No rescaldo das nomeações anunciadas ao início da tarde de ontem, a maior surpresa terá vindo da Áustria. Amor, o filme de Michael Haneke, alcançou cinco nomeações, umas mais esperadas que outras. Os mais nomeados foram, no entanto, Lincoln, com 12 nomeações, seguido de A Vida de Pi, com 11, e Guia para um Final Feliz e Os Miseráveis, ambos nomeados em oito categorias.
Não sendo possível fazer previsões certeiras sobre quem serão os vencedores, certo é que entre os nomeados vemos muitos nomes a que já nos habituamos, ou filmes que se enquadram, como é hábito, dentro das conhecidas preferências dos membros da Academia. Lá está a comédia romântica (Guia para um Final Feliz), lá estão os filmes que puxam por um certo nacionalismo americano (Argo, 00:30 Hora Negra ou Lincoln), mas há por lá muito mais do que isso e cá estamos nós para ser surpreendidos.
Amor triunfou com cinco nomeações, no meio de tantos filmes americanos. Para além da já esperada nomeação a Melhor Filme Estrangeiro, o filme austríaco surpreendeu ao ser um dos nove nomeados para Melhor Filme, Michael Haneke conseguiu também uma inesperada, mas totalmente merecida, nomeação para Melhor Realizador e Emmanuelle Riva, aos 85 anos, foi uma das cinco escolhidas para Melhor Actriz, sendo a mais velha actriz de sempre nomeada nesta categoria. Amor está também indicado para Melhor Argumento Original.
Bestas do Sul Selvagem revelou-se outra surpresa, com quatro nomeações. Para além de estar entre os nove concorrentes a Melhor Filme, a protagonista Quvenzhané Wallis, com apenas 9 anos de idade, tornou-se na mais jovem nomeada para Melhor Actriz. Ao mesmo tempo, o também jovem realizador Benh Zeitlin, de 30 anos, é um dos indicados ao prémio de realização, estando o filme igualmente na corrida para Melhor Argumento Adaptado.
Tarantino foi esquecido na realização, mas o seu Django Libertado marca presença em cinco categorias: Melhor Filme, Melhor Actor Secundário - distinção totalmente merecida para Christoph Waltz -, Melhor Fotografia, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Montagem de Som. Sente-se, contudo, a ausência de Leonardo DiCaprio (uma vez mais deixado de parte pela Academia) também para Melhor Actor Secundário, bem como de Samuel L. Jackson.
David O. Russell repetiu o feito de 2011, e conseguiu estar entre os nomeados para Melhor Realizador, pouco merecido se tivermos em conta os nomes que ficaram de fora como o já referido Quentin Tarantino, Paul Thomas Anderson ou Kathryn Bigelow. Ainda relativamente a Guia para um Final Feliz, é justa a nomeação para De Niro, contudo, o mesmo não se pode dizer de Jacki Weaver, que poderá ter tirado o lugar a Helen Mirren, por Hitchcock, ou mesmo a Judi Dench, por 007 - Skyfall.
The Master - O Mentor apenas marca presença no que toca a nomeações de interpretação (conta três), sentindo-se a sua ausência em categorias como Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Fotografia, e outras categorias mais técnicas. A Moonrise Kingdom aconteceu pior, merecendo a longa-metragem, no entender da Academia, uma nomeação apenas, para Melhor Argumento Original, o que poderá vir a confirmar que a desilusão que o filme foi para mim é compartilhada por quem votou.
Amigos Improváveis surpreendeu por não constar entre os nomeados para Melhor Filme Estrangeiro. Na animação, foi inesperada a escolha do divertido Os Piratas!. Já nas categorias técnicas pode estranhar-se a total ausência de O Cavaleiro das Trevas Renasce ou Looper - Reflexo Assassino. Cloud Atlas foi um injustiçado desde os pré-nomeados para a categoria de Melhor Maquilhagem.
No meio de tantos apontamentos, e provavelmente outros tantos que possam ter-me escapado, há que aguardar pelo dia 24 de Fevereiro para conhecer os vencedores. Até lá, acompanhemos esta Award Season e façamos as nossas previsões.
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