O MOTELx já começou, no passado dia 8 de Setembro, e para o Prémio MOV MOTELx – Melhor Curta de Terror Portuguesa 2015, o único galardão do festival, estão a concorrer 10 curtas-metragens nacionais: A Tua Plateia, de Óscar Faria, Andlit, de João Teixeira Figueira, Ermida, de Vasco Esteves, Gasolina, de João Teixeira, Insónia, de Bernardo Lima, Miami, de Simão Cayatte, O Efeito Isaías, de Ramón de los Santos, O Tesouro, de Paulo Araújo, The Bad Girl, de Ricardo Machado, The Last Nazi Hunter 2, de Carlos Silva.
O que podemos esperar de Andlit?
João Teixeira Figueira: Quando comecei a fazer o Andlit tinha o objetivo de fazer algo que fosse sério e triste e que refletisse em temas de inveja e solidão, mas afinal o seu selling point acabou por a cena chocante que não tem nada que ver com nada disso... Por isso esperem essencialmente ser chocados.
De onde surgiu a ideia de criar este robô que o trailer nos revela ser algo macabro?
J.T.F.: O meu robô teve inspiração de muitos sítios. O mais óbvio será a curta Doll Face por Andrew Thomas Huang em que um robô morre a perseguir beleza... Quase que tenho vergonha de mostrar essa curta a pessoas porque sinto que praticamente roubei a ideia... Também houve inspiração vinda da curta The Separation por Robert Morgan e do clip da costureira do filme 9, os sons de máquinas de costura e o pânico que eles causam aos espetadores nesses clips apaixonaram-me. Na minha curta, sempre que o robô se mexe podem-se ouvir as máquinas de costura, penso que ajuda muito no mood, principalmente no climax.
Como correu o processo de rodagem desta curta-metragem?
J.T.F.: Correu tudo bem, mas como em qualquer dos meus projetos, sobrestimei as minhas capacidades e acabei por demorar bem mais do que o mês ou dois que julguei que demoraria a fazer a curta.
Qual é para o João a importância de estar entre os seleccionados de 2015 para o Prémio MOV MOTELx? E o que o levou a submeter o seu filme?
J.T.F.: É definitivamente bom ter algum reconhecimento mas não consigo deixar de sentir que o meu vídeo amador não pertence no meio de tantos filmes tão mais respeitáveis. Não tinha feito a curta a pensar no MOTELx, nem conhecia o festival quando comecei. Já tinha a ideia para a curta na cabeça há algum tempo e só depois de a acabar é que o meu tio me falou no festival, como a curta encaixava exatamente no tema decidi enviá-la. Estou obviamente muito feliz por o ter feito.
Qual o papel dos festivais de cinema no campo da divulgação do cinema nacional? Que mais pensa que pode ser feito neste campo?
J.T.F.: Há muito potencial no cinema português, julgo que é meramente uma questão de tempo para que as pessoas se apercebam. As grandes produções internacionais estão a ficar repetitivas e genéricas, os espetadores hão de começar a procurar outros tipos de cinema e as produções nacionais hão de começar a emergir. Festivais como o MOTELx fazem um ótimo trabalho a catalisar isso. Penso que não há muito mais a fazer para ajudar o cinema português que não ver mais filmes nacionais e esperar.
Sinopse
Um robô vive sozinho num edifício abandonado, estudando a vida humana por um catálogo de pinturas e fingindo que bebe chá em companhia imaginária.
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