Já Vi(vi) este Filme
por Diogo Simão do Está Um Buraco Lá Embaixo e Espalha-Factos
Conversa típica de gajos nº1:
- Perdias 3 dedos de uma mão para passar uma noite com a Irina do Ronaldo?
- Perdia-os antes ou depois de estar com ela?
Conversa típica de gajos nº2:
- Halle Berry ou Kim Kardashian?
- As duas! E um Big Mac!
E no entanto isto não é mais do que um exercício de imaginação, como que para demonstrar ao pessoal o quão desesperado o teu nível de testosterona te torna. É uma falta de classe excepcional, mas são tradições estabelecidas há milénios que, por muito que as eras passem, irão persistir.
Óbvio que nem todos nascemos com o encanto de um Robert Downey Jr. ou o ar de infinita imperturbabilidade de um Alex Turner: mas existe algo nas «personas» destas estrelas que sempre me suscitou o interesse. Como se o carisma fosse uma disciplina que pode (e deve!) ser aprendida.
Um leve movimento de cabeça enquanto entreabres o sorriso, uma rápida comichão no pescoço, um piscar de olhos demorado… Tudo sinais que passam uma mensagem: o engate perfeito. Deixa apenas de ser imaginação para passar a ser verdade.
E tudo corre bem… Até te aperceberes que à tua frente está uma «jogadora» tão hábil quanto tu. Até te aperceberes que cada palavra, silêncio e movimento está sobre um escrutínio impiedoso.
E nada no mundo consegue ser mais excitante.
Em Casino Royale, de Martin Campbell, existe uma cena que reflecte precisamente esse sentimento. James Bond, interpretado por Daniel Craig, encontra-se num comboio à espera do apoio para a missão que tem em mãos. Entra Vesper Lynd, interpretada por Eva Green.
Através de bem colocadas questões, elogios e análises sub-repticiamente feitas, os protagonistas reconhecem-se pelo que são: faces opostas da mesma moeda. O erotismo aqui é puramente intelectual, embora a atracção física seja inegável.
Se conheces o estilo e historial de Bond, estás à espera de um determinado padrão nos acontecimentos amorosos. No entanto, como se de uma valsa se tratasse, acabas num sítio inesperado: e este é só um dos muitos motivos pelos quais Casino Royale é, na minha opinião, o melhor filme sobre o agente britânico.
Porque não é só uma história de espiões, glamour, cobiça e perda: é também a história de como uma mulher transformou um rapazinho num homem.
E esse, é verdadeiramente um filme que eu já vi(vi).
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Obrigada pela tua participação, Diogo!
1 comentário:
:)
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