quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Crítica: Hell or High Water - Custe o Que Custar (2016)

"I've been poor my whole life, like a disease passing from generation to generation. But not my boys, not anymore." 
Toby Howard
*8/10*

O Texas desolado e perdido no tempo, nos valores, na pobreza e desespero é mais uma vez cinematograficamente representado agora por David Mackenzie, em Hell or High Water - Custe o Que Custar.

Toby (Chris Pine) e Tanner (Ben Foster) são dois irmãos do Texas que se reencontram após uma separação de vários anos. Toby é um pai divorciado e Tanner esteve preso. Agora juntam-se para assaltar agências do banco que ameaça executar a hipoteca sobre as terras da família. Para eles, os assaltos fazem apenas parte de um esquema desesperado para recuperarem um futuro que parecia perdido. O plano fica em risco quando atraem a atenção de Marcus (Jeff Bridges), um Ranger quase na reforma.


Planos fabulosos, nos cenários quentes e esquecidos do Texas, acompanham o argumento de Taylor Sheridan, mais profundo do que aparenta. Um western dos tempos modernos, com um drama familiar como mote, e banda sonora a condizer.

Um filme cruel e realista, que coloca os nossos valores num dilema, entre a justiça da lei e a injustiça dos bancos, entre a polícia a cumprir o seu dever e os assaltantes a lutar pelo que é da sua família. O conservadorismo de Marcus em conflito com o desespero de Toby e Tanner, numa espécie de "olho por olho". O título, em português Custe o Que Custar, é válido para os dois lados da barricada - tudo pela justiça.


No elenco, Chris Pine destaca-se, talvez com a melhor interpretação da sua carreira. Sóbrio, duro e magoado, ele é capaz de lutar como nunca pensou, para oferecer o melhor aos seus filhos. Ben Foster, por sua vez, é o irmão mais velho, destemido, impulsivo e sem nada a perder. Do lado da lei, Jeff Bridges é ele mesmo, um homem que vive para o trabalho, dedicado e persistente.

Hell or High Water - Custe o Que Custar é uma obra consistente de David Mackenzie, que supera as expectativas. Um retrato cru dos tempos que correm, onde também o elenco em muito contribui para o sucesso do produto final.

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