*6/10*
É com um toque de melancolia que tudo nos é mostrado. Entramos no bairro Estrela d'África, na Damaia, nos arredores de Lisboa, inicialmente através de vídeos caseiros da família Encarnação, a última família que ali reside.
Construído por imigrantes cabo-verdianos depois do 25 de Abril, o bairro tem vindo a ser demolido, restando, na altura em que este documentário foi filmado, apenas a casa desta família, que aguardava realojamento.
Ao passado filmado da família Encarnação, cujo progenitor comprou uma câmara nos anos 90, seguem-se imagens do presente, com quase todo o bairro demolido. Um contraste duro também para o espectador, a quem os realizadores apresentam o dia-a-dia daqueles últimos moradores do Estrela D'África, as suas queixas para com a Câmara Municipal, as saudades dos antigos vizinhos.
Os planos que exploram os objectos deixados para trás, entre os destroços das casas demolidas - sejam cartas do estrangeiro ou bibelôs de louça -, detém uma força e dimensão enormes e só é pena não serem mais vezes utilizados no filme.
As músicas cabo-verdianas que compõem a banda sonora, alegram o cenário de desolação que Damaia dj’acaba ma inda nu sta pa li apresenta, sempre com uma réstia de nostalgia inerente. Sentimento que continua e se adensa na reunião de amigos na "assada" organizada no bairro, onde se recordam momentos e pessoas.
O documentário é pertinente e tem alguns bons momentos, mas falta-lhe mais foco (sente-se uma grande diferença entre a primeira metade, junto da família Encarnação, e a segunda, juntos dos jovens do bairro) e ser um pouco mais imparcial.
Ao passado filmado da família Encarnação, cujo progenitor comprou uma câmara nos anos 90, seguem-se imagens do presente, com quase todo o bairro demolido. Um contraste duro também para o espectador, a quem os realizadores apresentam o dia-a-dia daqueles últimos moradores do Estrela D'África, as suas queixas para com a Câmara Municipal, as saudades dos antigos vizinhos.
Os planos que exploram os objectos deixados para trás, entre os destroços das casas demolidas - sejam cartas do estrangeiro ou bibelôs de louça -, detém uma força e dimensão enormes e só é pena não serem mais vezes utilizados no filme.
As músicas cabo-verdianas que compõem a banda sonora, alegram o cenário de desolação que Damaia dj’acaba ma inda nu sta pa li apresenta, sempre com uma réstia de nostalgia inerente. Sentimento que continua e se adensa na reunião de amigos na "assada" organizada no bairro, onde se recordam momentos e pessoas.
O documentário é pertinente e tem alguns bons momentos, mas falta-lhe mais foco (sente-se uma grande diferença entre a primeira metade, junto da família Encarnação, e a segunda, juntos dos jovens do bairro) e ser um pouco mais imparcial.
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