O Doclisboa anunciou os filmes de Abertura e Encerramento, e outras novidades que trazem a-ha, Charlotte Gainsbourg e Steve McQueen à programação de 2021.
A abrir a 19.ª edição do festival lisboeta estará Landscapes of Resistance, de Marta Popivoda, sobre uma das primeiras mulheres a fazer parte da resistência jugoslava contra o Nazismo. Na mesma sessão, será também exibido A Terra Segue Azul Quando Saio do Trabalho, de Sérgio Silva, realizador e ex-programador da Cinemateca Brasileira, que traz um olhar sobre o arquivo cinematográfico e a efemeridade do património. Sérgio Silva apresentará ainda uma sessão, por si programada, dedicada à Cinemateca Brasileira.
The Tale of King Crab, de Alessio Rigo de Righi e Matteo Zoppis, fará as honras de encerramento do Doclisboa 2021. Entre a história e a mitologia, o filme cria "uma ficção sobre a lenda de Luciano, um complexo anti-herói exilado da sociedade medieval em Itália que parte para a Terra do Fogo em busca de um tesouro".
Landscapes of Resistance, de Marta Popivoda |
Heart Beat
a-ha The Movie, de Thomas Robsahm e Aslaug Holm, marca a abertura da secção Heart Beat. A obra acompanha a trajectória da banda norueguesa desde a sua formação à ascensão e reconhecimento internacional até à sua ruptura.
Jane by Charlotte, o primeiro filme de Charlotte Gainsbourg enquanto realizadora, onde se "propõe a filmar a sua mãe, Jane Birkin, num documentário que vai traçando uma história tão complexa quanto íntima da relação entre ambas".
Em estreia mundial estarão três filmes portugueses: Nada Pode Ficar, de Maria João Guardão, "acompanha o processo de desocupação de João Fiadeiro no espaço habitado pela sua companhia, o Atelier RE. AL, nos últimos 15 anos, ao mesmo tempo que percorre a memória desse trabalho, indissociável do panorama da dança contemporânea portuguesa"; Eunice ou Carta a Uma Jovem Actriz, de Tiago Durão, "partilha o seu olhar cúmplice e familiar sobre Eunice Muñoz enquanto actriz, mulher, mãe e avó"; e Dispersos pelo Centro, de António Aleixo, "viaja até ao centro de Portugal num documento que luta pela memória colectiva deste lado invisibilizado do país".
Ainda de destacar, The Poet’s Wife, de Helke Misselwitz, chega ao festival em estreia mundial, e entra na "obra e sabedoria da pintora turca Güler Yücel e o seu amor pela vida"; Ailey, de Jamila Wignot, "homenageia o legado do lendário coreógrafo e activista afro-americano Alvin Ailey"; Becoming Cousteau, de Liz Garbus, foca-se na vida e legado do explorador Jacques Cousteau; The Man Who Paints Water Drops, de Oan Kim & Brigitte Bouillot, mapeia "a vida e as explorações artísticas do importante pintor coreano Kim Tschang-Yeul"; e O Bom Cinema, de Eugenio Poppo, "viaja pela história do cinema pós-novo brasileiro".
Na programação da secção estão ainda: From the 84 Days, de Philipp Hartmann, Charm Circle, de Nira Burstein, Você Não Sabia de Mim, de Alan Minas Silva, e Captains of Zaatari, de Ali Elarabi.
a-ha The Movie, de Thomas Robsahm e Aslaug Holm |
Da Terra à Lua
A secção Da Terra à Lua conta com a apresentação integral dos três episódios de Uprising, de Steve McQueen e James Rogan. A série, produzida pela BBC, "é um tríptico que parte do incêndio de 1981 em New Cross, onde 13 jovens afro-britânicos perderam as suas vidas, para retratar um país profundamente mergulhado nas tensões entre as comunidades negras e o crescimento do partido de extrema-direita National Front, à sombra do governo Thatcher".
Em Channel 54, o realizador Lucas Larriera "parte para uma investigação sobre uma transmissão paralela à da chegada do homem à Lua", "onde a natureza e a veracidade da imagem são o ponto de partida para uma série de teorias de conspiração". Já Closing Words, de Gaëlle Hardy e Agnès Lejeune, "reflecte sobre a escolha do fim da vida, atravessada pelos questionamentos e generosidade por parte dos cuidadores".
Encontram-se ainda duas produções portuguesas em estreia mundial: Jamaika, de José Sarmento Matos, uma visão da realidade do bairro, nos arredores de Lisboa, "durante o período de isolamento devido à pandemia Covid-19, onde a segregação e a falta de políticas públicas intensifica as fragilidades" do momento; e Do Bairro, de Diogo Varela Silva, "um retrato do passado e presente dos bairros de Alfama e Mouraria".
Destaque ainda para The Story of Looking, de Mark Cousins, "que reflecte sobre a forma como a realidade é percepcionada através do olhar"; Minamata Mandala, de Kazuo Hara, sobre "o desastre ambiental na cidade japonesa de Minamata e a longa batalha jurídica de décadas levada a cabo pela comunidade"; e From The Wild Sea, de Robin Petré, acerca da "crise climática e a crescente destruição da vida animal marinha". A estes títulos, juntam-se ainda Mother Lode, de Matteo Tortone, A Midsummer Night's Road, de Noga Chevion, You Can’t Show My Face, de Knutte Wester, e The Spark, de Antoine Harari & Valeria Mazzucchi.
O Doclisboa regressa às salas de 21 a 31 de Outubro. Mais informações em https://doclisboa.org/2021/.
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