*8/10*
Elas queriam poder tocar e serem adoradas pela música que faziam, tal qual as bandas masculinas já o eram. A batalha não se revelava fácil, mais ainda em finais da década de 80. Mas elas foram inteligentes e souberam dar a volta aos estereótipos. Umas verdadeiras feministas, bem diferentes das actuais, mas especialmente competentes e sem dar desculpa a ninguém.
Sabiam fazer música, sabiam chocar, sabiam dar espectáculo e fazer o público delirar. Conviveram com os grandes nomes da época, entre eles Nirvana ou Nick Cave. Passaram as tormentas do início dos anos 90 ao perderem amigos próximos - Kurt Cobain foi o primeiro.
As L7 foram a grande influência do movimento feminista punk underground Riot grrrl. A banda, fundada em 1985, era composta totalmente por mulheres e a sua relação com a indústria musical foi sempre complicada, apesar do sucesso e popularidade. Pretend We’re Dead é a entrada nos bastidores de uma época, composto por filmagens vídeo nunca antes vistas, algumas das performances mais extraordinárias do grupo e entrevistas. Um história de ascensão e queda (a banda termina em 2001) e posterior redenção (reúnem-se em 2014) daquela que foi a banda pioneira do rock no feminino.
Feito exclusivamente de imagens de arquivo, acompanhadas por declarações dos elementos da banda e de diversos artistas por elas influenciados, L7: Pretend We’re Dead é uma viagem no tempo a uma das mais importantes bandas do movimento grunge, única na sua vontade de afirmação.
O documentário de Sarah Price é uma surpresa cheia de personalidade na secção musical do IndieLisboa'18.
Adeus preconceitos, adeus politicamente correcto. Elas são as L7 e ninguém as pára.
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L7: Pretend We're Dead repete no dia 4 de Maio às 19h00, na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge.
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