*6/10*
Talvez um dos títulos mais agressivos do MOTELx'19, The Golden Glove, de Fatih Akin, fez parte da secção Serviço de Quarto. A longa-metragem alemã é extremamente violenta e conta uma história real, de um serial killer, em Hamburgo, na Alemanha Ocidental dos anos 70.
The Golden Glove apresenta-nos um assassino em série que lança o medo na cidade de Hamburgo. O realizador Fatih Akin estreia-se no terror na adaptação do best-seller homónimo, de Heinz Strunk, baseado nos feitos macabros de Fritz Honka.
O jovem actor Jonas Dassler surge extremamente bem caracterizado e irreconhecível na pele do Honka, alcoólico, claramente misógino, que escolhe como vítimas as mulheres mais velhas e frágeis, normalmente prostitutas, que encontra no bar onde nunca entra o Sol, o Golden Glove. Dassler é arrepiante e repulsivo ao encarnar a personagem, violento e totalmente desprovido de humanidade. Vive para o álcool e para as mortes que vai concretizando. A recriação da casa do assassino é minuciosa e uma cópia atenta do original - como podemos comprovar nas imagens no final do filme.
A longa-metragem de Akin não é de fácil visualização. O ambiente decadente, sujo, conspurcado, triste e ainda muito marcado pela Guerra - os campos de concentração surgem nas conversas ao longo do filme - conduzem a plateia para um antro de maldade, pobreza e morte, onde os assassinatos se sucedem e tarda a chegada da justiça.
The Golden Glove é frio, quase gelado, e sórdido, que conta no grande ecrã uma terrível história verídica. Os sentimentos são contraditórios, mas Fatih Akin faz o seu trabalho sem remorsos nem culpa: apenas conta o que aconteceu.
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