da Alambique Filmes, Cinema BOLD, regressa a 5 de Outubro com a estreia de Os Inocentes, de Eskil Vogt. Haverá sempre um novo filme na primeira semana de cada  mês.

©Mer Film

Os filmes da BOLD serão exibidos em Lisboa, em exclusivo, no Cinema Fernando Lopes, e tem exibição assegurada também na Casa do Cinema de Coimbra, aguardando-se para breve outras confirmações. Ao mesmo tempo, numa parceria com a Filmin, os filmes terão estreia nos cinemas e serão disponibilizados em SVOD, em exclusivo no mesmo dia, na plataforma de streaming.

A Os Inocentes seguir-se-ão Ovo, de Hanna Bergholm, Cop Secret, de Hannes Þór Halldórsson, A Fuga do Capitão Volkonogov, de Natasha Merkulova e Aleksey Chupov, Piggy, de Carlota Pereda, Rodeo, de Lola Quivoron, e Sick of Myself, de Kristoffer Borgli.

A BOLD quer ainda dar a conhecer regularmente filmes inéditos de "grandes realizadores do cinema actual, mas que à época não mereceram a devida atenção". A propósito da estreia de O Triângulo da Tristeza, serão disponibilizados, nos cinemas e na Filmin, os três primeiros filmes de Ruben Östlund: O Guitarrista, Involuntário e Play.

Já a 17 de Novembro, o lançamento de Decision To Leave, de Park Chan-Wook, proporciona a estreia de três obras inéditas, Sou um Ciborgue mas Não Faz Mal, Vingança Planeada, Em Nome da Vingança e o relançamento de Thirst - Este é o Meu Sangue e A Criada

Desde a sua criação, em 2016, a BOLD pretendia apresentar ao público português, através de um sistema inédito, alguns dos mais irreverentes novos nomes do cinema internacional, mas também obras menos convencionais de realizadores consagrados. Entre os títulos lançados encontram-se: Liberdade, de Kirill Mikhanovsky, Na Fronteira, de Ali Abbasi, Besta, de Michael Pearce, Monos, de Alejandro Landes, Rainha de Copas, de May el-Toukhy, Clímax, de Gaspar Noé, Ema, de Pablo Larraín, A Flor da Felicidade, de Jessica Hausner, 100% Camurça, de Quentin Dupieux, O Bar Luva Dourada, de Fatih Akin, entre outros.

Mais informações sobre a Cinema BOLD em https://www.cinemabold.pt/.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Filmes da Cinema Bold a partir de 11 de Junho no Cinema Ideal

Com a reabertura dos cinemas no próximo mês, a Cinema Bold terá os seus filmes exibidos no grande ecrã a partir de 11 de Junho, após a estreia nas plataformas de VOD e videoclubes da televisões ao longo dos meses de confinamento.

Ema
Serão seis os filmes exibidos no Cinema Ideal, em Lisboa, entre 11 e 17 de Junho, um por dia, sempre às 21h30: Ema, de Pablo Larraín, Monos, de Alejandro Landes, Salve Satanás?, de Penny Lane, Rainha de Copas, de May el-Toukhy, 100% Camurça, de Quentin Dupieux, e Liberdade, de Kirill Mikhanovsky. Posteriormente, os títulos serão editados em DVD, e estarão disponíveis nas lojas FNAC no início do mês de Julho.

Monos
Fica o calendário de exibições no Cinema Ideal:







quarta-feira, 27 de maio de 2020

Crítica: Ema (2019)

*4.5/10*


Pablo Larraín apresenta-nos a sua mais recente longa-metragem, Ema, longe das temáticas que nos tem habituado, mas com o mesmo visual envolvente e demarcado. Ema está muito distante dos grandes filmes do realizador e é facilmente divisório: uns render-se-ão aos encantos da protagonista, outros irão aguardar pelo próximo filme, na esperança de dias melhores.

Ema (Mariana Di Girolamo) e Gastón (Gael García Bernal) são espíritos livres artísticos, num grupo de dança experimental, cujas vidas são lançadas para o caos quando o filho adoptivo, Polo (Cristián Suárez), se envolve num acidente muito violento. Com o casamento a desabar por causa da decisão de devolver o filho, Ema embarca numa odisseia de libertação e auto-descoberta, enquanto dança e seduz, a caminho de uma ousada nova vida. 


Ema é, sem dúvida, uma anti-heroína e não será fácil afeiçoarmo-nos a ela. Gosta da liberdade, é egoísta, pirómana, libertina, irresponsável e ama os que a rodeiam de forma pouco convencional... ou então ama-se apenas a si mesma. Certo é que todas as suas atitudes se baseiam na sua única e exclusiva vontade, usando o filho como desculpa. E se, por vezes, podemos considerar que a protagonista realmente ama o pequeno Polo, talvez porque se identifique com ele, depressa colocamos a dúvida novamente. Ema é descontrolada, desequilibrada e calculista, manipulando relações e as vidas de todos os que a rodeiam e com ela se envolvem.

Pode querer construir uma vida nova para si, mas é capaz de destruir muito mais do que criar. E, a certo momento, deixamos de nos chocar com qualquer dos inacreditáveis feitos de Ema, ela própria uma criação pouco verosímil.


De positivo, retiramos o visual do filme de Pablo Larraín, distinto, com cores vibrantes que acompanham o ritmo da música reggaeton e os corpos que dançam nas ruas ou balançam nas camas, lembrando, por vezes, videoclips musicais. Há um bom jogo de luzes e sombras, com o fogo a assumir um poderio enorme, filmado com potencial, já que é quase mais uma personagem.

Ema é o retrato de uma jovem inconformada, mas a plateia também não se conformará facilmente com a desilusão em que o realizador chileno se aventurou.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Crítica: Liberdade / Give Me Liberty (2019)

*7/10*


Kirill Mikhanovsky traz-nos Liberdade, uma tragicomédia alucinante, um road movie pelas ruas de Milwaukee, com os protagonistas mais inesperados, todos eles na luta pelos seus direitos e inclusão.

O filme baseia-se em experiências do realizador num dos primeiros empregos nos EUA, onde conduziu uma carrinha de transporte de doentes com incapacidade, tal como o protagonista de Liberdade.

Vic (Chris Galust) é um jovem desafortunado russo-americano, que conduz uma carrinha de transporte de pessoas incapacitadas, em Milwaukee. Já atrasado, num dia em que começam protestos contra a violência policial nas ruas, concorda, relutantemente, em levar o avô e vários idosos russos a um funeral. À beira de ser despedido, pára ainda num bairro predominantemente afro-americano para ir buscar Tracy (Lauren 'Lolo' Spencer), uma jovem com esclerose lateral amiotrófica, e o dia vai de mal a pior.


Aquela carrinha junta culturas, idades, personalidades e condições tão distintas, qual Torre de Babel dos novos tempos. Sejam imigrantes, doentes, incapacitados, afro-americanos, todos os passageiros (e condutor) daquele veículo se sentem como estranhos naquele país de supostas oportunidades. Naquela carrinha, vemos como o sonho americano é só para alguns e que aqueles que não fazem parte desse pequeno grupo lutam, com todas as forças, pelo seu direito de serem e sentirem-se livres e realizados.

Liberdade é uma obra humanista e multicultural que, por vezes, foge para o documental, em especial nos momentos filmados no Centro Eisenhower e com os seus utentes. Mikhanovsky trabalhou com actores e não actores, e apela à dignidade de todos.

A primeira metade do filme é bastante entusiasmante, numa luta contra o tempo, a alta velocidade, tentando apressar a chegada de cada passageiro ao seu destino, com todos os percalços que acontecem pelo caminho. Os momentos mais hilariantes e quase inacreditáveis aumentam a adrenalina que se sente em ambos os lados do ecrã. Torcemos para que todos cheguem a horas, mas sabemos que aqueles "dez minutos" que Vic diz demorar são mais de duas horas e poderão não ser suficientes para manter o emprego.


Depois desta maratona estrada fora, o ritmo de Liberdade muda bruscamente, e poderíamos pensar que já não estávamos a ver o mesmo filme, já que o tom transforma-se totalmente. Há alguma acalmia na acção, os mesmos temas continuam na ordem do dia, mas a longa-metragem torna-se mais angustiante e talvez menos surpreendente.

E apesar desta inconsistência, Liberdade prima ainda pelas opções do realizador, que filma algumas cenas em película de 16 mm, e onde a música em formato analógico tem também destaque na caracterização de Vic, que adora discos de vinil. Mikhanovsky convida-nos a apanhar boleia na carrinha do protagonista e descobrir todas as realidades que cabem e convivem lá dentro.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Crítica: 100% Camurça / Le Daim (2019)

*7.5/10*


Quentin Dupieux tem um jeito especial para dar vida a objectos inanimados e transformá-los em protagonistas dos seus filmes. Foi assim em 2010, com Rubber - Pneu, e volta a fazê-lo bem agora com o casaco de 100% Camurça.

Neste caso, a vida é dada ao casaco através do seu dono, George, interpretado por Jean Dujardin, que conduz a história alucinante com o seu carisma e humor, numa espiral de loucura.

O filme apresenta-nos Georges, um recém-divorciado de 44 anos de idade, e o seu casaco, 100% camurça. Eles têm um plano... Mas a sua obsessão poderá tornar-se extrema.

Dupieux abandona um pouco o nonsense que o tem caracterizado e agora aproxima-se mais da realidade - por muito hilariantes que sejam os acontecimentos. Ao mesmo tempo que nos vamos rir das situações, também vamos temer pelo desequilíbrio crescente do protagonista.


A chegada de George àquele local inóspito, onde pouco ou nada acontece até à sua aparição, vem no seguimento de um divórcio, e da compra - por uma soma bastante avultada - de um casaco de camurça em segunda mão. Os dois acontecimentos parecem produzir no protagonista uma crise de identidade ou apenas a vontade de se isolar e mudar de vida. No bar da pequena povoação, conhece Denise, uma aliada que lhe oferece a ajuda financeira de que necessita, mas que se torna igualmente uma parceira de sonhos e obsessões. Já ela vê nele uma alma gémea no que toca à forma de ver a vida e de se empenhar no trabalho. Ele parece ser capaz de a ajudar a concretizar os seus próprios sonhos.

Da ideia de realizar um filme - que lhe surge em conversa com Denise - à vida de criminoso vai um pequeno passo. O elenco alinha no jogo louco de Dupieux, com Dujardin ao comando, seguro e vestido de camurça pura, da cabeça aos pés, em dupla com a tranquila e quase inocente Adèle Haenel.


100 % Camurça é simples e certeiro, sabendo jogar com o ritmo da acção que se constrói num crescendo de tensão, com a loucura a tomar forma, guiada pelo desejo de um mundo, onde só um casaco pode vingar.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Crítica: Rainha de Copas / Dronningen / Queen of Hearts (2019)

"Sometimes what happens and what must never happen are the same thing."
Anne


*5/10*

May El-Toukhy traz-nos Rainha de Copas, um perverso e arriscado drama, que aborda família e sexualidade, com a frieza nórdica a comandar o visual e as emoções das personagens.

Anne (Trine Dyrholm) é uma advogada especializada em crianças e jovens adultos. Tem uma vida, aparentemente, perfeita, com o marido, Peter (Magnus Krepper), e as filhas gémeas de ambos. Contudo, quando o enteado Gustav (Gustav Lindh), filho do primeiro casamento de Peter, vai viver com eles, o desejo crescente de Anne leva-a a enveredar por um perigoso caminho que, a ser exposto, irá por em perigo o seu mundo.


A história da longa-metragem não será nova - talvez um pouco menos vista, sendo a vítima um rapaz e a abusadora uma mulher adulta -, nem especialmente emocionante. As fragilidades de uns tornam-se os trunfos de outros, e o poder - quer seja jurídico, social ou familiar - e a confiança detêm um papel fundamental no filme de May El- Toukhy, o que o torna ainda mais perverso e subversivo.

À partida, não há motivos que expliquem o súbito interesse de Anne pelo adolescente recém-chegado a sua casa. Os dois envolvem-se sem tabus, roçando as fronteiras da ilegalidade, e surge o curioso paradoxo da mulher que defende - supostamente tão afincadamente - crianças abusadas se tornar, ela própria, uma potencial criminosa.

Rainha de Copas não será um filme fácil de ver, nem de simpatizar, mas há que destacar o grande trabalho da actriz protagonista, Trine Dyrholm, num desempenho irreprimível e muito físico, de uma mulher fria, calculista, dissimulada, que anseia por manter as aparências e, parece-nos, estará em plena crise de meia idade.


Inicialmente pouco estimulante, com as cenas de sexo a assumirem mais protagonismo do que as emoções entre as personagens - elas mesmas demasiado autocontroladas -, o filme só começa a criar verdadeiras reacções na plateia na sua segunda metade, com a revolta e a impunidade a pontuar.

Rainha de Copas é um filme exibicionista, com cenas bem filmadas, mas pouco conteúdo, que pretende chocar, sem consequência, moral ou qualquer mensagem subliminar. Um vazio para bem das aparências.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Crítica: Salve Satanás? / Hail Satan? (2019)

*7.5/10*


Penny Lane leva-nos numa aventura ao Templo Satânico, num documentário atrevido mas desmistificador, apresentando-se tão hilariante como desconstrutivo de alguns dos grandes problemas da sociedade norte-americana. Salve Satanás? é para assistir de mente aberta, sem preconceitos.

A primeira regra deve ser esquecer todas as ideias preconcebidas acerca do nome deste grupo religioso. Deixemos pois que eles se apresentem e que a realizadora seja a nossa curiosa guia, numa descoberta desafiante e provocatória.

Salve Satanás? narra a ascensão de um dos movimentos religiosos mais controversos da História dos Estados Unidos da América. Quando os membros d'O Templo Satânico organizam uma série de acções públicas destinadas a defender a liberdade religiosa e a desafiar a autoridade corrupta, provam que, com pouco mais do que uma ideia inteligente, um sentido de humor negro e alguns amigos rebeldes, se pode desafiar o poder de modo bastante profundo. O documentário de Penny Lane oferece uma visão sobre um grupo de excluídos, cujo compromisso inabalável pela justiça social e política deu força a milhares de pessoas pelo mundo.


É Lucien Greaves quem dá a cara pelo grupo, e são muitos os membros que contam para a câmara o porquê de se terem juntado ao Templo Satânico, mas também alguns dos fundadores, que permanecem no anonimato, dão declarações para o documentário. É através deles que conhecemos a História deste movimento religioso. É assim que eles se assumem, mesmo que não seja fácil entendê-lo dessa forma. O cariz interventivo do grupo é de tal forma importante na sua acção que o vemos muito mais ligado às questões sociais e políticas do que religiosas.

Os valores que defendem são substancialmente maiores do que os que os acusam e os ameaçam dizem ter. Eles querem justiça para todos, da mesma forma. Querem igualdade, liberdade e, se possível, fraternidade. Antes de mais, querem a separação entre a Igreja e o Estado. Algo que nos parece tão simples e óbvio, não se verifica nos Estados Unidos e o fervor religioso dos cristãos ultra-conservadores manifesta-se de formas pouco ortodoxas.


Entre manifestações, ameaças de morte, comícios com estátuas polémicas (entre Os 10 Mandamentos a Baphomet, "venha o diabo e escolha", permitam-me a expressão), vamos descobrindo os "podres" de um sistema que se acha o "melhor". E, ao longo da sua curta História como país, vemos como se condicionaram leis conforme interesses sociais ou religiosos, onde até a indústria do cinema e o filme Os 10 Mandamentos tiveram interferência.

Do lado dos satanistas, apenas podemos concluir que o seu activismo usa a ironia para tentar mudar o que está mal. Eles são os outsiders da sociedade, muitas vezes ostracizados por ela, que se unem por ideais partilhados, um pouco por todo o mundo.

Penny Lane mostra-nos como, afinal, parece que somos todos um pouco satanistas. Salve Satanás desmistifica, de forma surpreendente, todas as ideias falsas que se construíram em redor do Satanismo ao mesmo tempo que derruba injustiças e incoerências do sistema norte-americano. Esqueçam-se os preconceitos! Lute-se pela igualdade!

domingo, 19 de abril de 2020

Crítica: Monos (2019)

*7/10*


Monos, de Alejandro Landes, confronta-nos com a crueldade de um grupo de crianças soldado, num misto de violência desmedida e inocência roubada.

Num longínquo cume algures na Colômbia, o que parece inicialmente um campo de férias isolado é na verdade o cenário de uma missão: crianças soldado com nomes de guerra têm de garantir a sobrevivência de Doctora (Julianne Nicholson), uma mulher americana feita refém. Mas a morte acidental da vaca leiteira que lhes foi emprestada pelos camponeses, precipita os acontecimentos. O recreio acabou e é tempo de mergulhar na selva.


A banda sonora, de Mica Levi (a mesma compositora de Under the Skin e Jackie), é um elemento fundamental para criar o ambiente aterrador - no sentido mais lato do termo - da história de Monos. Entre o selvagem e o juvenil, o instinto e os valores, a guerra e a adolescência, mergulhamos num mundo de dor em que lamentamos o estado mental de crianças guerrilheiras. Não há distinção entre bem e mal, certo ou errado. Os valores não existem e a sua ausência parece ser desumanizadora. Os jovens apenas seguem a sua causa e crenças - que nunca chegamos a saber quais são. E o poder, que é o pior guia para uma boa conduta quando mal empregado. O poder cega e desespera e é isso que vemos espelhado nos rostos infantis mas endurecidos dos jovens, selva adentro.

E é quando tudo se descontrola que Monos nos lembra, por momentos, Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola (também se têm feito comparações com o romance O Senhor das Moscas, de William Golding, pela temática comum de crianças em luta pela sobrevivência), pela tribalidade visual que, de repente, os jovens assumem, sob o comando do violento Pé Grande (Patagrande). Agora o grupo ataca camuflado, com pinturas tribais. E é também ali, que o ritmo frenético da câmara de Landes e da montagem nos fazem perder o norte, entre os perigos da selva e a força do rio - e os planos de tirar o fôlego, num grande trabalho do director de fotografia Jasper Wolf.


E numa história dura, protagonizada por actores muito jovens - quase todos estreantes -, há que destacar a coragem para enfrentar um desafio tão exigente - os locais das filmagens foram eles próprios uma aventura, em plena selva colombiana, no Parque Nacional Chingaza. As atenções viram-se em especial para a prestação de Sofia Buenaventura, na pele da discreta e decidida Rambo, e do já experiente Moises Arias, como o impiedoso Patagrande.

Desconfortável e violento, todavia igualmente festivo e inocente, Monos é um filme de paradoxos, começando pelos sentimentos contraditórios que desperta no público, entre a piedade, a reprovação, o medo, o choque e até a empatia.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Bold anuncia seis filmes com estreia "virtual"

A distribuidora Cinema Bold anunciou a estreia de seis novos filmes em formato digital. Posteriormente, o projecto tenciona estreá-los também em sala de cinema e lançá-los em DVD.

Ema, Pablo Larraín
No momento actual, com os cinemas fechados, a Bold anunciou que "quer prestar justa homenagem a alguns dos mais originais realizadores da actualidade" com a estreia de Monos, de Alejandro Landes (23 de Abril), Salve Satanás, de Penny Lane (30 de Abril), Rainha de Copas, de May el-Toukhy (7 de Maio), 100% Camurça, de Quentin Dupieux (14 de Maio), Liberdade, de Kirill Mikhanovsky (21 de Maio), e Ema, de Pablo Larraín (28 de Maio), relembrando assim "que a normalidade sempre dependeu das nossas lentes".

Estas estreias terão como primeira paragem as plataformas VoD e videoclubes das televisões (Filmin, Meo, Nos, Nowo e Vodafone), mas a Bold deixa "a promessa de que todos os filmes serão exibidos, logo que possível, num cinema de referência", ao mesmo tempo que ficarão disponíveis em DVD.

Mais informações sobre cada um dos filmes poderão ser consultadas em cinemabold.pt.