terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Crítica: Gatos / Kedi (2016)

"Dedicated to the cats of Istanbul and all the Istanbulites who love and care for the city's animals."

*7.5/10*

Um filme dedicado aos gatos de Istambul e a todos os cidadãos que os amam e cuidam, só pode ser especial. Inesperadamente, somos apresentados aos milhares de gatos da cidade turca, e queremos ser teletransportados para lá, o que Gatos faz especialmente bem. Um documentário fabuloso, ternurento e a prova viva de que o património de uma cidade vai muito para lá do inanimado.


Em Istambul existem milhares de gatos vadios que têm um papel importante na vida de toda a gente. Esta é a história de sete deles, filmada de perto pela realizadora Ceyda Torun.

Trata-se do retrato da identidade de uma cidade que vai além de um bonito postal turístico. Consegue tocar no âmago da incomum relação entre humanos e gatos, contextualiza historicamente a sua origem e importância, admira-os, observa-os, analisa a personalidade de cada felino e sensibiliza para os problemas actuais dos gatos e da cidade.


Os testemunhos de quem com eles se relaciona diariamente são emocionantes. São símbolo de esperança e amor, eles que são caçadores, libertinos, ciumentos, possessivos, territoriais... Acompanhamos os animais dos mais variados pontos de vista, seja em cima dos telhados, à beira mar,  nos barcos com os pescadores, junto aos restaurantes - onde pedem festas e comida aos clientes -, dentro das casas ou mesmo ao seu lado, pelas ruas da cidade...

Gatos e pessoas circulam em conjunto, sem receios de nenhuma das partes. São vadios mas fiéis a alguns donos que os alimentam, cuidam, mimam, e, no entanto, amam a liberdade, acima de tudo. Uma realidade apaixonante para amantes de animais. Todos têm a sua função na sociedade.


Os felinos fazem parte do património da cidade e Gatos quer realçar essa importância cultural que é fundamental preservar. 

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