segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Crítica: Summer Of Soul (…Or, When The Revolution Could Not Be Televised) / Summer of Soul (...ou, quando a revolução não pôde ser televisionada) (2021)

*6.5/10*

Summer Of Soul (…Or, When The Revolution Could Not Be Televised) abriu o IndieLisboa 2021 e está disponível na plataforma de streaming Disney +O documentário, realizado pelo músico Ahmir “Questlove” Thompson, recupera imagens com mais de 50 anos, que resgatam a força e importância do Festival Cultural de Harlem de 1969, para todos os que estiveram presentes

"No mesmo verão em que teve lugar Woodstock, mais de 300 mil pessoas compareceram no Harlem Cultural Festival, celebrando a música e a cultura afro-americana e promovendo o orgulho e a unidade negra. As filmagens do festival ficaram esquecidas numa cave. Durante mais de 50 anos não foram vistas, tornando este evento incrível na história da América desconhecido de muitos - até agora."

Um reflexo dos tempos e uma constatação da necessidade de mudança social para a comunidade afro-americana, ainda no rescaldo do assassinato de Martin Luther King, várias vezes referido ao longo do documentário.

O festival durou seis semanas e contou com actuações de Stevie Wonder, Nina Simone, Sly and the Family Stone, Mahalia Jackson, Mavis Staples, The 5th Dimension, entre tantos outros artistas. 

Ao ser uma polifonia de estilos musicais, pontos de vista e até motivações políticas, Summer of Soul extrapola o festival, apresentando o panorama político e social da época. Contudo, ao querer abarcar tantas temáticas - por vezes, até mesmo a vida dos participantes no evento -, o documentário perde o foco e torna-se menos melodioso e conciso.

No fundo, Questlove dá-nos a oportunidade de redescobrir um momento histórico e com tantos paralelismos com a actualidade.

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