quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Crítica: Django Libertado / Django Unchained (2012)

"Django. The D is silent."
Django
*9/10*

Violência, vingança, amor, coragem e muito sangue marcam o regresso de Quentin Tarantino. Original no meio de tantas referências e homenagens, Django Libertado tem presentes em si todas as marcas do realizador. Polémico, como não poderia deixar de ser, Tarantino afirma-se mais uma vez como o excelente autor que é, e prova que da sua mente e mãos nunca sairá um mau filme, bem pelo contrário.
Depois de Sacanas sem Lei (2009), o realizador volta a situar o seu filme num local e época históricos precisos, neste caso, no final do século XIX, dois anos antes da Guerra Civil, no sul dos Estados Unidos, onde a escravatura estava no seu auge.

O mais recente filme de Quentin Tarantino conta a história de Django (Jamie Foxx), um escravo comprado por Dr. Schultz (Christoph Waltz), um ex-dentista e caçador de recompensas alemão, que quer a sua ajuda na captura dos irmãos assassinos Brittle. O seu sucesso leva o dentista a libertar Django, mas os dois decidem, ainda assim, permanecer juntos, perseguindo os criminosos mais procurados do sul. No entanto, Django está concentrado em outro objectivo: encontrar e resgatar Broomhilda (Kerry Washington), a sua mulher, que perdeu no comércio de escravos. E é nesta busca que Schultz e Django chegam a Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), o proprietário de Candyland, uma plantação onde os escravos são preparados para lutarem entre si…


Para além das recorrentes referências aos clássicos do cinema, Django Libertado faz uma forte homenagem, assumida logo desde o nome do protagonista (que por sua vez o partilha com a longa-metragem), ao sub-género cinematográfico western spaghetti, muito em voga nos anos 60, popularizado por Sergio Leone. Em 1966, Sergio Corbucci realizou Django, fonte de inspiração para Quentin Tarantino criar o seu Django Libertado, e lhe dar a merecida distinção – quer ao filme de Corbucci, quer ao sub-género em que este se insere. Franco Nero, o Django de 1966, tem uma participação especial ao lado no novo Django, Jamie Foxx; a abertura dos dois filmes é muito semelhante, e ambos partilham temas na banda sonora, cenários idênticos ou a própria violência.

Por outro lado, também presente está uma homenagem a outro sub-género cinematográfico, o blaxploitation, popularizado nos anos 70, caracterizado pelo seu elenco ser constituído maioritariamente por actores negros e pela utilização de linguagem agressiva e calão, especificidades que encontramos igualmente em Django Libertado. Há ainda uma referência (na personagem de Broomhilda) a John Shaft, conhecida personagem do género blaxploitation, bem como, por exemplo, ao filme Mandingo.

Lê a crítica completa no Espalha-Factos: "Tarantino liberta o Django"

3 comentários:

Turista e Artista disse...

Boa critica, também adorei o filme! Parabéns pelo blogue, está muito bom mesmo.
Bons filmes !!

Jorge Teixeira disse...

Bom texto. E claro também gostei do filme, como podia não gostar?! Até porque vem de um género que tanto gosto - o Western. Depois o cinema de Tarantino fala por si, seja pelos planos, seja pelas cenas (imprevisíveis), ou ainda por umas escolhas musicais muito boas (a banda-sonora já é nestes últimos dias o disco preferido cá de casa).

Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo

Inês Moreira Santos disse...

Obrigada a ambos pelos comentários. :)
Django é o Django! :D Já o vi duas vezes e cada vez gosto mais.

Cumprimentos cinéfilos.