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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

MOTELx 2025: Vencedores

O Compositor, Amarelo BananaHer Will Be Done são os grandes vencedores do MOTELx 2025. O festival está a decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa, desde dia 9 e termina esta Segunda-feira, 15 de Setembro.

O Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa foi para O Compositor, de Afonso Lucas e Rodrigo Motty. O júri composto por Cláudia Jardim (criadora e intérprete), Teresa Vieira (programadora, crítica e jornalista) e Manuel Baptista (programador) destacaram a “história forte e envolvente, evidenciada por uma narrativa intensa” e a “realização ousada e ritmada, onde impera uma estética arrojada”, acrescentando que se trata de uma curta “onde as relações humanas e de poder guiam as personagens pelos caminhos da obsessão, subjugação e submissão, onde o sofrimento do outro preenche o vazio próprio”. O júri atribuiu ainda uma Menção Honrosa a Anexado, de Jonas Costa, pelo “eficaz desenvolvimento de guião e pela excelente montagem”, assim como “pelo bom espelho do terror do mundano e da obsessão”. 

Os mesmos jurados escolheram Amarelo Banana, do português Alexandre Sousa como vencedor do Prémio Méliès d'argent – Melhor Curta Europeia pela “mestria na criação de um universo particular e macabro, através de uma abordagem que recai tanto na simplicidade como na originalidade”

Her Will Be Done (França e Polónia), de Julia Kowalski, foi distinguido com o Prémio Méliès d'argent – Melhor Longa-Metragem Europeia. O júri, composto por Miguel Honrado (gestor cultural), Rui Alves de Sousa (jornalista) e Cristiana Miranda (realizadora e produtora), destacou o filme “pela sua ousadia narrativa, pela atmosfera inquietante e pela intensidade emocional e psicológica que invoca”.

O júri do Prémio MOTELX – Melhor Guião de Terror Português, constituído por João Cândido (realizador e argumentista), Luís Campos (realizador e produtor) e Mariana Vicente (argumentista), escolheu o argumento de António Xavier Rodrigues, Quem Mata no Camarido? (Seis Betos e Meia).

O Prémio Lobo Mau (secção para o público mais jovem e famílias) elegeu The Legend of the Hummingbird (França), de Morgan Devos. O júri foi composto por Ana Clara Barros, Ângela Semedo e Adilson Semedo (jovens que pertencem ao projecto CoolBRAVE, programa de promoção de competências para crianças e jovens da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto) que atribuíram ainda uma Menção Honrosa a Nube (México, França e Hungria), de Diego Alonso Sánchez de la Barquera Estrada e Christian Arredondo Narvaez.

Quanto ao Prémio Betclic Monster Odds MOTELX, distinguiu o guião de Maurício Valentino Borges: O Clube de Tricô das Quartas. O autor vai receber um prémio monetário de 1500€ e terá a oportunidade de ver a sua curta-metragem produzida pela Betclic, com um orçamento de até 40000€. O filme será produzido entre 15 de Setembro e 20 de Outubro de 2025, com o vencedor a desempenhar o papel de consultor criativo ao longo de todo o processo.

Dragonfly, de Paul Andrew Williams, conquistou o Prémio do Público MOTELX.

Hoje, 15 de Setembro, poderão ser revistas curta e longa vencedoras do Prémio Méliès d’argent, destaque ainda para a Sessão Surpresa FilmTwist, A Useful Ghost, de Ratchapoom Boonbunchachoke, O Crime de Aldeia Velha, de Manuel Guimarães, Animais Perigosos, de Sean Byrne, o combo da Suite 13 (nova secção dedicada neste primeiro ano a Herschell Gordon Lewis) e The Surrender, de Julia Max.  

Em 2026, o MOTELx celebra a sua 20.ª edição que vai decorrer de 8 a 14 de Setembro. Toda a informação sobre o festival mais assustador de Lisboa pode ser consultada em https://www.motelx.org/.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

MOTELx 2025: Filmes a não perder

MOTELx: Festival Internacional de Cinema de Terror em Lisboa já começou esta Terça-feira, dia 9, e prolonga-se até dia 15 de Setembro, no Cinema São Jorge. Passado o primeiro dia de evento, que abriu com o filme The Long Walk, de Francis Lawrence, deixo algumas sugestões de títulos a assistir no festival de cinema mais aterrador da capital.

A Maldição de Marialva, de António de Macedo

Quarto Perdido: O Baile das Bruxas

Portugal, Espanha, 1989, 88'

Quarta-feira, 10 Setembro, às 14h50

Cinema São Jorge - Sala 3


Aliens: Director's Cut, de James Cameron


Sessões Especiais

EUA, Reino Unido, 1986, 154'

Quarta-feira, 10 Setembro, às 19h00

Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira


Bulk, de Ben Wheatley


Prémio Méliès d'argent - Melhor Longa Europeia 2025

Reino Unido, 2025, 91'

Quarta-feira, 10 Setembro, às 21h35

Cinema São Jorge - Sala 3


Quinta-feira, 11 Setembro, às 16h50

Cinema São Jorge - Sala 3


A Pianista, de Nuno Bernardo


Sessões Especiais

Portugal, 2025, 98'

Quarta-feira, 10 Setembro, às 22h30

Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira


The Piano Accident / L'Accident de piano, de Quentin Dupieux


Serviço de Quarto

França, 2025, 91'

Quinta-feira, 11 Setembro, às 21h30

Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira


A Useful Ghost, de Ratchapoom Boonbunchachoke


Serviço de Quarto

Tailândia, Singapura, Alemanha, França, 2025, 130'

Sexta-feira, 12 Setembro, às 18h35

Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira


Segunda-feira, 15 Setembro, às 16h00

Cinema São Jorge - Sala 3


Enterre Seus Mortos, de Marco Dutra

Serviço de Quarto

Brasil, 2024, 128'

Sábado, 13 Setembro, às 20h45

Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira


Alma Viva, de Cristèle Alves Meira


Quarto Perdido: O Baile das Bruxas

Portugal, Bélgica, França, 2022, 85'

Domingo, 14 Setembro, às 17h20

Cinema São Jorge -Sala 3


The Last Sacrifice, de Rupert Russell


Doc Terror

Reino Unido, 2024, 94'

Domingo, 14 Setembro, às 21h45

Cinema São Jorge - Sala 3


O Crime de Aldeia Velha, de Manuel Guimarães

Quarto Perdido: O Baile das Bruxas

Portugal, 1964, 105'

Segunda-feira, 15 Setembro, às 15h45

Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira


Conhece todos os filmes e actividades do MOTELx 2025 em https://www.motelx.org/.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

MOTELx 2023: Vencedores

O filme De Império, de Alessandro Novelli, venceu o Prémio para Melhor curta-metragem portuguesa 2023 no MOTELX - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.

O júri do Prémio MOTELx 2023 foi constituído pelo músico e produtor Ingmar Koch, pelo director artístico do festival Galego Freaky Film Festival, Juan Castro Garcia, e pela actriz Rita Blanco. O prémio tem o valor de cinco mil euros. Foi ainda atribuída uma menção especial ao filme Paralisia, de Inês Monteiro.

Este júri elegeu ainda o vencedor do prémio Méliès d’argent – Melhor Curta Europeia 2023, entregue a Gangrene, do espanhol Ignacio Gil-Toresano Fernández.

O prémio Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia 2023 foi para o filme Superposition, da dinamarquesa Karoline Lyngbye por decisão do júri constituído pelo actor Dinarte de Freitas, pelo realizador Gonçalo Almeida e pela directora-geral do Festival Internacional de Cinema Fantástico Sitges, Mónica Garcia. Nesta categoria, foi ainda atribuída uma menção honrosa a Hood Witch, de Saïd Belktibia (França).

Já o Prémio do Público foi entregue ao filme Irati, do espanhol Paul Urkijo Alijo.

Ao longo do festival, foram também anunciados os vencedores da Melhor Micro CURTA MOTELx (Down Under, de Lola Ramos), Melhor Trailer YouTube Shorts (A Filha, de Amy Silva), Prémio Lobo Mau (Mi Vida en Tus Manos, de Nuno Beato) e Prémio MOTELx GUIÕES - Melhor Argumento de Terror Português 2023 (Trauma, de Tiago Matos).

O MOTELx estará de regresso de 10 a 16 de Setembro de 2024. Mais informações sobre o evento em https://www.motelx.org/.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Revelados os finalistas do 'Prémio MOTELX GUIÕES' para o Melhor Argumento de Terror Português

Foram revelados os cinco finalistas que concorrem ao primeiro Prémio MOTELX GUIÕES para o melhor argumento de terror português. A nova competição nasce de uma parceria entre o MOTELx e o GUIÕES - Festival do Roteiro de Língua Portuguesa, cuja 9.ª edição decorre durante o 17.º Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.

Maria não me Mates, de Sofia Perpétua, Mar Agreste, de André Marques, Dentes e Garras, de Francisco Lacerda e Amarino França, Trauma, de Tiago Matos, e Faz-te um Homem, de André Murraças, são os cinco candidatos ao prémio para "melhor argumento de terror português de longas-metragens ainda não produzidas, escolhidos pela equipa de selecção dos festivais MOTELX e GUIÕES, entre mais de 50 propostas arrepiantes".

Os finalistas serão avaliados por um painel de jurados composto por Daniel Bandeira (realizador e argumentista do filme Propriedade, a exibir no 17.º MOTELx), Filipe Homem Fonseca (argumentista e humorista) e Sandra de Almeida (directora e programadora do Shortcutz). O vencedor, revelado a 13 de Setembro, no Cinema São Jorge, leva para casa 2 mil euros. A iniciativa pretende ser um impulso à produção de mais ficção audiovisual de terror.

Os directores artísticos do MOTELx, Pedro Souto e João Monteiro, destacam a variedade temática e de subgéneros dos cinco finalistas ao primeiro Prémio MOTELX GUIÕES, notando-se que, para além do terror, há uma preocupação dos autores em inscrever as histórias no passado, presente e futuro de Portugal. "Nesse sentido, destaca-se a herança colonial em Faz-te um Homem, a gentrificação urbana em Maria não me Mates, a crise ecológica do Mar Agreste, o amor juvenil de Trauma e o apocalipse de Dentes e Garras", referem. 

A juntar à competição de guiões de terror portugueses, os dois festivais levam a cabo uma programação cruzada e simultânea, visando um conjunto de actividades em torno da escrita e produção de cinema de terror, de workshops a sessões de cinema, passando por debates e masterclasses.

Na 9.ª edição do GUIÕES - Festival do Roteiro de Língua Portuguesa, que acontece de 13 a 17 de Setembro, no Cinema São Jorge, com extensão à Cinemateca Portuguesa, está prometida a visita do produtor Rodrigo Teixeira, convidado de honra da parceria MOTELX GUIÕES. Em Lisboa, o brasileiro conduz um workshop dedicado à produção e apresenta The Witch (2015), realizado por Robert Eggers, e do qual Teixeira é um dos produtores

Já a 17.ª edição do MOTELx acontece entre 12 e 18 de Setembro, no Cinema São Jorge.

Mais informações sobre os dois festivais em: www.guioes.comhttps://www.motelx.org/.

sábado, 29 de julho de 2023

MOTELx 2023: Brandon Cronenberg é convidado de honra e outras novidades

A 17.ª edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa já anunciou os seus principais destaques: Brandon Cronenberg é o convidado de honra, celebra-se o 50.º aniversário de O Exorcista, Gabriel Abrantes apresenta o seu novo filme, e haverá uma sessão surpresa. O festival acontece de 12 a 18 de Setembro, no Cinema São Jorge.

Como convidado de honra, Brandon Cronenberg vem ao MOTELx apresentar o seu mais recente filme Infinity Pool.  Esta é a sua terceira longa-metragem, aqui exibida em versão director’s cut, e a ela juntam-se ainda Antiviral (2012) e Possessor (2020). O festival dedica-lhe uma merecida retrospectiva integral e convida-o para uma masterclass.

Entre os grandes destaques da selecção oficial deste ano, está a estreia europeia de A Semente do Mal, do português Gabriel Abrantes; Propriedade, do brasileiro Daniel Bandeira; o francês Vincent Must Die, de Stéphan Castang, e o vencedor da Semana da Crítica de Cannes 2023, o malaio Tiger Stripes, de Amanda Nell Eu.

A estes títulos, junta-se a segunda longa de Jennifer Reeder, Perpetrator; My Animal, de Jacqueline Castel; o australiano Run Rabbit Run, de Daina Reid, com a actriz de Succession, Sarah Snook; e o regresso de David Farrier, com o novo documentário/thriller a partir da investigação de um fait-divers em Mister Organ.

Os 50 anos de O Exorcista, de William Friedkin, serão comemorados com a projecção da cópia restaurada 4K, numa das Sessões Especiais. Outra está reservada para a estreia da 1.ª Sessão Surpresa do Festival, em parceria com a FilmTwist.

Para o Prémio MOTELx - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2023, estão na corrida 12 filmes: O Abafador, de Silvana Torricella; Paralisia, de Inês Monteiro; Dead Wheel, de Ariana Santos e Virgínia Barbosa; Maria José Maria, de Chico Noras; 15', de Francisco Neves; Casa Incerta, de Pedro Dias; Habitat, de Francisco Mendes; The Devil Lived Here, de César Santos; De Imperio, de Alessandro Novelli; Our Tell-Tale Heart, de Miguel Ferreira; Monstros, de Carlos Calika; e A Floresta, de Diogo Silvestre.

Ainda a celebrar filmes de culto, a secção Quarto Perdido vai exibir três títulos, em parceria com o FILMar (programa operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa, no âmbito do Mecanismo Financeiro Europeu EEAGrants 2020-2024, que tem por missão restaurar e digitalizar cinema relacionado com o mar). São eles: Tarde Demais (Portugal, 2000), de José Nascimento, escrito em co-autoria com João Canijo; Serpiente de Mar (Espanha, 1985), último filme de Amando de Ossorio, filmado na costa portuguesa; e a película centenária Os Olhos da Alma (1923), de Roger Lion

Este ano, também o YouTube se alia ao MOTELx apostando na secção microCURTAS. Até 23 de Agosto, estão abertas as inscrições para o Prémio YouTube microCURTAS, para filmes até 2 minutos, produzidos em telemóvel, tablet ou webcam. Nesta edição, há três novos prémios monetários nesta secção - Melhor microCURTA, Menção Especial e Melhor Trailer YouTube Shorts (para quem concorrer com o trailer da sua microCURTA) e uma sessão de YouTube training, abordando regras, truques e ideias para a monetização de conteúdos na plataforma.

Como já tinha sido anunciado, o MOTELx associa-se, pela primeira vez, ao GUIÕES - Festival do Roteiro de Língua Portuguesa "para apresentar uma programação paralela dedicada ao argumento e à formação para a produção de cinema de terror no país, através de pitchings, masterclasses, workshops, debates e sessões de filmes". The Witch, de Robert Eggers, será apresentado pelo seu produtor Rodrigo Teixeira, que vem a Lisboa desenvolver um workshop de produção. Neste programa conjunto dos dois festivais, atribui-se um novo galardão dedicado a argumentos de longas-metragens ainda não produzidas: o Prémio MOTELX GUIÕES - Melhor Argumento Português.

A SectionX para terror experimental vai apresentar, pela primeira vez, uma longa-metragem, para além da habitual seleçcão de curtas. Trata-se do filme britânico Home Invasion, de Graeme Arnfield, apresentado na última Berlinale.

De regresso está Lobo Mau, a secção dedicada aos mais novos. A animação Perlimps (Brasil, 2022), de Alê Abreu, é um dos filmes em destaque.

Mais informações sobre o MOTELx 2023 podem ser encontradas em https://www.motelx.org/.

domingo, 12 de março de 2023

MOTELx e Festival Guiões anunciam Prémio para 'Melhor Argumento de Terror Português'

O MOTELx, em parceria com o Festival Guiões, anunciou um novo prémio para o Melhor Argumento de Terror Português.

Esta parceria resulta no Prémio MOTELx Guiões 2023, dedicado a argumentos de longas-metragens ainda não produzidas. As candidaturas estão abertas até 31 de Maio de 2023.

O Melhor Argumento de Terror Português para longas-metragens será eleito por um júri, entre cinco candidaturas escolhidas pela equipa de selecção dos dois festivais, e premiado com 2000€.

Este ano, o MOTELX recebe ainda a 9.ª edição do GUIÕES - Festival do Roteiro de Língua Portuguesa, "com um foco especial na escrita de cinema e audiovisual de terror, e, além do prémio, apresentam em conjunto uma programação especial, durante a 17.ª edição do MOTELX, de 12 a 18 de Setembro, no Cinema São Jorge".

O regulamento e as informações sobre as candidaturas ao novo prémio podem ser consultados em www.motelx.org e www.guioes.com.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

'O Quarto Perdido do MOTELx' apresentado na Cinemateca Portuguesa a 12 de Janeiro com sessão especial

O livro O Quarto Perdido do MOTELx - Os Filmes do Terror Português (1911-2006) será apresentado na Cinemateca Portuguesa, com direito a uma sessão especial, no dia 12 de Janeiro. 

A partir das 18h00, o livro será apresentado na Livraria Linha de Sombra, na Cinemateca Portuguesa, com a presença dos autores. Seguir-se-á uma Sessão Especial, na Sala Luís de Pina, às 19h30, com a exibição de A Caçada do Malhadeiro (Portugal, 1967), de Quirino Simões, antecedido do único excerto existente do filme perdido Três Dias Sem Deus (Portugal, 1946), de Bárbara Virgínia, a primeira mulher realizadora em Portugal.

A secção Quarto Perdido, que desde o início do MOTELx, se dedica "à pesquisa da cinematografia de terror nacional, transformou-se no ano passado em livro". O Quarto Perdido do MOTELX - Os Filmes do Terror Português (1911-2006) é uma antologia que reúne "textos de vários autores sobre a totalidade das obras portuguesas escolhidas e apresentadas à luz do género e, naturalmente, da contemporaneidade".

PROGRAMAÇÃO - 12 JAN 2023

18h00 | Apresentação do Livro | Livraria Linha de Sombra (Entrada Livre)

O Quarto Perdido do MOTELX - Os Filmes do Terror Português (1911-2006)

Coordenação de João Monteiro e Filipa Rosário


19h30 | Sessão Especial | Sala Luís de Pina

Três Dias Sem Deus (Portugal, 1946, 25'), de Bárbara Virgínia

A Caçada do Malhadeiro (Portugal, 1967, 82'), de Quirino Simões


Mais informações em https://www.cinemateca.pt/Programacao.aspx?id=15980&date=2023-01-12.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

MOTELx 2022: Vencedores

Vórtice, de Guilherme Branquinho, foi o grande vencedor do Prémio SCML MOTELx para melhor curta-metragem portuguesa, na 16.ª edição do MOTELx. O Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa terminou na Segunda-feira, dia 12 de Setembro.

O filme de Guilherme Branquinho, Vórtice, parte de um problema com o qual, segundo o realizador, “muitos lisboetas se identificam: não conseguir parar o carro quando se volta tarde do trabalho”. A partir desta ideia, “o filme vai gradualmente entrando numa espiral de paranóia e frustração quase psicótica”, explica.

Entre as 12 curtas em competição, o júri, composto pela jornalista e pivô Maria João Rosa, a artista Surma e o programador, comissário e editor Tiago Bartolomeu Costa, escolheu Vórtice por transportar o espectador “numa viagem, da qual não consegue escapar do princípio ao fim - uma das coisas mais difíceis de conseguir num filme e um dos principais objectivos a atingir no género a que este festival se dedica”. Já Reverso, de André Szankowski, com argumento e interpretação de Afonso Pimentel, recebeu uma Menção Especial.

O mesmo júri concedeu ao filme francês Censor of Dreams, de Léo Berne e Raphaël Rodriguez, o Prémio Méliès d’argent - Melhor Curta Europeia 2022, por resumir “as ideias essenciais deste género: intuitivo, questionador, avassaladoramente desafiante, sobre a condição humana e o quotidiano”.

Nas longas-metragens, o júri, composto pela jornalista, autora e radialista Ana Markl, a gestora de filmes em festivais Sélina Boye e o músico Tó Trips, entregou a Speak No Evil, do dinamarquês Christian Tafdrup, o Prémio Méliès d’argent - Melhor Longa Europeia 2022. O painel de jurados destacou a obra “pela sublime forma como gere a tensão e toca nas feridas da hipocrisia das relações sociais”, e deixa um alerta: “Pensem duas vezes antes de fazer novos amigos”.

O Prémio do Público, votado pelos espectadores do festival, foi para Deadstream, realizado pelo casal norte-americano Joseph e Vanessa Winter. Já o Prémio microCURTAS foi para O Fantasma da Minha Infância, de Carolina Aguiar, Francisco Magalhães e Pedro de Aires, por conseguir "encaixar uma narrativa abstracta com a instalação de medo e, acima de tudo, uma conexão emocional”, segundo o júri, constituído pela criadora e realizadora Ana Correia aka Peperan, o guionista e actor André Mariño e o DJ e actor Kiko is Hot.

O MOTELX - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa regressa em 2023, de 12 a 18 de Setembro, no Cinema São Jorge. Mais informações em https://www.motelx.org/.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

MOTELx 2022: 11 Filmes a Não Perder

O MOTELx 2022 começa hoje, 6 de Setembro, e o Hoje Vi(vi) um Filme deixa-te uma lista de sugestões para ver ao longo do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.

Resurrection, de Andrew Semans
Domingo, 11 Setembro, 21h00
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Criança Lobo, de Frederico Serra
Quinta-feira, 8 Setembro, 19h00
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Sexta-feira, 9 Setembro, 21h10
Cinema São Jorge - Sala 3

Os Demónios do Meu Avô, de Nuno Beato
Quarta-feira, 7 Setembro, 19h00
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Speak No Evil (Gæsterne), de Christian Tafdrup
Terça-feira, 6 Setembro, 21h45
Cinema São Jorge - Sala 3

Quinta-feira, 8 Setembro, 00h10
Cinema São Jorge - Sala 3

Dark Glasses (Occhiali Neri), de Dario Argento
Quinta-feira, 8 Setembro, 21h20
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Deadstream, de Joseph Winter e Vanessa Winter
Sexta-feira, 9 Setembro, 00h00
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Segunda-feira, 12 Setembro, 19h00
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Family Dinner, de Peter Hengl
Quarta-feira, 7 Setembro, 17h00
Cinema São Jorge - Sala 3

Holy Spider, de Ali Abbasi
Quarta-feira, 7 Setembro, 21h35
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Saloum, de Jean Luc Herbulot
Terça-feira, 6 Setembro, 00h15
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Sábado, 10 Setembro, 19h25
Cinema São Jorge - Sala 3

Something in the Dirt, de Justin Benson, Aaron Moorhead
Sábado, 10 Setembro, 19h10
Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira

Domingo, 11 Setembro, 14h25
Cinema São Jorge - Sala 3

O Hotel da Noiva, de Bernardo Cabral
Sexta-feira, 9 Setembro, 21h45
Cinema São Jorge - Sala 2

Mais informações, programação completa e horários em https://www.motelx.org/.

sábado, 27 de agosto de 2022

MOTELx 2022: Programação completa

O MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa anunciou a programação completa da sua 16.ª edição. Bodies Bodies Bodies (EUA, 2022), de Halina Reijn, será o Filme de Abertura, no dia 6 de Setembro.

Na secção Serviço de Quarto, para além de Dark Glasses e Final Cut, junta-se Something in the Dirt, realizado, escrito e protagonizado por Aaron Moorhead e Justin Benson - a dupla vai marcar presença em Lisboa. Destaque para Polaris (Canadá, 2022), de Kirsten Carthew, "um filme pós-apocalíptico inspirado no ecofeminismo e na urgência de uma mudança cultural e sustentável significativa", e Candy Land (EUA, 2022), de John Swab, "uma road trip infernal sobre sexo, religião e violência"; e ainda Satan's Slaves 2: Communion (Indonésia, 2022), de Joko Anwar; Ashkal (França, Tunísia, Catar, 2022), de Youssef Chebbi; Saloum (Senegal, 2021), de Jean Luc Herbulot; e Parsley (República Dominicana, 2022), de José María Cabral.

Com muitas mulheres na realização, este ano, na seleção Méliès d’argent - Melhor Longa Europeia encontram-se títulos como O Corpo Aberto (Espanha, Portugal, 2022), de Ángeles Huerta, "um folk horror com os actores portugueses Victoria Guerra e José Fidalgo"; Nightsiren (Eslováquia, Chéquia, 2022), de Tereza Nvotová; e A Banquet (Reino Unido, 2021), de Ruth Paxton. Junta-se ainda a esta competição o terror psicológico de Speak No Evil (Dinamarca, Holanda, 2022), de Christian Tafdrup.

Destaque ainda para uma Sessão Especial de culto com a exibição de Hotel da Noiva (Portugal, 2007), de Bernardo Cabral, rodado nos Açores; Inferno Rosso: Joe D’Amato on the Road of Excess (Itália, 2021), de Manlio Gomarasca e Massimiliano Zanin, na secção Doc Terror; e The Seed (Reino Unido, 2021), de Sam Walker, com Deadstream (EUA, 2022), de Joseph e Vanessa Winter, no regresso da Sessão Dupla à programação do MOTELx.

Inferno Rosso: Joe D’Amato on the Road of Excess

Dia 7 de Setembro, o Teatro São Luiz, em parceria com a Casa Bernardo Sassetti, vai projectar o primeiro filme de terror português, Os Crimes de Diogo Alves (1911), de João Tavares, acompanhado por uma partitura original de Bernardo Sassetti e interpretada por um combo da Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação do professor Desidério Lázaro. Ao cine-concerto segue-se uma conversa sobre o processo de composição para filmes mudos, com um painel moderado por Inês Laginha e formado, além de Lázaro, pelo guitarrista Tó Trips e o pianista Filipe Raposo.

No dia 10 de Setembro, o MOTELx propõe um final de tarde com o projecto FILMar, entre a Cinemateca Portuguesa e o Cinema São Jorge, com foco nos medos do mar através de duas longas-metragens e três curtas e um debate, com o apoio do programa EEAGrants 2020-2024 e a colaboração da Embaixada da Noruega em Portugal. 

No dia 11 de Setembro, às 17h00, na Sala 2 do Cinema São Jorge, a nova associação de mulheres que trabalham no cinema e audiovisual, MUTIM, vai debater a partir do primeiro filme realizado por uma mulher em Portugal, Três Dias Sem Deus (1946), de Bárbara Virgínia, com a participação de Luísa Sequeira, autora do road movie documental sobre a cineasta.

Dia 8 está de regresso o MOTELquiz, uma noite de trivia para testar os conhecimentos sobre cinema de terror e cultura pop, com prémios e surpresas. A entrada é livre, mas requer pré-inscrição para o e-mail inscricoes@motelx.org.

O MOTELx acontece entre 6 e 12 de Setembro, em Lisboa e os bilhetes são colocados à venda, a partir da próxima semana, na Ticketline. Mais informações sobre o festival em https://www.motelx.org/.

sábado, 20 de agosto de 2022

MOTELx 2022: Dario Argento regressa a Lisboa 10 anos depois

O mestre do terror italiano, Dario Argento, regressa ao MOTELx, 10 anos depois, para apresentar o seu novo filme Dark Glasses. A acompanhá-lo estará a actriz Ilenia Pastorelli.

Dario Argento (Foto: Marco Rossi)

A estreia nacional do novo giallo do cineasta italiano serve de mote para a sua presença em Lisboa, depois de, em 2012, ter sido sido o convidado especial da 6.ª edição do MOTELx. Argento dará uma masterclass sobre os seus processos criativos, completada por um Q&A com a plateia e por uma sessão de autógrafos, durante o festival.

Os directores artísticos do MOTELx, Pedro Souto e João Monteiro, descrevem Dario Argento como "a maior lenda do cinema europeu de terror, que teve uma tremenda influência no cinema norte-americano e continua a ser uma referência para muitos cineastas, basta lembrar o recente remake de Suspiria ou o papel de protagonista no último filme de Gaspar Noé.

Em Dark Glasses, o realizador "recupera as marcas autorais do seu legado e assinala o reencontro com a filha Asia Argento no grande ecrã". A actriz Ilenia Pastorelli, que também estará presente em Lisboa, encarna Diana, a personagem cega atormentada por um assassino em série.

A 16.ª edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa acontece de 6 a 12 de Setembro, no Cinema São Jorge. Mais informações em https://www.motelx.org/.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

MOTELx 2022: De 6 a 12 de Setembro com filmes de Dario Argento, Michel Hazanavicius e Frederico Serra

A 16.ª edição do MOTELX - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa acontece de 6 a 12 Setembro, e já são conhecidos os primeiros destaques da programação. Para além do Cinema São Jorge, este ano o evento estende-se a outros espaços como o Teatro São Luiz, o Convento São Pedro de Alcântara e o Museu de Lisboa - Palácio Pimenta.

Entre os destaques desta edição está a estreia nacional de Final Cut, do realizador francês Michel Hazanavicius. Trata-se de um remake de One Cut of Dead (Japão, 2017), protagonizado por Romain Duris e Bérénice Bejo, "onde uma equipa em rodagem de um filme low budget sobre zombies é atacada por zombies reais". Também o novo filme de Dario Argento, Dark Glasses, faz parte da programação do MOTELx 2022

Entre os títulos internacionais já anunciados, encontram-se Holy Spider, de Ali Abbasi (França, Alemanha, Suécia, Dinamarca, 2022), Huesera, de Michelle Garza Cervera (México, Peru, 2022), Hunt, de Lee Jung-jae (Coreia do Sul) ou Wolfskin, de Jacques Molitor (Luxemburgo, 2022). Juntam-se ainda os portugueses Criança Lobo (2022), de Frederico Serra, um folk horror "sobre uma lenda numa assustadora aldeia portuguesa", e ainda Os Demónios do Meu Avô (2022), de Nuno Beato, "a primeira longa-metragem de animação stop motion feita em Portugal".

Terror em Português ao longo da História

Um dos momentos-chave do festival será o lançamento do livro O Quarto Perdido do MOTELX - Os Filmes do Terror Português (1911-2006), um registo inédito, resultado de uma pesquisa feita ao longo de 10 anos, "sobre a cinematografia de terror lusitana desconhecida, sublinha a evolução do género no país até um ano antes da primeira edição do festival".

A propósito, a secção Quarto Perdido celebra Paulo Branco, o maior produtor de cinema português, com três filmes listados no livro que ainda não foram exibidos no festival: O Convento (1995), de Manoel de Oliveira, O Fascínio (2003), de José Fonseca e Costa, e Coisa Ruim (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra. Paulo Branco vai marcar presença no MOTELx para falar das suas experiências enquanto produtor.

Destaque para o centenário Os Crimes de Diogo Alves (1911), de João Tavares - "o primeiro filme de terror português com materiais fílmicos e o preferido de Bernardo Sassetti (1970-2012). Em memória do músico, desaparecido há dez anos, e em parceria com a Casa Bernardo Sassetti, o MOTELX apresenta, no Teatro São Luiz, esta película muda com a música do pianista interpretada em tempo real por um combo da Escola Superior de Música de Lisboa"

Este ano, o MOTELx terá um dia especial dedicado ao projecto FILMar - operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa e pelo fundo europeu EEA Grants, que visa restaurar e digitalizar cinema relacionado com o mar -, em torno da temática Terror e Mar, com retrospectivas e debates.

Sessões Especiais

Entre as Sessões Especiais desta edição, encontram-se A Praga (Brasil, 2021), "uma cópia perdida e recentemente encontrada e restaurada, do 'pai' do cinema de terror brasileiro, José Mojica Marins (1936-2020)", e A Última Praga de Mojica (Brasil, 2021), de Cédric Fanti, Eugênio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira, "sobre o resgate deste filme inédito, do criador da personagem de culto Zé do Caixão (um agente funerário sádico que aterrorizou os espectadores a partir de 1964 com À Meia Noite Levarei Sua Alma)".

Prémio SCML MOTELX - Melhor Curta Portuguesa 

A competir pelo Prémio SCML MOTELX - Melhor Curta Portuguesa estarão 12 filmes: O Caso Coutinho (2022), de Luís Alves, Cronos (2022), de João Pico, Cemitério Vermelho (2022), de Francisco Lacerda, Matrioska (2021), de Joana Correia Pinto, Igor (2021), de Rafael Almeida, Misericórdia (2021), de Gonçalo Loureiro, The Muppet-Face (2022), de Ricardo Machado, Reverso (2022), de André Szankowski, Vara (2022), de Inês Albuquerque, Quando a Terra Sangra (2022), de João Morgado, Uma Piscina (2021), de Carolina Aguiar, e Vórtice (2022), de Guilherme Branquinho.

Warm-Up de 1 a 3 de Setembro

Em antecipação do MOTELx, acontece o habitual Warm-Up MOTELX SCML, de 1 a 3 de Setembro, que conta com a projecção de O Fauno das Montanhas (Portugal, 1926), de Manuel Luís Vieira, com música interpretada ao vivo pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, no jardim do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta - em colaboração com o programa FILMar, em parceria com a Cinemateca Portuguesa, e integrado na programação do Lisboa na Rua/EGEAC

Para comemorar o centenário de Nosferatu (Alemanha, 1922), de F.W. Murnau, o festival vai proporcionar "uma experiência sonora e visual imersiva em torno do imaginário do filme, no Convento São Pedro de Alcântara". No Largo Trindade Coelho, terá lugar a sessão de cinema ao ar livre com o filme What We Do in the Shadows (Nova Zelândia, 2014), de Jemaine Clement e Taika Waititi.

Até 1 de Agosto, ainda podem ser submetidas curtas até 2 minutos, feitas em telemóvel, tablet ou webcam, para a secção microCURTAS.

Mais informações sobre o MOTELx 2022 em https://www.motelx.org/.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Crítica: Antebellum: A Escolhida (2020)

"The unresolved past can certainly wreak havoc on the present."
Sarah


*7/10*

Antebellum: A Escolhida é um corajoso confronto da sociedade norte-americana actual com os tempos da escravatura pré-Guerra Civil. O filme de Gerard Bush e Christopher Renz tem sido entendido por uns como uma afronta de violência gratuita e, por outros, como um alerta para a gravidade da situação que os afroamericanos continuam ainda hoje a viver - por aqui, concordamos com os segundos.

Partilhando semelhanças com A Vila, de M. Night Shyamalan, e, tematicamente, com Foge, de Jordan Peele, Antebellum é capaz de nos manobrar para que nada seja óbvio, e depois tudo faça sentido.

A escritora de sucesso Veronica Henley (Janelle Monáe) vê-se presa a uma realidade terrível que a obriga a enfrentar o passado, presente e futuro, antes que seja tarde demais. O seu destino cruza-se com o de uma escrava chamada Eden (também intepretada por Janelle Monáe).


O paralelismo estabelecido entre o passado e o presente é um dos grandes motores de Antebellum, e os realizadores Bush Renz sabiam bem onde queriam chegar, que mensagem queriam passar. Contudo, o filme devia ir mais fundo na ferida em que toca, com um argumento mais acutilante, sem receios de travar uma luta contra o racismo intrínseco da sociedade norte-americana, que nem a guerra civil, nem todos os avanços feitos ao longo de mais de cem anos de História conseguiram travar totalmente. É preciso delegar responsabilidades, sem medo de confrontar o passado. Este filme fá-lo ligeiramente, a mensagem passa, mas dilui-se na pouca profundidade das personagens e situações. Um pouco mais de convicção e consistência ao longo do segundo acto e o resultado final seria louvável.

Os pesadelos que atormentam a protagonista são muito mais reais do que aparentam, tal como o terror que caracteriza o filme. O público sente-se tão incomodado pois o retrato projectado no ecrã é historicamente real e, como tal, não se pode falar em violência gratuita em Antebellum. A longa-metragem é, em parte, um revenge movie, ao mesmo tempo que se traduz num alerta visual e impactante para os tempos actuais, onde os supremacistas brancos têm ganhado terreno e não são condenados pelo Presidente norte-americano.


A forte presença de Janelle Monáe, com uma grande interpretação, é um dos grandes destaques deste filme que sairia a perder sem uma protagonista tão capaz. A artista - especialmente quando encarna Eden - transpira força e coragem, que contrastam com a fragilidade da sua figura e a tornam uma heroína de garra e difícil de ignorar. Importante de destacar é o facto de termos uma mulher no papel principal de Antebellum, demonstrando mais de perto as atrocidades que as mulheres negras sofriam à mão dos homens brancos durante a escravatura, contando-nos a história sob o ponto de vista feminino.

O silêncio impera nas plantações de algodão, e Antebellum quer que, na sociedade actual, os afroamericanos tenham a palavra, se possam emancipar política, social e culturalmente sem constrangimentos, conquistem os direitos que lhes são devidos e estão há décadas na Lei.


A estreia da dupla de realizadores nas longas-metragens é ambiciosa e, mesmo que esteja longe de ser perfeita, incomodou o mundo e está a dar que falar. Afinal, o confronto com o passado, quase nunca é fácil.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

MOTELx'20: Relic (2020), de Natalie Erika James

*6.5/10*


A estreia de Natalie Erika James nas longas-metragens trouxe ao MOTELx 2020 uma história de terror sobre o envelhecimento e a doença: Relic. Um começo auspicioso da cineasta que revela destreza na construção de uma atmosfera perturbadora e labiríntica.

"Quando Edna, a matriarca idosa e viúva da família, desaparece, a sua filha Kay e a neta Sam viajam para a remota casa de família para procurá-la. Edna reaparece misteriosamente da mesma forma como desapareceu, mas vem diferente. Algo a acompanha."

Relic aborda o envelhecimento do corpo e da mente, com a demência e os seus principais sintomas a serem usados para criar a dualidade entre o científico e o sobrenatural, o real e a alucinação. 

Natalie Erika James é excelente na construção do ambiente da longa-metragem, com a casa a assumir um papel fulcral, símbolo de uma família em ruínas. Esta decadência do corpo, das memórias e das relações está espelhada no interior das paredes ocas, de onde ecoam inexplicáveis sons, o bolor e corredores mutáveis e intermináveis - qual upside down. A par do espaço físico, os sonhos recorrentes de Kay revelam os maiores medos - e muitos remorsos - que pairam naquela casa, com uma história do passado (que ninguém quer que se repita) a bater à porta frequentemente.


Ao ver Relic, a comparação mais certeira a fazer será com The Babadook (2014), de Jennifer Kent, com esta aura sobrenatural vs. psíquica a pairar de modo muito semelhante. E esta é a grande força de ambos os filmes, na construção de um medo claustrofóbico e que faz duvidar constantemente. Destaque ainda para o bom desempenho das actrizes protagonistas, Emily Mortimer, Robyn Nevin e Bella Heathcote, com interpretações muito físicas, em especial as duas primeiras.

O trabalho de cenografia e direcção artística é fabuloso e um dos grandes responsáveis pela criação desta singularidade atmosférica, contudo, há uma má concretização de ideias que deita por terra a génese da longa-metragem. O final paira entre o poético, o profético e o grotesco, sem dúvida desnecessário. A mensagem já tinha passado, sem a insistência no choque visual.


O perpetuar do mistério ao longo de Relic desfaz-se numa conclusão sem impacto ou especial significado para além daquele que, desde o início, já captamos: o abalo que a doença e a velhice causa em várias gerações de uma família.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Crítica: O Segredo do Refúgio / The Rental (2020)

*5/10*
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The Rental (O Segredo do Refúgio, em português) marca a estreia do actor Dave Franco na realização e foi o filme de encerramento do MOTELx 2020. Um thriller de terror, com boas intenções mas que perde o fulgor inicial.

Não marcando pela originalidade, o filme faz recordar muitos títulos em que um grupo de amigos resolve ir de férias e tudo corre mal (lembrou-me bastante Sei o Que Fizeste no Verão Passado), mas adaptado à tecnologia dos tempos actuais. Um convite para que deixemos de arrendar casas via plataformas digitais de arrendamento local (como o airbnb) ou o façamos com muito cuidado. 

"Dois casais, numa escapadela junto ao mar, começam a suspeitar que o anfitrião da casa aparentemente perfeita que alugaram está a espiá-los. Rapidamente, o que deveria ter sido uma viagem comemorativa de fim-de-semana transforma-se em algo muito mais sinistro, à medida que segredos bem guardados são expostos e os quatro velhos amigos vêem-se sob uma luz totalmente nova."


O nevoeiro cerrado que rodeia a casa, a cave secreta e outros clichés de filme de género servem aqui mais para criar ilusão do que para desvendar o mistério, o que é um ponto a favor da estreia de Franco. Apesar de cair em alguns facilitismos narrativos, The Rental consegue ainda deter alguns momentos inspirados, com um chuveiro que lembra Psycho, e um sociopata tecnológico.

O alojamento local serve de pretexto para o surgimento do medo e da desconfiança, seja por ser uma casa desconhecida e isolada, ou pelo comportamento do arrendatário ser suspeito, mesmo antes de o conhecerem. 

Dan Stevens, Alison BrieSheila VandJeremy Allen White cumprem o seu papel, sem grande destaque. Contudo, a culpa aqui recai em Dave Franco, que faz das mortes em série um desfile pouco entusiasmante e com pouca luta, mesmo que, visualmente, nos proporcione alguns planos interessantes.


Em The Rental, Franco faz cumprir essencialmente a função de entretenimento, mantendo a tensão a fluir, entre drogas, álcool, traições, voyeurismo e um cão desaparecido.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

MOTELx'20: Host (2020), de Rob Savage

*7/10*


Rob Savage desafia-nos, tal como desafiou a sua equipa e actores, com Host, rodado durante a pandemia e o confinamento da Covid-19, com os actores nas suas próprias casas. Um exercício de estilo inteiramente filmado através da plataforma Zoom, querem experiência mais sobrenatural?

"Seis amigos contratam uma médium para fazer uma sessão espiritual via Zoom durante a quarentena. Mas, assim que as coisas começam a dar para o torto, rapidamente se apercebem de que as consequências irão para além do esperado. Quando um espírito maligno começa a invadir as suas casas, os seis amigos começam a temer não conseguir sobreviver àquela noite. Host foi filmado durante as restrições impostas pela quarentena, em consequência da pandemia da COVID-19, e Rob Savage teve de dirigir os actores remotamente, enquanto os próprios asseguravam a montagem das suas câmaras, luzes e stunts."

Host é um trabalho corajoso, ao mesmo tempo que nos faz escapar ao terror do isolamento e da quarentena, pelo menos durante os 56 minutos do filme. Uma espécie de Actividade Paranormal dos tempos modernos, com a tecnologia e a Internet ao serviço do medo, dos sustos e do cinema.


Rob Savage criou um filme dinâmico e assustador q.b., revelando originalidade e resiliência. Toda a equipa mostrou uma grande adaptação à mudança, respondendo à pandemia com uma obra eficaz, reacções espontâneas e muito realismo. Nada como escapar de um pesadelo real com uma ficção em tempos de Covid-19.