sábado, 20 de novembro de 2021

Crítica: 007: Sem Tempo Para Morrer / No Time to Die (2021)

"The proper function of man is to live, not to exist. I shall not waste my days in trying to prolong them. I shall use my time."

M (a citar Jack London)

*5/10*

Cary Joji Fukunaga pegou no leme do último filme de Daniel Craig enquanto James Bond007: Sem Tempo Para Morrer, mas não fez jus nem à sua filmografia, nem ao legado do herói cinematográfico. Uma despedida inglória para o actor que veste a pele do agente secreto desde 2006, mas que não deixa de cumprir a função de entretenimento.

"James Bond deixou o serviço activo e está a desfrutar de uma vida tranquila na Jamaica. Mas a sua paz termina rapidamente quando o seu velho amigo Felix Leiter, da CIA, aparece com um pedido de ajuda. A missão de resgatar um cientista raptado acaba por ser bastante mais traiçoeira do que o esperado, o que leva Bond a perseguir um misterioso vilão, armado com uma nova tecnologia perigosa.

James Bond está mais maduro, menos ágil, mais sensível, menos mulherengo (?), mas nem por isso consegue gozar a reforma descansado. Mais uma vez, é chamado à acção quer pela CIA como pelo MI5 (onde o seu nome de código 007 foi agora para uma agente mulher), e viaja por locais distantes para salvar a humanidade, de uma arma tecnológica bastante complexa.

Mas nesta (muito longa) jornada, cruzam-se enredos de filmes anteriores (onde Spectre assume o maior protagonismo), e novas histórias paralelas; há um novo vilão e outro que regressa por breves momentos; tudo cruzando-se entre explosões, perseguições, tiroteios, e para além de descobrir o paradeiro da cobiçada arma, há uma família a salvar. Não admira que o título deste 007 seja Sem Tempo Para Morrer.

A Rami Malek, ofereceram um vilão narcisista que tinha tudo para ser perturbador mas mal se dá por ele, nem mesmo pela sua ambição desmedida. Lyutsifer Safin tem uma história que se cruza com a de Madeleine (Léa Seydoux), mas nunca se consegue afirmar na acção. Mais uma presença desperdiçada foi Ana de Armas, com poucos minutos de antena. Destaque positivo para a banda sonora de Hans Zimmer e para a canção original No Time To Die, de Billie Eilish.

Cary Joji Fukunaga não deixa marca neste 25.º filme da saga, e 007: Sem Tempo para Morrer não ficará na memória dos fãs de James Bond. Felizmente, há outros quatro filmes com Daniel Craig como protagonista para recordar.

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