*7/10*
João Botelho pôs mãos à obra e criou O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu, onde homenageia o seu mestre. Ao mesmo tempo, encontra um motivo para regressar às origens do cinema e oferece-nos uma curta-metragem de ficção dentro do seu documentário.
A partir de excertos de filmes de Oliveira como Amor de Perdição, Vale Abraão, 'Non', ou a Vã Glória de Mandar, O Estranho Caso de Angélica, Francisca, entre muitos outros; e de filmes seus como Conversa Acabada, Botelho quis apresentar à plateia o método de filmar de Manoel de Oliveira, tão fiel aos cânones e, ao mesmo tempo, tão vanguardista.
Botelho, que narra o seu próprio filme, fala-nos sobre o trabalho do seu mestre, da influência que teve no seu trabalho e do tempo em que conviveu e trabalhou com o realizador. Uma homenagem feita de escolhas muito pessoais, mas facilmente universalizáveis, O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu é um apelo à memória, para que todos conheçam e nunca esqueçam o grande cineasta português.
A completar o documentário surge a ficção, uma curta-metragem que pretende ser, acima de tudo, um regresso às origens do cinema, ao mudo e a preto e branco. A admiração por Oliveira continua também neste A Rapariga das Luvas, realizado a partir de um argumento que o falecido cineasta nunca filmou, Prostituição ou a Mulher que Passa.
Uma conclusão que continua com o seu cunho pessoal e demonstra grande coragem em regressar a filmar como nos primórdios. Um filme simples e bem interpretado - também um desafio para os actores - que cumpre o seu principal propósito: travar o esquecimento.
Sem comentários:
Enviar um comentário