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domingo, 27 de março de 2022

Oscars 2022: As Actrizes Principais

Passamos às nomeadas para o Oscar de Melhor Actriz. Mais um ano de grandes desempenhos femininos no cinema. Das cinco nomeadas, apenas assisti à prestação de quatro - ainda não vi The Eyes of Tammy Faye, com Jessica Chastain, que tem grandes probabilidades de ser a vencedora. 

Três desempenhos fortes e emotivos, exigentes física e psicologicamente, e um menos destacado, apesar de muito competente. Eis as nomeadas, por ordem de preferência.

1. Olivia Colman (The Lost Daughter)

Olivia Colman entrega-se a Leda, dá-lhe a confiança da experiência de vida, pronta para enfrentar quem lhe faça frente, mas também revela fragilidade e desamparo, decorrente da obsessão que cria pela jovem mãe com quem partilha a praia. E um acto inesperado vai desencadear nela um misto de emoções e lembranças, tonturas, sonolência e esquecimentos, para além de uma sensação de perseguição constante. Colman está, como sempre, fabulosa e destaca-se entre as suas concorrentes à estatueta (mesmo que não a vença).


2. Penélope Cruz (Parallel Mothers)

Penélope Cruz, sempre arrebatadora e inteira, na pele da protagonista, interpreta uma mulher de sucesso, independente, cujo sonho de ser mãe se realiza por volta dos 40 anos, de forma quase inesperada, e que abraça só para si sem hesitar. Perante a herança trágica da sua povoação natal e a vontade de lutar pela preservação dos seus antepassados, vê-se ainda a braços com a maternidade, e com um dilema que a deixa de destroçada. Sempre pronta para os desafios de Pedro Almodóvar, a actriz entrega-se física e emocionalmente à personagem.


3. Kristen Stewart (Spencer)

Num filme que ficou aquém do esperado, o desempenho de Kristen Stewart é competente e revela muito empenho da parte da actriz, que captou todos os maneirismos da princesa Diana, para além das óbvias parecenças físicas. Após a introspecção inicial da personagem, há uma explosão de emoções reprimidas: desamparo, revolta e claustrofobia, entre cortinas fechadas, arame farpado e muita vontade de fugir.


4. Nicole Kidman (Being the Ricardos)

Num filme mediano, Nicole Kidman consegue ser a maior força. Como Lucille Ball, a actriz incorpora maneirismos e a forma afectada mas decidida da personagem, ao mesmo tempo que é capaz de ir da comédia ao drama em breves instantes.


Jessica Chastain (The Eyes of Tammy Faye)

Sem avaliação.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Oscars 2020: As Actrizes Principais

Passamos às nomeadas para o Oscar de Melhor Actriz. Das cinco actrizes, apenas vi o desempenho de três. Não falarei portanto de Renee Zellweger (a quase certa vencedora deste ano) nem de Cynthia Erivo. Das restantes, todas as nomeadas tiveram bons desempenhos, sendo que duas delas se destacam da terceira. Aqui fica a minha listagem das nomeadas, por ordem de preferência.
Saoirse é Jo, a feminista emancipada que sonha ser independente através do seu dom para a escrita e acredita que não precisa casar para ser feliz. Tão focada na sua independência e individualidade enquanto mulher, de repente, vê-se rodeada de solidão. O talento para a escrita desvanece-se a par dos laços, esses que a inspiravam e a motivavam a criar histórias, sem esforço. Saoirse Ronan encaixa perfeitamente na personagem, destemida, corajosa e cheia de garra - com o orgulho por vezes a prejudicá-la.


Em Bombshell, Charlize Theron é camaleónica para além da maquilhagem, vestindo a pele de Megyn Kelly com destreza, confiança e ambição. Uma mulher poderosa que sofreu assédio e, provavelmente, se julgava sozinha. Quando desafia as ideias de Trump - ele que tanto ama a Fox News -, vê a sua carreira em risco, com o ódio a cercá-la.

Scarlett Johansson é Nicole, a mulher à beira de um divórcio difícil. O filme faz-nos sentir menos ligados à protagonista, com quem somos menos compreensivos, menos solidários. Ao mesmo tempo, a actriz não se encaixa tão bem em papéis tão exigentes e dramáticos, sendo muito notáveis as suas fraquezas. Ainda assim, é inevitável destacar a discussão entre Charlie e Nicole, intensa e carregada de emoções, onde Driver e Johansson dão tudo de si.

Cynthia Erivo (Harriet)

Sem avaliação

Renée Zellweger (Judy)

Sem avaliação

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Oscars 2019: As Actrizes Principais

Mais um ano de bons desempenhos femininos. Da actriz veterana às menos experientes, há papéis para todos os gostos. Não posso avaliar Glenn Close pois ainda não vi o seu filme. Aqui fica a minha listagem das nomeadas, por ordem de preferência.



Olivia Colman é enorme no papel de rainha, transfigurando-se conforme a debilidade da personagem. Uma mulher atormentada pelas dores física e psicológica, ingénua, desnorteada e apaixonada, em especial pelos seus 17 coelhos de estimação. Anne parece, por vezes, uma criança mimada ou um bebé indefeso. A actriz engordou cerca de 16 kg para vestir a pele da rainha Anne e é grande parte da alma do filme.

2. Melissa McCarthy (Can You Ever Forgive Me?)


Facilmente associamos Melissa McCarthy à comédia, mas em Can You Ever Forgive Me? o lado dramático da actriz manifesta-se. O humor está presente, claro, mas Melissa transforma-se, e não apenas fisicamente. A mágoa e desilusão da escritora mal-amada, solitária e desconfiada atormentam a personagem que se refugia na bebida... e na falsificação. Uma interpretação tão intensa como divertida.



Lady Gaga interpreta-se a si mesma em grande parte de Assim Nasce Uma Estrela. A cantora e actriz dá um verdadeiro show como Ally ao cantar grande parte dos tema do filme, mas confesso que gosto mais da sua inicial versão country, mais genuína, onde irradia química com Bradley Cooper. Esses são os seus melhores momentos.



Os dois momentos verdadeiramente exigentes para Yalitza Aparicio são, sem sombra de dúvida, o parto e a cena final, na praia com as crianças de quem cuida. De resto, a actriz faz o que lhe compete, mas não se transcende, pois a personagem não lhe pede mais que isso. Simples, sem grandes opiniões ou ideias, Cleo sofre mas resigna-se - talvez em demasia.

Glenn Close (The Wife)


Sem avaliação.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Oscars 2018: As Actrizes Principais

Mais um ano de interessantes personagens femininas. As duas primeiras da lista têm desempenhos muito fortes, a quinta nomeada parece já ter lugar cativo, roubando sempre a vaga para alguém que realmente merece. Este ano, Kate Winslet, por Roda Gigante, é uma das principais esquecidas. Aqui fica a minha listagem das nomeadas, por ordem de preferência.

1. Frances McDormand, Três Cartazes à Beira da Estrada (Three Billboards outside Ebbing, Missouri)


Frances McDormand é uma força da Natureza na pele de Mildred Hayes, uma mãe-justiceira, sem medo de consequências, sem remorsos, sem papas na língua. Ela nunca sorri, é fria, dura, mas também chora. Já foi vítima, mas aprendeu a não se sentir intimidada por nada, desafia a autoridade e as provocações e protege os seus como pode.



Margot Robbie reinventa-se na pele da protagonista Tonya, expressiva e camaleónica. A actriz assusta-nos (no bom sentido) com alguns olhares e sorrisos, mais ameaçadores e tresloucados do que de simpatia, e revela-se empenhada na pele desta mulher que, desde cedo, viveu num ambiente desequilibrado.

3. Sally Hawkins, A Forma da Água (The Shape of Water)


Sally Hawkins encarna uma mulher muda, corajosa e altruísta que parece descobrir a sua razão de viver e luta por ela. Aparenta uma imensa fragilidade mas revela-se muito desafiadora. Uma interpretação tão consistente sem dizer uma palavra não é para todos.

4. Saoirse Ronan, Lady Bird


Saoirse Ronan continua talentosa e nem o sotaque americano a deixa ficar mal. A actriz é uma força da Natureza e prova que ainda tem muito para mostrar. Na pele de Lady Bird sabe convencer-nos de que é, verdadeiramente, uma adolescente insolente e criativa, cheia de sonhos.

5. Meryl Streep, The Post


É grande o destaque que o Spielberg dá ao papel de Katherine Graham, a mulher entre os homens, alvo de desconforto da parte masculina e de admiração das mulheres que ainda não conseguiram a emancipação. Meryl Streep representa bem esta mulher pioneira em cargos de poder, perturbada com o dilema em que a sua posição a coloca. Contudo, está a tornar-se demasiado frequenta a presença da actriz entre os nomeados. Certo que ela faz bem qualquer papel que lhe dêem, mas nem todos são dignos de nomeações, é o caso deste.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Oscars 2017: As Actrizes Principais

Este ano, qualquer uma das cinco nomeadas para Melhor Actriz mereceria o Oscar. As quatro primeiras da minha lista seguem-se umas às outras de muito perto e é mesmo muito difícil escolher uma favorita. A quinta nomeada já teve a sua conta de Oscars e nomeações, por muito talentosa que continue a ser. Não que não volte a vencer, mas não por este papel. Fora da lista ficaram nomes como Rebecca Hall por Christine, Amy Adams por Animais Noturnos ou O Primeiro Encontro ou mesmo Taraji P. Henson por Elementos Secretos. Se houvesse mais de cinco nomeadas, elas teriam de lá estar. Aqui fica a minha listagem, por ordem de preferência.

Isabelle Huppert é extraordinária. Se conseguir roubar o Oscar à Emma Stone (aquela que todos têm como mais provável vencedora), vencerá com todo o mérito. Em Ela, Huppert mostra como é uma das melhores actrizes da sua geração e está preparada para todos os papéis, sem pudor, cheia de entrega. Fria, inteligente, matreira, egoísta, perturbada, ela conquista-nos a nós e a todos os que a rodeiam. Ninguém lhe resiste, ninguém lhe faz frente.

Natalie Portman é perfeita como Jacqueline Kennedy e apresenta-nos o outro lado da ex-primeira dama americana, muito mais do que estilo e elegância. A actriz transforma-se de tal forma que, ao olharmos para a sua interpretação, apenas vemos Jackie. A sua forma de andar, a voz e entoação, o sorriso, tudo nos leva à retratada. Um papel exigente e duro, onde a actriz passa para a tela o desespero, insegurança e, ao mesmo tempo, a coragem e perspicácia suficientes para organizar as cerimónias fúnebres do marido num momento de profundo choque. Portman apresenta-nos essa mulher de garra e cheia de personalidade, que foi muito além da mulher que vestia o seu fato cor-de-rosa manchado de sangue, no dia fatídico, que todos recordam.

A muito expressiva Emma Stone confirma aqui, por completo, o seu talento para a comédia, mostrando ainda como também sabe emocionar nos momentos dramáticos. Ao lado do seu sempre cúmplice par romântico, canta, dança e representa como só ela sabe. Que lhe dêem mais papéis como este.

4. Ruth Negga por Loving
Poucos tinham dado por ela, até que Loving a fez brilhar. Ruth Negga emana uma doçura capaz de conquistar qualquer um. A sua personagem, Mildred, é uma sofredora nata, cheia de amor pelo marido e filhos, a quem se dedica totalmente. Amargurada por estar condenada a viver longe da sua terra e família, ela não desiste e, entre as lágrimas que caem dos seus enormes e expressivos olhos, vão surgindo tímidos sorrisos de esperança.

5. Meryl Streep por Florence, Uma Diva Fora de Tom (Florence Foster Jenkins)
Meryl Streep dispensa apresentações, mesmo quando veste a pele da pior cantora de ópera de sempre. Por muito caricatural que Florence possa ser, Streep adapta-se e reinventa-se a cada personagem e tanto nos oferece a maior gargalhada como, no momento seguinte, nos consegue comover. Ela é a melhor actriz da actualidade, mas não tem sempre de ganhar Oscars, Há que dar a oportunidade a outras, de vez em quando.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Oscars 2016: As Actrizes Principais

Na análise dos nomeados nas categorias de interpretação, termino com as actrizes principais. Três actrizes muito jovens competem com duas consagradas. Duas das nomeadas já arrecadaram Oscars em outros anos. Talento não falta, mas a favorita à vitória desta vez é, para mim, a mais fraca das nomeadas. Aqui fica a minha listagem, por ordem de preferência.

1. Jennifer Lawrence por Joy
Se há ano em que Jennifer Lawrence mais merecesse receber o Oscar era este. Ela enche Joy de credibilidade e determinação, de emoções reais, sofrimento, desilusões, desamparo. O drama (e à séria, de preferência) é feito para Lawrence - e vice-versa - ou, afinal, não foi o duríssimo Despojos de Inverno que a catapultou para a fama com a sua primeira nomeação para os Oscars? A actriz prova que está muito acima de estereótipos e Joy é fruto do seu esforço e entrega, das suas lágrimas. A mulher-prodígio que dá tudo pelos outros, nada recebe em troca e pouco faz por si.

2. Charlotte Rampling por 45 Anos
A veterana desta edição é Charlotte Rampling e consegue chegar bem perto do público com Kate. A sua personalidade calma, tranquila, é perturbada por um estranho ciúme de um passado que não é o seu. O sentimento de posse inerente ao casamento vem ao de cima e todas as recordações do marido a deixam devastada, magoada, perdida. Sem exteriorizar, sabemos exactamente o que Kate sente. O seu rosto não nos engana entre os sorrisos de ocasião: ela está em grande sofrimento.

3. Saoirse Ronan por Brooklyn
Aos 21 anos, Saoirse Ronan é a mais jovem da categoria este ano. Uma Eilis realista, simples, cheia de expectativas, objectivos e muitas saudades da mãe e irmã. Novos horizontes fazem crescer igualmente as fronteiras da mente e, em Brooklyn, a transformação na protagonista vê-se através da sua personalidade, mais forte e carismática. A actriz tem uma interpretação à altura de Eilis que, na sua simplicidade e contenção, consegue transpor o ecrã e conquistar a plateia.

4. Cate Blanchett por Carol
Blanchett é sempre fabulosa nos seus papéis. Como Carol é madura, sensual, charmosa, presa a um casamento que acabou há muito e que a faz reprimir sentimentos. Numa interpretação comedida como a sua personagem, a actriz transborda elegância e entrega-se sem pudor às cenas mais íntimas.

5. Brie Larson por Quarto
Com um papel exigente, Brie Larson está competente na sua personagem trágica, Ma. O medo, as tentativas desesperadas de elaborar um plano de fuga eficaz, as histórias fantasiosas com que tenta justificar ao filho as perguntas difíceis oferecem uma forte possibilidade da actriz conquistar o Oscar. A mim, contudo, não convenceu o suficiente.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Oscars 2015: As Actrizes Principais

O dia 22 de Fevereiro aproxima-se a passos largos e opiniões não faltam sobre nomeados e possíveis vencedores dos Oscars 2015. Como de costume, farei uma breve análise dos nomeados das principais categorias, ordenando-os por ordem de preferência. Comecemos pelas actrizes principais. Este é um estranho ano em termos de preferências já que, para mim, as três primeiras actrizes estão praticamente em pé de igualdade e muito à frente do desempenho das duas últimas.

1. Julianne Moore por O Meu Nome é Alice (Still Alice)


Convenhamos: ela já merece um Oscar há muito tempo e é uma pena vir a ganhá-lo por este desempenho que acaba por ficar aquém se o compararmos com outros papéis de Moore. Ainda assim, esta é uma das interpretações mais fortes deste ano entre as nomeadas para o Oscar de Melhor Actriz. Julianne Moore sofre com a personagem, não tem medo de mostrar o rosto a envelhecer e dá ao drama O Meu Nome é Alice aquilo que ele pede: emoção e fragilidade (afinal, o filme vale essencialmente pela sua presença). A actriz encarna de forma brilhante esta mulher com Alzheimer precoce. A mulher brilhante, decidida e dedicada ao trabalho e à família que, de um momento para o outro vê o futuro fugir-lhe, sugado pela doença que lhe leva tudo. Eis a sua luta, infrutífera, mas cheia de esforço e amor.

2. Rosamund Pike por Em Parte Incerta (Gone Girl)


Rosamund Pike é, sem dúvida, a escolha mais "arriscada" da Academia, que parece temer figuras femininas menos dóceis. A representante da única nomeação conquistada pelo filme de David Fincher é uma psicopata disfarçada de anjo, com que todos se começam por preocupar, mas o tom frio das suas palavras deixa o espectador a duvidar da sua sinceridade, até à tenebrosa descoberta do verdadeiro eu desta personagem. Rosamund é a perigosa Amy, e confere-lhe a obscuridade que esta pede, de ar doce mas misterioso, capaz dos feitos mais assustadores.

3. Felicity Jones por A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)


Quem mais me surpreendeu com a maturidade demonstrada foi Felicity Jones, que provou que sabe estar à altura das grandes, precisa apenas do papel certo. Como Jane Hawking, a jovem actriz entrega-se de alma e coração à personagem, que parece ter estudado bem, numa especial atenção a gestos e palavras. O esforço dá frutos e, como Jane, Felicity sofre e sacrifica-se como poucas, formando uma grande dupla com Eddie Redmayne.

4. Reese Witherspoon por Livre (Wild)


Muito abaixo das três primeiras nomeadas desta lista está Reese Witherspoon que, apesar da sua jornada mais ou menos solitária em Livre, não chega a oferecer uma interpretação inesquecível. A actriz faz um trabalho competente, mas falta-lhe uma energia e força especial que a ligue verdadeiramente ao espectador. Ela sofre e esforça-se, com um desempenho muito físico mas também psicológico de uma mulher que percorre, sozinha, a Pacific Crest Trail, um percurso pedestre de cerca de 1770 km.

5. Marion Cotillard por Dois Dias, Uma Noite (Deux jours, une nuit)


A nomeada mais inesperada é a francesa Marion Cotillard com uma interpretação interessante mas pouco mais que mediana em Dois Dias, Uma Noite. A actriz encarna uma personagem frágil (até fisicamente), com problemas psicológicos e numa luta aguerrida - mesmo que com algumas desistências pelo meio - pelo seu posto de trabalho, algo que ainda lhe poderia dar alguma esperança. O estado de saúde da personagem é inconstante e preocupante e Cotillard mostra-o de forma competente, contudo o seu desempenho em A Emigrante seria muito mais adequado a nomeação.

sábado, 1 de março de 2014

Oscars 2014: As Actrizes Principais

Depois dos actores, as actrizes principais são alvo de análise. Aqui ficam as cinco nomeadas, por ordem de preferência.

1. Meryl Streep em Um Quente Agosto (August: Osage County)
Talvez possa parecer este um inesperado primeiro lugar, mas Meryl Streep é fabulosa e, quando pensamos que já nos mostrou tudo, volta ainda mais forte para nos contrariar e tirar do sério. Em Um Quente Agosto, a actriz veste a pele de uma mulher doente, com um passado traumático, arrogante e desequilibrada, mas mais ciente daquilo que a rodeia do que qualquer outra pessoa. Frágil e implacável são duas características que só mesmo Meryl Streep conseguiria incorporar tão perfeitamente na mesma personagem.

2. Sandra Bullock em Gravidade (Gravity)
Goste-se ou não de Sandra Bullock, tem de se reconhecer que a sua interpretação em Gravidade é algo de grandioso. Ela é a solitária Ryan Stone que se vê na sua primeira missão espacial, onde não se sente à vontade. Ryan odeia o espaço – ela própria o diz -, e ficar perdida nele não podia ser mais irónico. Bullock - sozinha na maior parte do filme - dá tudo de si, física e psicologicamente, e o resultado é um desempenho forte e comovente.

3. Cate Blanchett em Blue Jasmine
Mais ou menos em pé de igualdade com Bullock, mas num género bem diferente, está Cate Blanchett. A desequilibrada Jasmine assentou na perfeição à actriz que mergulha na mais profunda depressão ao longo do filme de Woody Allen. Blanchett transfigura-se, e alterna entre a elegância e o desespero com uma facilidade impressionante. Sem dúvida, uma das mais fortes nomeadas.

4. Amy Adams em Golpada Americana (American Hustle)
A única nomeada que ainda não venceu um Oscar - apesar de não lhe faltarem nomeações -, Amy Adams surge deslumbrante e é provavelmente o melhor desempenho de Golpada Americana. Ela é fabulosa, sedutora e uma farsante de alta qualidade. Seduz e engana os dois homens fortes da longa-metragem, apesar do amor incondicional pelo seu parceiro de falcatruas. Na pele de Sydney, Amy ama, sofre, transforma-se. Contudo, isso não chega contra uma concorrência tão forte.

5. Judi Dench em Filomena (Philomena)
Judi Dench junta mais uma nomeação à sua lista com uma interpretação contida mas arrepiante, na pele de Philomena, uma mulher simples, corajosa e persistente. A actriz é doce, divertida e emociona-nos na pele desta mulher a quem separaram do filho. Ainda assim, Dench já fez muito melhor.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Oscars 2013: As Actrizes Principais

O dia 24 aproxima-se a passos largos e na comunidade blogger cinéfila chovem opiniões e previsões sobre nomeados e possíveis vencedores. Depois de vos ter dado a conhecer as minhas apostas, farei agora uma breve análise dos nomeados das principais categorias, ordenando-os por ordem de preferência. Comecemos pelas actrizes principais.

1. Emmanuelle Riva em Amor
Emmanuelle Riva faz em Amor o que poucas conseguiriam. A actriz francesa é a minha favorita de entre as cinco nomeadas pela imensidão do que consegue exprimir quase sem falar. Fisicamente desgastante, o seu papel como Anne transborda o  sofrimento, a doença, o desespero, tudo tão intenso e tão real, que farão qualquer um identificar-se, de uma forma ou de outra, com aquilo que vê no ecrã. Aos 85 anos, Riva está nomeada pela primeira vez, e merece o prémio pela sua interpretação de corpo e alma. Não sendo a favorita desde o início, parece ter ganho muita simpatia nos últimos tempos, se isso chegará para se sagrar vencedora no Domingo, só saberemos durante a cerimónia.

2. Quvenzhané Wallis em Bestas do Sul Selvagem
A mais jovem nomeada de sempre na categoria de Melhor Actriz, Quvenzhané Wallis, de nove anos, dá uma lição de representação a muitas actrizes consagradas. Wallis é selvagem como a sua personagem e deixa-nos impressionados com as expressões certeiras, cheias de emotividade e força. A simpatia por Hushpuppy é imediata e o desempenho da actriz é poderoso.

3. Naomi Watts em O Impossível
Não sendo o desempenho mais notável de Watts, de entre as nomeadas ela é a minha terceira favorita. Como Maria, a sobrevivente do tsunami de 2004, a actriz oferece-nos uma entrega física e psicológica digna de elogios. Nomeada pela segunda vez ao Oscar, Naomi Watts dificilmente o levará para casa este Domingo.

4. Jessica Chastain em 00:30 A Hora Negra
Chastain começou a corrida aos Oscars como a favorita ao prémio, mas hoje essa possibilidade está já praticamente afastada. A actriz que encarna a mulher responsável pela captura de Bin Laden tem um desempenho competente, mas que merece pouco destaque se pensarmos em outros dos seus papéis (por exemplo, Celia Foote em As Serviçais ou Mrs. O'Brien em A Árvore da Vida).

5. Jennifer Lawrence em Guia para um Final Feliz
A grande favorita ao Oscar de Melhor Actriz é a que menos o merece das cinco nomeadas. Lawrence está pela segunda vez nomeada a este prémio, mas, enquanto que por Despojos de Inverno esta era totalmente merecida, em Guia para um Final Feliz a actriz apenas oferece uma interpretação banal e muito pouco esforçada. Domingo saberemos se a injustiça se cumpre e se o Oscar irá mesmo para as mãos de Jennifer Lawrence.