"I miss when 'Don't get killed' was the only thing on my to-do list."
Brett Woodard
*6.5/10*
Passaram-se alguns anos enquanto esperávamos pela estreia da terceira temporada de True Detective, premiada série da HBO, criada por Nic Pizzolatto. Eis que chegou no início de 2019, com dois novos detectives ao comando: Mahershala Ali e Stephen Dorff, cujas personagens mantêm a dubiedade das parcerias das anteriores temporadas. Primeiro, Matthew McConaughey (Rust Cohle) e Woody Harrelson (Martin Hart), depois, Colin Farrell (Ray Velcoro) e Rachel McAdams (Ani Bezzerides).
O sucesso e qualidade da primeira temporada eram difíceis de igualar e seria de esperar que esta terceira superasse com facilidade a segunda, que foi tão mal recebida pelo público - da minha parte, contudo, não existe qualquer sentimento de ódio em relação à história, bem pelo contrário. Na mais recente temporada, contudo, o argumento aproxima-se mais da investigação de Cohle e Hart (cujo caso demorou 17 anos a ser resolvido). Os dados são lançados após o desaparecimento misterioso de duas crianças.
Um menino de 12 anos e da irmã, de 10, desaparecem no Arkansas em 1980. O crime desencadeia memórias vívidas e questões persistentes ao detective reformado Wayne Hays, que trabalhou no caso há 35 anos com o então parceiro Roland West. Aquilo que começa por ser um caso rotineiro acaba por se tornar numa interminável jornada na tentativa de dissecar o crime e dar-lhe algum sentido. O caso Purcell está por resolver há 35 anos.
A acção desenrola-se pois em três tempos distintos: 1980, 1990 e 2015 - o que nem sempre funciona como ponto positivo, apesar de algumas transições serem bem conseguidas. Este triângulo temporal origina também uma aura ligeiramente fantasmagórica que não auxilia a credibilidade da série.
Desde os primeiros episódios que assistimos a várias teorias, formamos as nossas próprias considerações sobre os suspeitos, conhecemos os inspectores e sua personalidade e apercebemo-nos até da influência e pressão que sentem, da parte de elementos externos, em ver o caso rapidamente encerrado. A série toca levemente na problemática do racismo nos Estados Unidos, bem como na forma como os veteranos de guerra são encarados no regresso. Os contornos rocambolescos do crime envolvem cada vez mais personagens e a conclusão está longe de ser satisfatória. O último episódio está, aliás, muitos furos abaixo do que se exigiria para uma série desta qualidade.
São oito episódios, uns realmente entusiasmantes, que nos fazem clamar pelo desenlace do caso. Afinal, o que aconteceu naquele fim-de-tarde? A reabertura do caso, dez anos depois dos acontecimentos, e os esforços de Hays, West e da forte personagem feminina, Amelia Reardon, em juntar as pontas soltas para o resolver são acompanhados com máxima atenção. Todavia, o final de True Detective é um grande desapontamento...
São oito episódios, uns realmente entusiasmantes, que nos fazem clamar pelo desenlace do caso. Afinal, o que aconteceu naquele fim-de-tarde? A reabertura do caso, dez anos depois dos acontecimentos, e os esforços de Hays, West e da forte personagem feminina, Amelia Reardon, em juntar as pontas soltas para o resolver são acompanhados com máxima atenção. Todavia, o final de True Detective é um grande desapontamento...
O ponto mais forte desta terceira temporada são, sem dúvida, as excelentes interpretações do elenco. Especial destaque para um fabuloso e perturbado Mahershala Ali, em parceria com um magoado Stephen Dorff, e uma corajosa Carmen Ejogo. São estes os nomes que fazem valer a visualização da mais recente temporada da série da HBO.
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