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sábado, 18 de junho de 2016

Crítica: Olmo e a Gaivota (2015)

*7.5/10*


Olmo e a Gaivota é uma surpreendente vertigem de emoções e sentimentos, num exercício corajoso e arriscado de desconstrução da maternidade.

​​Nesta docuficção realizada por Petra Costa e Lea Glob, os actores Olivia Corsini e Serge Nicolai do Théâtre du Soleil (Paris) descobrem que Olivia está grávida quando estão a preparar a peça A Gaivota de Anton Tchekov.​ ​A actriz confronta-se com a ausência de poder sobre o seu próprio corpo e o casal tem de aprender a conviver com a nova realidade.

As fronteiras entre realidade e ficção não se conseguem delimitar. O argumento funde-se com a vida real do casal protagonista e, enquanto os dois actores vivem a gravidez do primeiro filho, seguem também orientações das realizadoras neste Olmo e A Gaivota. E este filme é dos quatro, um registo de realidade e ficção de um momento único da vida do casal. São explorados e exteriorizados sentimentos fortes e difíceis de lidar.


Há questões que surgem: e quando a família interfere com a vida profissional (e vice-versa)? Como aceitar as inesperadas reviravoltas de uma gravidez que se adivinhava tranquila? E todas as mudanças hormonais, de humor, as inseguranças e medos?

As realizadoras fazem-nos mergulhar num turbilhão de emoções, neste filme extremamente sensorial. Os actores entregam-se a dobrar, numa tentativa de encenação da sua própria vida. Olmo e a Gaivota é uma experiência original, intensa e sentida.

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