*7/10*
Sinapupunan (ou Thy Womb) chega ao Observatório do IndieLisboa'13 pela mão de Brillante Mendoza. Com ele viajamos até às Filipinas e conhecemos Shaleha (Nora Aunor), uma parteira que, ironia do destino, não pode ter filhos. Contudo, num casamento religioso e tradicional como o seu, a continuidade da família é uma das condições para a felicidade plena de uma união e esta mulher parece disposta a lutar para que o marido se sinta feliz.
Uma mulher que procura uma nova esposa para o marido, apenas para que ele se sinta realizado por ter o filho que Shaleha não lhe pode dar. O mote que Brillante Mendoza nos dá é, desde logo, cativante e pretende fazer reflectir. Sinapupunan é um excelente retrato de uma cultura que os ocidentais desconhecem. Deparamo-nos aqui com outra religião e costumes, um estilo de vida bem diferente e mentalidades muito distintas das ocidentais.
Visualmente fabulosa, a longa-metragem é rica em cenários deslumbrantes repletos de cores fortes e vibrantes, com uma excelente direcção de fotografia de Odyssey Flores. A acompanhar, dois partos reais são-nos mostrados - um deles a iniciar o filme -, simbolizando em pleno a ironia que envolve a protagonista.
A angústia de Shaleha e, ao mesmo tempo, a coragem e vontade que demonstra para contrariar o seu próprio destino, deixam a plateia atordoada. Sinapupunan é um filme corajoso como a protagonista que nos leva a mergulhar nas límpidas águas filipinas e entrar, por alguns momentos, numa cultura muito diferente.
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