Há quanto tempo não se encontrava em cartaz uma longa-metragem de terror portuguesa? A produtora Anexo 82 apostou no género mais arriscado em Portugal e traz aos cinemas um filme de terror independente de produção nacional, A Floresta das Almas Perdidas, de José Pedro Lopes.
É a preto e branco que o realizador se estreia nas longas, sem medo de correr riscos, e cativa-nos a atenção, em especial, pelo visual muito estético que preenche o filme. A Floresta das Almas Perdidas transporta-nos para o local mais popular para a prática do suicídio em Portugal, uma floresta densa e remota, onde dois estranhos se conhecem. Ele é um pai de família à procura do local onde a filha morreu. Ela é uma jovem com uma paixão pela morte. Mas um deles não é quem diz ser.
A Floresta das Almas Perdidas destaca-se, acima de tudo, pelas imagens que oferece. Com um forte sentido estético, a fotografia (a cargo de Francisco Lobo) é muito competente, repleta de planos que ficarão na memória, como é o caso da ponte inacabada, qual cenário de contos de fadas, aliás, como toda a floresta onde estas almas se perdem. A acompanhar a acção, a banda sonora de Emanuel Grácio fica no ouvido.
O texto é um pouco inocente, com algumas frases feitas - que talvez resultem em inglês -, e uma poesia inerente que o liga aos cenários. No conjunto, aqui temos um sinal para estarmos atentos a futuros trabalhos de José Pedro Lopes.
A Floresta das Almas Perdidas merece que lhe reconheçamos todo o mérito, como filme corajoso e persistente que é. Tem conquistado festivais internacionais e conta já com distribuição garantida em diversos países (EUA, Canadá, Espanha, Suécia e Reino Unido). Não é todos os dias que o filme português consegue um percurso destes.
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