O Doclisboa revelou as primeiras novidades da programação da sua 19.ª edição. Avi Mograbi, Bill Morrison, Lydia Lunch e Lucio Dalla estão entre os destaques do festival em 2021.
Entre os títulos confirmados estão nove filmes da secção Da Terra à Lua (que apresenta um conjunto de olhares críticos sobre o mundo), e novo filmes do Heart Beat (com foco no universo artístico).
Questões políticas e territoriais são também o foco do novo filme dos cineastas brasileiros Carolina Canguçu, Roberto Romero, Sueli e Isael Maxakali, Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa!. Trata-se de "um manifesto que, através do registo das práticas e rituais etnográficos, procura compor uma cartografia visual do espaço físico, histórico e mitológico do território, ao mesmo tempo que denuncia a acção política governamental que os tenta silenciar". Também do Brasil, Tentehar - Arquitetura do Sensível, de Paloma Rocha e Luís Abramo, tem estreia internacional no Doclisboa. O filme "parte das eleições presidenciais brasileiras de 2018 para investigar e debater a identidade do país que se encontra cada vez mais dividido na dicotomia política".
Theo Anthony apresenta o seu mais recente All Light, Everywhere, e Bill Morrison regressa ao Doclisboa com The Village Detective: a song cycle.
Muita política na secção Da Terra à Lua: a vida do último líder soviético em Gorbachev. Heaven, de Vitaly Mansky, a espionagem cubana nos anos 90 em Castro’s Spies, de Ollie Aslin e Gary Lennon, o modelo pós-socialista e as crescentes forças económicas capitalistas de Factory to the Workers, de Srđan Kovačević, e as questões políticas e cívicas prementes na vida dos cidadãos da Geórgia em Sunny, de Keti Machavariani, são os títulos já confirmados.
Na secção Heart Beat, Lydia Lunch - The War is Never Over, de Beth B, é um dos destaques desta edição. O documentário mostra a vida da "cantora, poeta e actriz norte-americana, cruzando imagens de arquivo, fotografias, performances e entrevistas, numa estética cinematográfica em simbiose perfeita com a inesgotável energia punk de Lydia Lunch". For Lucio, de Pietro Marcello, leva-nos "ao imaginário poético e irreverente de Lucio Dalla, num tributo à figura emblemática da música italiana cujas composições e letras reverberam as várias transformações sociais que atravessaram o país nas décadas após a Segunda Guerra Mundial".
Lydia Lunch - The War is Never Over, Beth B |
O Doclisboa 2021 apresenta, em estreia mundial, a Trilogia de Narodnaya (Narodnaya, After Narodnaya e Comet), de Vadim Kostrov. São "três filmes que documentam a criação de uma galeria sazonal numa pequena localidade industrial russa que rapidamente se transforma num importante pólo de cultura underground onde diversos artistas urbanos e músicos ali se unem impulsionados pela liberdade de espírito".
O festival apresenta ainda Gallant Indies, de Philippe Béziat, "sobre um grupo de dançarinos que prepara a adaptação contemporânea da obra-prima barroca que dá título ao filme e que cruza diferentes danças urbanas com o canto lírico para invadir a Ópera da Bastilha em Paris", e Firestarter - The Story of Bangarra, de Nel Minchin e Wayne Blair sobre a companhia de dança australiana aborígene, um marco na história do movimento da luta pelos direitos dos aborígenes e contra as discriminações raciais.
High Maintenance: The Life and Work of Dani Karavan, de Barak Heymann, lança um olhar sobre a vida e legado do escultor israelita Dani Karavan, falecido em Maio deste ano.
Ainda Famille FC, de André Valentim Almeida, terá estreia mundial no Doclisboa. Um documentário que acompanha o associativismo desportivo organizado pelos emigrantes portugueses que residem em Île-de-France.
O Doclisboa regressa às salas de 21 a 31 de Outubro. Mais informações em https://doclisboa.org/.
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