O MONSTRA - Festival de Animação de Lisboa regressa de 15 a 26 de Março e já apresentou a programação completa desta 22.ª edição.
No dia 15 de Março, a abertura do festival acontece na Sociedade Nacional de Belas Artes, com a inauguração da exposição site-specific (até 1 de Abril) do artista e realizador alemão Raimund Krumme, convidado desta edição.
Competições
A Competição de Longas-metragens desta edição apresenta, entre outras, duas obras portuguesas, Nayola, de José Miguel Ribeiro, e Os Demónios do Meu Avô, de Nuno Beato, e uma co-produção entre França, Itália e Suíça, o filme em stop motion No Dogs or Italians Allowed, de Alain Ughetto, que passa no festival antes de entrar no circuito das salas de cinema. Na Competição de Curtas-metragens, destacam-se dois nomeados para os Oscars: Ice Merchants, do português João Gonzalez, e The Flying Sailor, de Amanda Forbis e Wendy Tilby. Também nesta secção estão Amok, de Balázs Turai (Roménia, Hungria), Bird in the Peninsula, de Atsushi Wada (Japão), Letter to a Pig, de Tal Kantor (Israel, França), ou Steakhouse, de Špela Čadež (Eslovénia, Alemanha, França).
Há 13 curtas nacionais na corrida pelo Prémio SPA/Vasco Granja: A Espuma e o Leão, de Cláudio Jordão, Catisfaction, de André Almeida, Polvo, de Catarina Sobral, O Casaco Rosa, de Mónica Santos, Garrano, de David Doutel e Vasco Sá, Ice Merchants, de João Gonzalez, Ana Morphose, de João Rodrigues, Troada, de Vítor Hugo Rocha, Algo que eu disse, de Sara Barbas, Corrida do Entrudo das Aldeias do Xisto de Góis, de Jorge Marques Ribeiro, O Homem das Pernas Altas, de Vitor Hugo Rocha, A Casa para Guardar o Tempo, de Joana Imaginário, e Alento, de Leonor Pacheco.
Na competição Perspetivas encontra-se mais um nomeado para os Oscars 2023, My Year of Dicks, de Sara Gunnarsdóttir, e não faltarão as competições de Curtas-metragens de Estudantes, Curtíssimas e Monstrinha - dedicado às crianças e famílias, onde concorrem Fairy Horses, de Oksana Nesenenko (Ucrânia), I’m not afraid!, de Marita Mayer (Alemanha, Noruega), e três filmes de Julia Ocker (Alemanha): T-Rex, Cat e Squirrel.
Centenário do Cinema de Animação Português
O Centenário do Cinema de Animação Português vai marcar a Monstra, celebrado em parceria com a Cinemateca Portuguesa, e vai levar ao público filmes em estreia mundial e partilhar conversas através da MONSTRA Summit. Na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, a exposição 100 anos da animação portuguesa (2 de Março a 2 de Junho) percorre a história deste cinema até 1985, altura em que estreou Oh que Calma, de Abi Feijó, e, no Museu da Marioneta, Marionetas que Guardam o Tempo (23 de Fevereiro a 23 de Abril), mergulha no passado e no presente, através dos acessórios, cenários originais e marionetas que integram filmes icónicos e outros em estreia na Monstra, de animação de marionetas, made in Portugal.
Homenagem à Animação Japonesa
Os 480 anos da amizade entre Portugal e o Japão servem de mote para a homenagem do Monstra à animação japonesa.
Dos mestres do início do século XX, com filmes históricos, aos cineastas de hoje, com um naipe do melhor da animação contemporânea nipónica, esta secção inclui realizadores como Atsushi Wada, Osamu Tezuka, Eiichi Yamamoto e Noburô Ôfuji, ou a dupla Renzo e Sayoko Kinoshita.
Koji Yamamura é uma das presenças confirmadas este ano, a acompanhar uma exposição com 50 desenhos originais de quatro dos seus filmes, bem como uma retrospectiva dedicada aos mestres japoneses, com a sua curadoria, e de uma masterclass, tudo no Museu do Oriente.
Também o legado do Studio Ghibli faz parte da programação, com sete clássicos, como Ponyo, Porco Rosso, The Tale of the Princess Kaguya e The Red Turtle - a primeira coprodução do estúdio com a Europa, em 2016, pelo holandês oscarizado Michaël Dudok de Wit, que estará pela primeira vez em Portugal e dará uma masterclass acerca do processo criativo deste filme.
Akira, Demon Slayer e Paprika são mais algumas obras do cinema japonês exibidos na 22.ª edição da Monstra, assim como uma amostra da nova geração da animação japonesa, pelas universidades de Tama e Tóquio, e uma conversa sobre a magia deste cinema nipónico, com o historiador japonês Ilan Nguyên e a portuguesa especialista em Hayao Miyazaki, Cátia Peres. Para o início do festival está marcada a estreia de um filme criado expressamente para a 22.ª Monstra, por jovens japoneses, com música ao vivo, e ainda a exibição exclusiva de Inu-Oh, a mais recente obra de Masaaki Yuasa.
Fora de Competição e mais homenagens
Fora de competição, destaque especial para o programa AnimaCPLP, que apresenta criações vindas de países que partilham a língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal),
A secção Animação Experimental, este ano, com a curadoria de Noël Palazzo, co-directora do festival Punto y Raya (Barcelona), apresenta uma selecção de filmes abstratos e animações produzidas no Japão, entre 2007 e 2021, onde são exploradas diversas técnicas, do desenho à mão ao stop motion.
Há 100 anos, Walt Disney estreou a curta-metragem, Alice’s Wonderland, recordada agora numa sessão Monstrinha, na Cinemateca Júnior. A sessão inclui mais títulos da mesma década: Steamboat Willie (a primeira curta da Disney sincronizada com som, onde se estreia Mickey Mouse) ou The Skeleton Dance. Peter Pan, também da Disney, e Old Czech Legends, de Jirí Trnka, comemoram 70 anos em 2023 e são revisitados no festival
A obra do croata Borivoj Dovniković e do israelita Gil Alkabetz, ambos desaparecidos em 2022, estará em retrospectiva e haverá ainda uma mostra de filmes ucranianos.
Haverá ainda masterclasses e workshops como Joan C. Gratz, Joanna Quinn, Les Mills, Martin Smatana, Florence Miailhe, Maya Yonesho, José Miguel Ribeiro, Bruno Caetano, Nuno Beato ou Tal Kantor.
A Monstra acontece no Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, Cinemateca Júnior, UCI El Corte Inglés e Cinema City Alvalade. Mais informações em https://monstrafestival.com/pt/.
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